De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Grupo de Agentes Ambientais Krenyê realiza 1a Expedição de Mapeamento Participativo
20/12/2024
Autor: Fernando Ralfer
Fonte: CTI - https://trabalhoindigenista.org.br
De 8 a 13 de dezembro, jovens do povo Krenyê que participam da Formação de Agentes Ambientais Timbira, acompanhados por conselheiros mais velhos de seu povo e assessores técnicos do CTI, realizaram a primeira Expedição de Mapeamento Participativo na Reserva Indígena Krenyê.
As expedições, que consistem em andanças pelo território, são parte essencial da formação dos jovens agentes. Na Reserva Krenyê, a expedição teve início com o grupo percorrendo os limites do território, identificando e mapeando os locais de vulnerabilidades e invasões, mas também de potencialidades; e em seguida percorreram os locais de nascentes e riachos, de coleta de plantas medicinais e frutas, como bacaba, buriti, pequi e jenipapo, entre outros.
Pautadas no diálogo de saberes, as andanças têm como objetivo contribuir para que os jovens indígenas conheçam melhor o território a partir da orientação de conselheiros mais velhos, fortalecendo assim a transmissão de conhecimentos entre as gerações. As expedições contribuem também para que eles aprendam sobre mapeamento participativo e levantamento de dados territoriais geoespaciais. Nas andanças, eles fazem anotações em cadernos e fotografam os locais com o celular.
"A gente tá podendo ver onde ficam de fato os limites do nosso território, se tem cerca passando mais para dentro, ou para fora, identificando se tem erros... Para mim é muito gratificante estar fazendo esse trabalho que não vai ficar só para mim, mas também para as futuras gerações", destaca o agente ambiental Kapric Krenjê.
"Para nós, é uma porta que está se abrindo. É uma oportunidade da gente conhecer melhor o nosso território e poder melhorar a qualidade de vida do nosso povo. O território, para ser sagrado, tem que ser cuidado. E essa formação ajuda a gente nessa base de sustento, de resistência, para que mais tarde a nova geração encontre um território vivo e preservado", explica Raimundinho Krenyê, cacique da Aldeia Mangueira, que guiou os jovens durante todos os dias de andanças pelo território.
A formação de Agentes Ambientais Timbira é uma das ações que compõem o eixo temático de Educação para a Gestão Socioambiental do Plano de Gestão Territorial e Ambiental das Terras Indígenas Timbira, e vem sendo desenvolvida desde 1997, por meio de distintos projetos que mobilizam a agenda Mentwajê Ambiental.
É uma atividade do projeto "Aliança dos Povos Indígenas pelas Florestas da Amazônia Oriental: Conservar, Proteger e Restaurar", conta com apoio da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional - USAID e é realizada pelo CTI, ISPN, e as organizações indígenas COAPIMA, AMIMA e Associação Wyty-Catë das Comunidades Timbira do Maranhão e Tocantins."
Um povo quase extinto
Parte do grupo de povos Timbira, o povo Krenyê vive atualmente um processo de reconstrução de sua história, com o resgate da sua língua, cultura e costumes. Desde 2004 reivindicavam a demarcação de suas terras e lutavam por reconhecimento de sua identidade étnica. Apenas em 2018, após quase 80 anos de expulsão do seu território tradicional, o povo Krenyê obteve uma decisão favorável da Justiça Federal no Maranhão para a aquisição de uma terra, que hoje é a reserva indígena onde vivem, localizada no município de Tuntum, tendo, finalmente, condições para ter o bem viver.
https://trabalhoindigenista.org.br/agentes-ambientais-krenye-primeira-expedicao/
As expedições, que consistem em andanças pelo território, são parte essencial da formação dos jovens agentes. Na Reserva Krenyê, a expedição teve início com o grupo percorrendo os limites do território, identificando e mapeando os locais de vulnerabilidades e invasões, mas também de potencialidades; e em seguida percorreram os locais de nascentes e riachos, de coleta de plantas medicinais e frutas, como bacaba, buriti, pequi e jenipapo, entre outros.
Pautadas no diálogo de saberes, as andanças têm como objetivo contribuir para que os jovens indígenas conheçam melhor o território a partir da orientação de conselheiros mais velhos, fortalecendo assim a transmissão de conhecimentos entre as gerações. As expedições contribuem também para que eles aprendam sobre mapeamento participativo e levantamento de dados territoriais geoespaciais. Nas andanças, eles fazem anotações em cadernos e fotografam os locais com o celular.
"A gente tá podendo ver onde ficam de fato os limites do nosso território, se tem cerca passando mais para dentro, ou para fora, identificando se tem erros... Para mim é muito gratificante estar fazendo esse trabalho que não vai ficar só para mim, mas também para as futuras gerações", destaca o agente ambiental Kapric Krenjê.
"Para nós, é uma porta que está se abrindo. É uma oportunidade da gente conhecer melhor o nosso território e poder melhorar a qualidade de vida do nosso povo. O território, para ser sagrado, tem que ser cuidado. E essa formação ajuda a gente nessa base de sustento, de resistência, para que mais tarde a nova geração encontre um território vivo e preservado", explica Raimundinho Krenyê, cacique da Aldeia Mangueira, que guiou os jovens durante todos os dias de andanças pelo território.
A formação de Agentes Ambientais Timbira é uma das ações que compõem o eixo temático de Educação para a Gestão Socioambiental do Plano de Gestão Territorial e Ambiental das Terras Indígenas Timbira, e vem sendo desenvolvida desde 1997, por meio de distintos projetos que mobilizam a agenda Mentwajê Ambiental.
É uma atividade do projeto "Aliança dos Povos Indígenas pelas Florestas da Amazônia Oriental: Conservar, Proteger e Restaurar", conta com apoio da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional - USAID e é realizada pelo CTI, ISPN, e as organizações indígenas COAPIMA, AMIMA e Associação Wyty-Catë das Comunidades Timbira do Maranhão e Tocantins."
Um povo quase extinto
Parte do grupo de povos Timbira, o povo Krenyê vive atualmente um processo de reconstrução de sua história, com o resgate da sua língua, cultura e costumes. Desde 2004 reivindicavam a demarcação de suas terras e lutavam por reconhecimento de sua identidade étnica. Apenas em 2018, após quase 80 anos de expulsão do seu território tradicional, o povo Krenyê obteve uma decisão favorável da Justiça Federal no Maranhão para a aquisição de uma terra, que hoje é a reserva indígena onde vivem, localizada no município de Tuntum, tendo, finalmente, condições para ter o bem viver.
https://trabalhoindigenista.org.br/agentes-ambientais-krenye-primeira-expedicao/
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