De Povos Indígenas no Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.
Notícias
Dia da Amazônia
02/09/2022
Autor: Txai Suruí
Fonte: Folha de São Paulo: https://www1.folha.uol.com.br/
No dia 5 de setembro se comemora o Dia da Amazônia, um dos patrimônios naturais mais valiosos do mundo. Eu que falo tanto sobre ela pensei como poderia mostrar sua importância. Lembrei do que um amigo me disse: "Lutamos por aquilo que amamos e amamos aquilo que conhecemos". Concordo com ele. Como poderiam as pessoas defender a floresta quando perderam há muito tempo sua conexão com ela? Quando não a entendem ou não se reconhecem?
O Brasil não conhece a Amazônia, vê nela apenas o ouro, a prata e o dinheiro, mas não enxerga suas verdadeiras riquezas. Não vê a vida acontecendo nas plantas e animais. O ciclo da vida se repetindo e fazendo crescer mais e mais. Não vê as árvores frutíferas alimentando os seres com fome. Não vê a brisa refrescando o calor que aumenta cada dia mais. Não vê a água pura dos rios matando a sede ou a sombra das árvores que protegem do sol e são casa para os sábias. Queima as plantas medicinais que curam as doenças de quem vive lá. Não valoriza a sabedoria dos ancestrais. Zomba e desrespeita aqueles que milenarmente entenderam o valor da natureza. Aqueles que sabem que na verdade somos parte dela.
A Amazônia é a maior floresta tropical do mundo e com a maior biodiversidade. É o que é pois foi nutrida e nutriu os povos originários desta terra. Ela nos alimentou, abrigou e protegeu enquanto plantávamos e cuidávamos dela. Hoje somos nós quem a protegemos e ela continua a nos ajudar a criar nossos filhos e fortalecer nossos espíritos.
Mas o não indígena continua a ver nela apenas aquilo que quer comprar, as coisas que pode ter, cujas matérias-primas também foram dadas por ela.
Lembram-se da ostentação e da ganância, mas se esquecem do amanhã. Se esquecem até mesmo do outro que em sua religião chamam de irmão. Continuam a matar em nome de Deus e da pátria. Não se compadecem com a fome ou as doenças que o garimpo traz. Não se entristecem com o choro das mães e mulheres que perderam mais um guardião. Fecham seus olhos para as consequências da destruição. Tapam seus ouvidos para os gritos de justiça. Calam suas bocas diante do genocídio. Como poderia o Deus deles estar contente quando se esqueceram de seu maior ensinamento, senão, o amor?
Ensinem, falem e cantem canções sobre a maior floresta que já existiu. Digam às suas crianças a incontável quantidade de plantas, animais, culturas e belezas que existem lá.
E não se esqueçam de citar a resistência e a bravura dos seus povos. Que com seus corpos e seus espíritos mantêm essa floresta de pé e que por ela nunca deixarão de lutar, pois entendem sua importância e amam aquele lugar.
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/txai-surui/2022/09/dia-da-amazonia.shtml
O Brasil não conhece a Amazônia, vê nela apenas o ouro, a prata e o dinheiro, mas não enxerga suas verdadeiras riquezas. Não vê a vida acontecendo nas plantas e animais. O ciclo da vida se repetindo e fazendo crescer mais e mais. Não vê as árvores frutíferas alimentando os seres com fome. Não vê a brisa refrescando o calor que aumenta cada dia mais. Não vê a água pura dos rios matando a sede ou a sombra das árvores que protegem do sol e são casa para os sábias. Queima as plantas medicinais que curam as doenças de quem vive lá. Não valoriza a sabedoria dos ancestrais. Zomba e desrespeita aqueles que milenarmente entenderam o valor da natureza. Aqueles que sabem que na verdade somos parte dela.
A Amazônia é a maior floresta tropical do mundo e com a maior biodiversidade. É o que é pois foi nutrida e nutriu os povos originários desta terra. Ela nos alimentou, abrigou e protegeu enquanto plantávamos e cuidávamos dela. Hoje somos nós quem a protegemos e ela continua a nos ajudar a criar nossos filhos e fortalecer nossos espíritos.
Mas o não indígena continua a ver nela apenas aquilo que quer comprar, as coisas que pode ter, cujas matérias-primas também foram dadas por ela.
Lembram-se da ostentação e da ganância, mas se esquecem do amanhã. Se esquecem até mesmo do outro que em sua religião chamam de irmão. Continuam a matar em nome de Deus e da pátria. Não se compadecem com a fome ou as doenças que o garimpo traz. Não se entristecem com o choro das mães e mulheres que perderam mais um guardião. Fecham seus olhos para as consequências da destruição. Tapam seus ouvidos para os gritos de justiça. Calam suas bocas diante do genocídio. Como poderia o Deus deles estar contente quando se esqueceram de seu maior ensinamento, senão, o amor?
Ensinem, falem e cantem canções sobre a maior floresta que já existiu. Digam às suas crianças a incontável quantidade de plantas, animais, culturas e belezas que existem lá.
E não se esqueçam de citar a resistência e a bravura dos seus povos. Que com seus corpos e seus espíritos mantêm essa floresta de pé e que por ela nunca deixarão de lutar, pois entendem sua importância e amam aquele lugar.
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/txai-surui/2022/09/dia-da-amazonia.shtml
As notícias publicadas no site Povos Indígenas no Brasil são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos .Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.