De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Desmatamento sobe mesmo em unidades de conservação na Amazônia no governo Bolsonaro; veja imagens
09/10/2022
Fonte: g1 - https://g1.globo.com/meio-ambiente/noticia
Desmatamento sobe mesmo em unidades de conservação na Amazônia no governo Bolsonaro; veja imagens
Áreas afetadas são mostradas em capturas feitas pelo Imazon com imagens da Planet.
Por Roberto Peixoto, g1
09/10/2022
Uma análise de imagens de satélite de áreas afetadas pelo desmatamento mostra como o processo de degradação vem alterando a vegetação em Unidades de Conservação na Amazônia Legal. A comparação do antes e depois das regiões foi realizada pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), a pedido do g1.
As imagens de satélites de alta resolução da Planet mostram trechos nas 3 áreas de proteção ambiental que mais registram taxas de desmate durante os últimos 3 anos da série do PRODES, um relatório anual do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Foi justamente durante esses três anos do governo Jair Bolsonaro que o desmatamento em unidades de conservação pontuou as maiores taxas da série histórica (veja gráfico abaixo).
Desmatamento na Amazônia em Unidades de Conservação (em km²)
Maiores taxas foram durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Índice considera a Amazônia Legal.
A análise das imagens considera as seguintes UCs: Área de Proteção Ambiental Triunfo do Xingu (com 1.404 km² no acumulado do período); Floresta Nacional do Jamanxim (com 413 km²) e Reserva Extrativista Jaci-Paraná (com 304 km²).
Veja as comparações abaixo.
Análise das imagens
Área de Proteção Ambiental Triunfo do Xingu - Pará
Na primeira comparação de imagens de satélite, é possível ver trechos de desmatamento em 2020, 2021 e 2022 na Área de Proteção Ambiental Triunfo do Xingu, na bacia do rio de mesmo nome.
APA Triunfo do Xingu: imagens de satélite mostram o antes e o depois do desmatamento na região. - Foto: Imazon/Planet
A região está localizada nos municípios de São Félix do Xingu e Altamira, no sudoeste do estado do Pará. Como é uma Área de Proteção Ambiental (APA), a ocupação humana é permitida desde que haja um uso sustentável dos seus recursos naturais.
O problema é que a região é palco de grande movimentação de grileiros que desmatam para se apossar de terras da unidade.
Região do Triunfo do Xingu em sobrevoo do Greenpeace de 2019. - Foto: Greenpeace
Região do Triunfo do Xingu em sobrevoo do Greenpeace de 2019. - Foto: Greenpeace
Como destaca o Instituto Sociambiental, apesar de a maior parte do desmatamento ter ocorrido antes da criação da APA, a região continua atraindo madeireiros por causa da exploração do mogno (Swietenia macrophylla), que é uma madeira nobre muito comum nessa área .
Segundo um levantamento do próprio Imazon, a APA foi o território protegido da Amazônia mais pressionado pelo desmatamento no primeiro trimestre deste ano. Somente em 2021, a área desmatada na região foi de 531,74 km² de floresta, um pouco maior que o município de Manaus.
No destaque abaixo, é possível ver uma área de 4,6 km² desmatada na APA em uma foto de maio de 2022.
Floresta Nacional do Jamanxim - Pará
Na segunda imagem o destaque é a Floresta Nacional do Jamanxim, um área de 1,3 milhão de hectare também no sudeste do Pará, na cidade de Novo Progresso. Na imagem, também é possível ver trechos de desmatamento entre 2020 e 2022.
Flona do Jamanxim: imagens de satélite mostram o antes e o depois do desmatamento na região. - Foto: Imazon/Planet
Como mostrou o g1, a extração ilegal de madeira é algo recorrente na FLONA. Segundo um levantamento da Rede Simex, a maior parte da exploração madeireira ilegal nas unidades de conservação do Pará ocorreu na floresta.
Somente em 2021, segundo o Prodes, a área desmatada na região chegou a mais de 190 km², uma área um pouco menor que Aracaju (SE).
(VÍDEO: Fantástico flagra queimadas e transporte de madeira ilegal na Floresta Nacional do Jamanxim.)
Fantástico flagra queimadas e transporte de madeira ilegal na Amazônia
Fantástico flagra queimadas e transporte de madeira ilegal na Amazônia
No destaque abaixo, é possível ver uma área de 1,5km² desmatada na Floresta em uma foto de maio de 2022.
Reserva Extrativista Jaci-Paraná - Rondônia
Na terceira e última imagem vemos as transformações do desmatamento entre 2020 e 2022 na Reserva Extrativista Jaci-Paraná, em Rondônia, uma unidade de conservação de mais de 196 mil hectares até 2021.
RESEX Jaci-Paraná: imagens de satélite mostram o antes e o depois do desmatamento na região. - Foto: Imazon/Planet
No ano passado, porém, o governador de Rondônia, coronel Marcos Rocha, aprovou uma lei que tentou reduzir os limites da floresta em mais de 150 mil hectares (veja imagem abaixo), mas o Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO) a declarou inconstitucional.
O governo argumentava que a leia seria uma forma de regularizar as propriedades já existentes e solucionar os conflitos agrários na reserva.
Na época, o TJ argumentou que não houve uma justificativa do governo para a redução das áreas nem estudo prévio dos impactos ambientais na região, palco de conflitos de caça, pesca, desmatamento, pastagem, grilagem e queimadas.
Resex de Jaci-Paraná antes e depois da aprovação da Lei 1.089/21, declarada inconstitucional. - Foto: Ministério Público de Rondônia/Divulgação
Em 2021, durante esse período de alteração da área da reserva, o desmatamento aumentou consideravelmente na região. Somente na Resex, o crescimento foi de 2700%, segundo dados da WWF Brasil.
Já segundo o Prodes, somente em 2021, 107,09 km² da floresta foram desmatados - uma área equivalente à capital do Espírito Santo.
No destaque abaixo, é possível ver uma área de 2 km² desmatada na reserva em uma foto de agosto de 2022.
https://g1.globo.com/meio-ambiente/noticia/2022/10/09/desmatamento-sobe-mesmo-em-unidades-de-conservacao-na-amazonia-no-governo-bolsonaro-veja-imagens.ghtml
Áreas afetadas são mostradas em capturas feitas pelo Imazon com imagens da Planet.
Por Roberto Peixoto, g1
09/10/2022
Uma análise de imagens de satélite de áreas afetadas pelo desmatamento mostra como o processo de degradação vem alterando a vegetação em Unidades de Conservação na Amazônia Legal. A comparação do antes e depois das regiões foi realizada pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), a pedido do g1.
As imagens de satélites de alta resolução da Planet mostram trechos nas 3 áreas de proteção ambiental que mais registram taxas de desmate durante os últimos 3 anos da série do PRODES, um relatório anual do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Foi justamente durante esses três anos do governo Jair Bolsonaro que o desmatamento em unidades de conservação pontuou as maiores taxas da série histórica (veja gráfico abaixo).
Desmatamento na Amazônia em Unidades de Conservação (em km²)
Maiores taxas foram durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Índice considera a Amazônia Legal.
A análise das imagens considera as seguintes UCs: Área de Proteção Ambiental Triunfo do Xingu (com 1.404 km² no acumulado do período); Floresta Nacional do Jamanxim (com 413 km²) e Reserva Extrativista Jaci-Paraná (com 304 km²).
Veja as comparações abaixo.
Análise das imagens
Área de Proteção Ambiental Triunfo do Xingu - Pará
Na primeira comparação de imagens de satélite, é possível ver trechos de desmatamento em 2020, 2021 e 2022 na Área de Proteção Ambiental Triunfo do Xingu, na bacia do rio de mesmo nome.
APA Triunfo do Xingu: imagens de satélite mostram o antes e o depois do desmatamento na região. - Foto: Imazon/Planet
A região está localizada nos municípios de São Félix do Xingu e Altamira, no sudoeste do estado do Pará. Como é uma Área de Proteção Ambiental (APA), a ocupação humana é permitida desde que haja um uso sustentável dos seus recursos naturais.
O problema é que a região é palco de grande movimentação de grileiros que desmatam para se apossar de terras da unidade.
Região do Triunfo do Xingu em sobrevoo do Greenpeace de 2019. - Foto: Greenpeace
Região do Triunfo do Xingu em sobrevoo do Greenpeace de 2019. - Foto: Greenpeace
Como destaca o Instituto Sociambiental, apesar de a maior parte do desmatamento ter ocorrido antes da criação da APA, a região continua atraindo madeireiros por causa da exploração do mogno (Swietenia macrophylla), que é uma madeira nobre muito comum nessa área .
Segundo um levantamento do próprio Imazon, a APA foi o território protegido da Amazônia mais pressionado pelo desmatamento no primeiro trimestre deste ano. Somente em 2021, a área desmatada na região foi de 531,74 km² de floresta, um pouco maior que o município de Manaus.
No destaque abaixo, é possível ver uma área de 4,6 km² desmatada na APA em uma foto de maio de 2022.
Floresta Nacional do Jamanxim - Pará
Na segunda imagem o destaque é a Floresta Nacional do Jamanxim, um área de 1,3 milhão de hectare também no sudeste do Pará, na cidade de Novo Progresso. Na imagem, também é possível ver trechos de desmatamento entre 2020 e 2022.
Flona do Jamanxim: imagens de satélite mostram o antes e o depois do desmatamento na região. - Foto: Imazon/Planet
Como mostrou o g1, a extração ilegal de madeira é algo recorrente na FLONA. Segundo um levantamento da Rede Simex, a maior parte da exploração madeireira ilegal nas unidades de conservação do Pará ocorreu na floresta.
Somente em 2021, segundo o Prodes, a área desmatada na região chegou a mais de 190 km², uma área um pouco menor que Aracaju (SE).
(VÍDEO: Fantástico flagra queimadas e transporte de madeira ilegal na Floresta Nacional do Jamanxim.)
Fantástico flagra queimadas e transporte de madeira ilegal na Amazônia
Fantástico flagra queimadas e transporte de madeira ilegal na Amazônia
No destaque abaixo, é possível ver uma área de 1,5km² desmatada na Floresta em uma foto de maio de 2022.
Reserva Extrativista Jaci-Paraná - Rondônia
Na terceira e última imagem vemos as transformações do desmatamento entre 2020 e 2022 na Reserva Extrativista Jaci-Paraná, em Rondônia, uma unidade de conservação de mais de 196 mil hectares até 2021.
RESEX Jaci-Paraná: imagens de satélite mostram o antes e o depois do desmatamento na região. - Foto: Imazon/Planet
No ano passado, porém, o governador de Rondônia, coronel Marcos Rocha, aprovou uma lei que tentou reduzir os limites da floresta em mais de 150 mil hectares (veja imagem abaixo), mas o Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO) a declarou inconstitucional.
O governo argumentava que a leia seria uma forma de regularizar as propriedades já existentes e solucionar os conflitos agrários na reserva.
Na época, o TJ argumentou que não houve uma justificativa do governo para a redução das áreas nem estudo prévio dos impactos ambientais na região, palco de conflitos de caça, pesca, desmatamento, pastagem, grilagem e queimadas.
Resex de Jaci-Paraná antes e depois da aprovação da Lei 1.089/21, declarada inconstitucional. - Foto: Ministério Público de Rondônia/Divulgação
Em 2021, durante esse período de alteração da área da reserva, o desmatamento aumentou consideravelmente na região. Somente na Resex, o crescimento foi de 2700%, segundo dados da WWF Brasil.
Já segundo o Prodes, somente em 2021, 107,09 km² da floresta foram desmatados - uma área equivalente à capital do Espírito Santo.
No destaque abaixo, é possível ver uma área de 2 km² desmatada na reserva em uma foto de agosto de 2022.
https://g1.globo.com/meio-ambiente/noticia/2022/10/09/desmatamento-sobe-mesmo-em-unidades-de-conservacao-na-amazonia-no-governo-bolsonaro-veja-imagens.ghtml
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