De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Com 8 mil indígenas, comunidade no Amazonas pede água e comida
16/09/2024
Fonte: BNC - https://bncamazonas.com.br
Defensoria entra em ação pelos moradores do Umariaçu, em Tabatinga, na tríplice fronteira
Após visitar a região da tríplice fronteira com Colômbia e Peru, para verificar as condições das comunidades diante da estiagem e seca dos rios, a Defensoria Pública do Amazonas (DPE-AM) anunciou neste dia 16 de setembro ações junto ao Governo do Estado por ajuda de água e comida aos moradores, sobretudo.
A primeira delas é em prol da comunidade indígena tikuna Umariaçu 2, no município de Tabatinga, onde moram cerca de 8 mil pessoas.
Conforme o órgão, a comunidade está sofrendo com falta de abastecimento de água potável e alimentos.
O cacique Éder Venâncio disse a defensores públicos que, por se tratar de uma comunidade indígena próxima à área urbana, a ajuda não chega.
"Não é porque estamos próximos que não precisamos. Eles não sabem as dificuldades que passamos aqui. Falta água porque a Cosama [empresa de água do estado] tem deixado a desejar, e agora também está faltando comida".
A forte vazante que atinge o rio Solimões na região também já prejudica o Umariaçu. Venâncio mostrou à DPE o que resta do igarapé que corta a comunidade: apenas um pequeno córrego.
"Aqui neste local a comunidade tomava banho, lavava roupa, porque a água não chega nas torneiras. Mas, com a seca, nem isso estamos podendo fazer. Está difícil demais".
Conforme o líder indígena, essa situação difícil, contudo, não é de hoje. Os efeitos das mudanças climáticas já atingem a comunidade há pelo menos quatro anos.
A agricultura, por exemplo, é uma das mais prejudicadas, impedindo que os moradores plantem os próprios alimentos.
"Nós plantamos macaxeira, cheiro-verde, pimentão, melancia, milho, várias coisas. Mas, agora, a gente não consegue mais porque o sol não permite. O calor mata as plantações e não temos mais chuva nesta época".
Para o cacique, portanto, há temor com o futuro. "No ano passado a seca foi horrível, mas este ano já está sendo bem pior. Ninguém sabe como vai ser ano que vem, o medo é grande".
O QUE FAZER
De acordo com o defensor público-geral, Rafael Barbosa, que esteve na visita ao Umariaçu, a DPE vai intermediar uma solução junto ao Governo do Estado.
Conforme Barbosa, isso vai ser feito por meio do Núcleo Especializado na Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais.
A primeira providência será um pedido para que a Defesa Civil do Amazonas inclua a comunidade no plano de ação contra a crise climática e que a Cosama resolva o problema da falta de abastecimento de água.
No dia 13 de setembro, o governador Wilson Lima foi pessoalmente à região do alto rio Solimões entregar 150 toneladas de alimentos e água para os municípios, entre os quais, Tabatinga.
Foto: reprodução/vídeo de Allan Leão/DPE
https://bncamazonas.com.br/municipios/com-8-mil-indigenas-comunidade-amazonas-pede-agua-comida/
Após visitar a região da tríplice fronteira com Colômbia e Peru, para verificar as condições das comunidades diante da estiagem e seca dos rios, a Defensoria Pública do Amazonas (DPE-AM) anunciou neste dia 16 de setembro ações junto ao Governo do Estado por ajuda de água e comida aos moradores, sobretudo.
A primeira delas é em prol da comunidade indígena tikuna Umariaçu 2, no município de Tabatinga, onde moram cerca de 8 mil pessoas.
Conforme o órgão, a comunidade está sofrendo com falta de abastecimento de água potável e alimentos.
O cacique Éder Venâncio disse a defensores públicos que, por se tratar de uma comunidade indígena próxima à área urbana, a ajuda não chega.
"Não é porque estamos próximos que não precisamos. Eles não sabem as dificuldades que passamos aqui. Falta água porque a Cosama [empresa de água do estado] tem deixado a desejar, e agora também está faltando comida".
A forte vazante que atinge o rio Solimões na região também já prejudica o Umariaçu. Venâncio mostrou à DPE o que resta do igarapé que corta a comunidade: apenas um pequeno córrego.
"Aqui neste local a comunidade tomava banho, lavava roupa, porque a água não chega nas torneiras. Mas, com a seca, nem isso estamos podendo fazer. Está difícil demais".
Conforme o líder indígena, essa situação difícil, contudo, não é de hoje. Os efeitos das mudanças climáticas já atingem a comunidade há pelo menos quatro anos.
A agricultura, por exemplo, é uma das mais prejudicadas, impedindo que os moradores plantem os próprios alimentos.
"Nós plantamos macaxeira, cheiro-verde, pimentão, melancia, milho, várias coisas. Mas, agora, a gente não consegue mais porque o sol não permite. O calor mata as plantações e não temos mais chuva nesta época".
Para o cacique, portanto, há temor com o futuro. "No ano passado a seca foi horrível, mas este ano já está sendo bem pior. Ninguém sabe como vai ser ano que vem, o medo é grande".
O QUE FAZER
De acordo com o defensor público-geral, Rafael Barbosa, que esteve na visita ao Umariaçu, a DPE vai intermediar uma solução junto ao Governo do Estado.
Conforme Barbosa, isso vai ser feito por meio do Núcleo Especializado na Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais.
A primeira providência será um pedido para que a Defesa Civil do Amazonas inclua a comunidade no plano de ação contra a crise climática e que a Cosama resolva o problema da falta de abastecimento de água.
No dia 13 de setembro, o governador Wilson Lima foi pessoalmente à região do alto rio Solimões entregar 150 toneladas de alimentos e água para os municípios, entre os quais, Tabatinga.
Foto: reprodução/vídeo de Allan Leão/DPE
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