De Povos Indígenas no Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.

Notícias

Relatora do projeto do marco temporal a terras indígenas estuda como fixar valor para indenizações

22/06/2023

Autor: Luciana Amaral

Fonte: CNN Brasil - https://www.cnnbrasil.com.br



Parlamentares envolvidos estudam qual o modo mais justo e que gere o menor número possível de controvérsias para que não haja uma avalanche de judicializações

A relatora do projeto de lei sobre o marco temporal quanto à demarcação de terras indígenas no Senado, Soraya Thronicke (União Brasil-MS), estuda como fixar o valor de indenizações a serem pagas a fazendeiros, apurou a reportagem.

Os parlamentares envolvidos estudam qual o modo mais justo e que gere o menor número possível de controvérsias para não haver uma avalanche de judicializações. Por exemplo, se seria aplicado o valor da terra nua mais benfeitorias ou o valor de mercado.

Isso porque pode haver diferenças significativas nos valores a depender do parâmetro utilizado.

O valor da terra nua não considera benfeitorias, construções, pastagens e florestas plantadas. É o usado para se chegar à base de cálculo para o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR). A correção monetária é mais lenta, normalmente baseada na inflação.

O valor de mercado costuma considerar todos os melhoramentos feitos, além de fatores como infraestrutura na região, proximidade a centros urbanos, oferta e demanda. Portanto, em geral, o valor de mercado é muito maior do que o da terra nua.

Senadores acreditam que fazendeiros não vão se satisfazer com o pagamento pela União do valor da terra nua mais benfeitorias, e vão querer receber o valor de mercado.
Ao mesmo tempo, há dúvidas sobre quem iria definir o valor de mercado. Se diferentes corretores de imóveis da área privada, com ao menos três avaliações ao produtor rural a ser indenizado, ou se servidores de algum órgão do Executivo, por exemplo.

As indefinições são muitas. Propor o pagamento em dinheiro ou a realização de permuta com outras terras, até mesmo em outros estados, também é cogitado.

À CNN, Soraya Thronicke afirmou que estão na fase de estudos e de ouvir as partes interessadas. O certo é que ela deve insistir para as indenizações abrangerem as benfeitorias e a terra nua.

Grosso modo, poderia ser semelhante ao valor venal. Na área urbana, o valor venal de um terreno ou imóvel costuma ser determinado pelo Poder Público, como a prefeitura onde se encontra, com critérios objetivos e praticamente imutáveis, como metragem, características da edificação e localização. Costuma ser usado como base de cálculo para a cobrança de tributos, como o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).

Atualmente, a União costuma pagar como indenização, no máximo, o valor de benfeitorias realizadas derivadas da ocupação de boa-fé.

Se as negociações com o governo federal e demais partes interessadas não avançarem, nem mesmo outra alternativa é descartada, como deixar que o cálculo do valor das indenizações seja tratado por outro texto, como uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC). Há uma com esse teor parada na Câmara dos Deputados desde 2016.

De todo modo, no momento, a intenção é votar a matéria na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado até a primeira semana de agosto. O texto então deverá ser analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e pelo plenário da Casa.

https://www.cnnbrasil.com.br/politica/relatora-do-projeto-do-marco-temporal-a-terras-indigenas-estuda-como-fixar-valor-para-indenizacoes/
 

As notícias publicadas no site Povos Indígenas no Brasil são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos .Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.