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Desmatamento na Amazônia tem alta de 18% a poucos meses da COP, diz estudo

25/04/2025

Fonte: OESP - https://docs.google.com/



Desmatamento na Amazônia tem alta de 18% a poucos meses da COP, diz estudo
Bioma perde área semelhante à de SP e à do ABC de agosto de 2024 a março de 2025, aponta Imazon; ministério diz que dados oficiais indicam queda de 9,7%

25/04/2025

Juliana Domingos de Lima

A Amazônia Legal teve alta de 18% no desmatamento acumulado de agosto de 2024 a março deste ano, ante o período anterior (de agosto de 2023 a março de 2024), segundo o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Instituto Imazon, divulgados nesta sexta-feira, 24.

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A área desmatada, de 2.296 km², se aproxima à da cidade de São Paulo somada aos municípios do ABC, e é a 6ª maior da série histórica para o período, segundo o órgão de pesquisa, que não é vinculado ao governo.

Ao Estadão, o Ministério do Meio Ambiente disse que os dados oficiais de monitoramento dos alertas de desmate em tempo real e da degradação florestal são fornecidos pelo sistema Deter do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), ligado à pasta de Ciência e Tecnologia. Segundo ele, no período, houve queda de 9,7% nas áreas sob alerta de desmatamento ante o período de agosto de 2023 a março de 2024.

A tendência de alta indicada pela ferramenta pode ser especialmente preocupante no ano em que o Brasil recebe a Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-30), realizada em novembro em Belém. O combate ao desmatamento é uma das principais bandeiras ambientais do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que mira o compromisso do País de zerá-lo até 2030 para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Área degradada aumentou mais de quatro vezes
Enquanto o desmatamento consiste na remoção total da cobertura vegetal, a degradação florestal é ocasionada pelas queimadas e extração madeireira, que impactam a biodiversidade, a produção de água e o estoque de carbono da floresta, mesmo quando parte dela permanece em pé.

O processo de degradação também facilita a entrada de novos incêndios na mata.

Segundo os dados do Imazon divulgados nesta quinta-feira, a área degradada da Amazônia foi de 34.013 km² no período de agosto de 2024 a março de 2025, uma área 329% - ou seja, mais de quatro vezes - maior em comparação ao acumulado de agosto de 2023 a março de 2024.

O instituto relaciona a alta exponencial na degradação às queimadas que atingiram grandes áreas da floresta amazônica em 2024.

De outubro de 2024 a março de 2025, a área degradada na Amazônia se estabilizou (veja gráfico abaixo), mas se mantém em um patamar historicamente alto.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, no mesmo intervalo temporal, os dados oficiais apontam que a degradação "aumentou 154% na Amazônia devido aos incêndios florestais, intensificados pelo segundo ano consecutivo de seca extrema no bioma". O quadro, continua a pasta, não decorreu do aumento na exploração ilegal de madeira.

"Por outro lado, de dezembro de 2024 a março de 2025, o Deter/Inpe identificou redução de 69% na degradação florestal da Amazônia na comparação ao período de dezembro de 2023 a março de 2024. Essa diminuição expressiva comprova que a escalada anterior resultou, sobretudo, dos incêndios atípicos ocorridos de agosto e novembro de 2024", acrescenta.

Ações precisam ser mais estratégicas, diz pesquisadora

O acumulado considera os primeiros oito meses do "calendário do desmatamento", período de agosto a julho, definido em função da estação chuvosa do bioma (de novembro a maio). Historicamente, as maiores taxas de desmatamento no período mais seco (de junho a outubro), por ser mais difícil desmatar, queimar e extrair madeira com chuva). Para a comparação ser justa, o monitoramento mensal compara os números ao mesmo mês do ano anterior.

O SAD é uma ferramenta do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) que monitora mensalmente o ritmo do desmate e da degradação florestal na região e se baseia em imagens dos satélites Landsat 7 e 8, da Nasa, e Sentinel 1A, 1B, 2A e 2B, da Agência Espacial Européia (ESA).

Para a pesquisadora do Imazon Larissa Amorim, a intensificação das ações de combate e controle nos anos recentes preveniu uma situação mais grave. "O Brasil retomou a pauta ambiental, caso isso não tivesse acontecido a situação do desmatamento e da degradação florestal poderia estar mais crítica", pondera.

Ela afirma que ainda há tempo para reverter o cenário de alta - o período mais seco, com maiores taxas de desmate, começa em junho -, mas é preciso "focar em ações mais estratégicas, direcionando os esforços para as áreas mais pressionadas", diz. Pará, Mato Grosso e Amazonas tiveram no período os maiores aumentos nas áreas desmatadas e degradadas.

https://www.estadao.com.br/sustentabilidade/desmatamento-na-amazonia-tem-alta-de-18-a-poucos-meses-da-cop-diz-estudo/
 

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