De Povos Indígenas no Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.

News

Polícia prende oito suspeitos de morte de líder indígena na Bahia

19/08/2024

Fonte: FSP - https://www1.folha.uol.com.br/



Polícia prende oito suspeitos de morte de líder indígena na Bahia
Lucas Kariri-Sapuyá foi morto em dezembro de 2023 na Terra Indígena Caramuru-Paraguassu, no extremo sul da Bahia

João Pedro Pitombo

19/08/2024

A Polícia Civil da Bahia prendeu nesta segunda-feira (19) oito suspeitos de envolvimento no assassinato do líder indígena Lucas Santos de Oliveira, o Lucas Kariri-Sapuyá, morto em dezembro de 2023 em Itaju do Colônia (406 km de Salvador).

Ao todo, 27 mandados de busca e apreensão foram cumpridos no município de Pau Brasil, no sul da Bahia. Foram apreendidas duas armas, munições, drogas, balanças de precisão e 11 celulares.

As investigações apontam que o cacique foi morto em uma emboscada promovida por dois homens que chegaram em uma moto na Terra Indígena Caramuru-Paraguassu, no extremo sul da Bahia.

As possíveis motivações do assassinato não foram divulgadas, mas o caso está sendo investigado pela Coordenação de Conflitos Fundiários da Polícia Civil. Ao todo, cerca de 200 policiais participaram da operação.

"As prisões vão nos auxiliar a elucidar como aconteceu o crime com todas as suas variantes. É uma resposta necessária ao que estava acontecendo no extremo sul [da Bahia]", afirmou a delegada-geral da Polícia Civil, Heloísa Brito.

Os suspeitos presos serão interrogados e devem passar por audiência de custódia nesta terça-feira (20).

Lucas Santos de Oliveira tinha 31 anos e era cacique de uma aldeia Pataxó Hã-Hã-Hãe, um dos coordenadores do Mupoiba (Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia) e agente de saúde (no Distrito Sanitário Especial Indígena da Bahia).

Também fazia parte do conselho estadual dos Direitos dos Povos Indígenas da Bahia e filiado ao partido Rede Sustentabilidade.

A Terra Indígena Caramuru-Paraguassu, que fica entre os municípios de Itaju do Colônia, Pau Brasil e Camacan, possui 54 mil hectares e abriga cerca de 2.800 pessoas. O território tem um longo histórico de conflitos fundiários envolvendo fazendeiros e indígenas.

Nos anos 1970, o Governo da Bahia concedeu títulos de propriedade de terras para fazendeiros em áreas dentro da terra indígenas. Nas décadas seguintes, os indígenas se organizaram e iniciaram uma série de ações chamadas de "retomadas" e "autodemarcações", com a expulsão dos produtores rurais.

Em 2012, o Supremo Tribunal Federal julgou parcialmente procedente uma ação que discutia a anulação dos títulos de propriedade em terras localizadas na área da reserva indígena. A Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), autora da ação, alegou que a área já era ocupada pelos indígenas pataxó-hã-hã-hãe quando o governo titulou as terras.

Mesmo com a decisão em favor dos indígenas, o clima de tensão permaneceu na região nos últimos anos, incluindo casos de ameaças, mortes e a ação de milícias rurais.

A Bahia enfrenta uma a escalada de conflitos fundiários se agravou nos últimos anos e segue provocando mortes e tensão em territórios conflagrados.

Dados da Comissão Pastoral da Terra apontam que a Bahia registrou em 2022 um total de 99 conflitos agrários em áreas que chegam a 275 mil hectares, onde moram cerca de 9.500 famílias.

https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2024/08/policia-prende-oito-suspeitos-de-morte-de-lider-indigena-na-bahia.shtml
 

The news items published by the Indigenous Peoples in Brazil site are researched daily from a variety of media outlets and transcribed as presented by their original source. ISA is not responsible for the opinios expressed or errors contained in these texts. Please report any errors in the news items directly to the source