De Povos Indígenas no Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.

Notícias

Comerciante é condenado a 18 anos de prisão pelo assassinato de Ari Uru-Eu-Wau-Wau

16/04/2024

Fonte: FSP - https://www1.folha.uol.com.br/



Comerciante é condenado a 18 anos de prisão pelo assassinato de Ari Uru-Eu-Wau-Wau
Líder indígena atuava como guardião da floresta em Rondônia; OUTRO LADO: defesa afirma que não há provas suficientes contra o condenado

16/04/2024

O comerciante João Carlos da Silva foi condenado a 18 anos de prisão pelo assassinato do líder indígena Ari Uru-Eu-Wau-Wau, 34, encontrado com marcas de espancamento no dia 18 de abril de 2020, em uma estrada de Tarilândia, município de Jaru, em Rondônia.

O julgamento, que durou quase 12 horas, foi transmitido ao vivo pelo Tribunal de Justiça de Rondônia. O júri popular considerou o comerciante culpado pelo crime de homicídio qualificado. Ele cumprirá a pena em regime inicial fechado e poderá recorrer contra a sentença.

Segundo a denúncia do Ministério Público, Ari Uru-Eu-Wau-Wau foi ao bar do comerciante na noite de 17 de abril de 2020, uma sexta-feira. Silva teria oferecido bebida ao líder indígena antes do assassinato.

Testemunhas contaram que o comerciante havia dito que mataria o líder indígena porque estava insatisfeito com a alteração de comportamento da vítima após a ingestão de bebida.

A denúncia aponta que Ari Uru-Eu-Wau-Wau foi morto sem ter a possibilidade de defesa, por estar embriagado quando foi atacado, espancado e arrastado.

De acordo com alegações da defesa do homem condenado, não havia provas suficientes sobre a autoria do crime que permitissem o julgamento pelo Tribunal do Júri.

O líder indígena assassinado fazia parte de um grupo de vigilância formado para fiscalizar e denunciar invasões à Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau, em Rondônia.

Segundo a WWF-Brasil, o território tem 1,8 milhão de hectares e é um dos últimos grandes remanescentes de floresta em Rondônia.

"Esse julgamento mostra que a gente pode acreditar que a justiça se realiza", disse a indigenista e ativista Neidinha Suruí logo depois da condenação. "Agora a gente precisa que o mandante, quem ajudou ele a assassinar o Ari, também seja punido e responda pelo crime".

Antes do julgamento, Txai Suruí, coordenadora da Associação de Defesa Etnoambiental-Kanindé e colunista da Folha, pediu o fim da violência contra os guardiões da floresta.

"Nós não podemos permitir que o Brasil continue violentando e matando os nossos líderes e os nossos defensores", disse.

https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2024/04/comerciante-e-condenado-a-18-anos-de-prisao-pelo-assassinato-de-ari-uru-eu-wau-wau.shtml
 

As notícias publicadas no site Povos Indígenas no Brasil são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos .Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.