De Povos Indígenas no Brasil
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News
Mineradoras vão destinar US$ 11,3 bilhões em iniciativas socioambientais até 2029
29/04/2025
Fonte: O Globo - https://oglobo.globo.com/
Mineradoras vão destinar US$ 11,3 bilhões em iniciativas socioambientais até 2029
Às vésperas da COP30, agenda ambiental tem entrado na rotina das empresas do setor
29/04/2025
Às vésperas da COP30, a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, da qual o Brasil é anfitrião, mineradoras brasileiras têm ampliado investimentos em iniciativas socioambientais e em minerais essenciais para a transição energética. Do total de US$ 68,4 bilhões previstos de investimentos até 2029, ações socioambientais representam 16,6% do montante, US$ 11,3 bilhões, só perdendo para exploração de minério.
Gerente de Assuntos Minerais do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Aline Nunes, destaca que a mineração brasileira tem seguido a tendência mundial de transição para uma economia de baixa emissão de carbono. Para isso, a eficiência energética, com mudança nas matrizes, ganhou mais destaque:
- Existem minas já operando com uso principalmente de energia elétrica, substituindo caminhões por correias transportadoras e investimentos em fontes de energia alternativas. Até pouco tempo, os projetos voltados para eficiência energética acabavam, muitas vezes, com dificuldades na obtenção de recursos financeiros e apoio na execução dos projetos. Isso tem mudado, mas a caminhada ainda é longa.
Rejeitos a seco
Professor de Engenharia de Minas da UFMG, Roberto Galéry analisa que a agenda ambiental tem entrado na rotina das empresas do setor. Ele destaca a digitalização quase onipresente, da prospecção à exploração e beneficiamento, até a substituição de combustíveis fósseis por maquinários e veículos elétricos.
Outro ponto lembrado por Galéry são as mudanças no gerenciamento dos rejeitos, desde tragédias causadas pelo rompimento de barragens de Mariana, em 2015, e de Brumadinho, em 2019.
O pesquisador diz que, hoje, a maior parte do rejeito é separado: após a filtragem, a água é reutilizada e o resíduo do minério é depositado em áreas de estocagem, substituindo as tradicionais barragens pelo empilhamento dos rejeitos a seco.
Ele diz que estudos têm sido feitos para o uso do rejeito na fabricação de blocos que podem ser usados na construção civil, setor que mais consome minerais.
- Há mineradoras já contratando estudos nessa linha e até municípios atuando nessa frente. Além de resolver parte do problema do rejeito, gera emprego e supre uma necessidade da construção civil de maneira mais sustentável.
A Vale produziu cerca de 12 milhões de toneladas de minério de ferro no ano passado a partir de rejeitos, cerca de 3,7% das 328 milhões de toneladas produzidas. No programa de mineração circular, a companhia afirma esperar produzir cerca de 30 milhões de toneladas até 2030.
Emir Calluf, presidente da BHP Brasil, diz que é difícil pensar em setores produtivos que não conciliem a sustentabilidade com a tecnologia.
-Quando olhamos para a mineração, essa preocupação precisa ser ainda mais intensa, uma vez que somos o setor responsável por garantir esse futuro mais sustentável ao suprir as indústrias com commodities necessárias para a transição energética, e o desenvolvimento das tecnologias. Existem desafios intrínsecos à atividade minerária, mas isso não impede que o setor busque formas de garantir operações mais sustentáveis e tecnológicas.
Em Mariana, na Região Central de Minas Gerais, a Cedro Mineração trabalha na transição tecnológica da mina de ferro para uma produção de alto teor. O plano da companhia é, gradualmente, substituir o "sinter feed", tipo de minério mais comum no Brasil, pelo "pellet feed".
Com partículas mais finas, essa variação do minério tem maior concentração de ferro e menos sílica, o que reduz em até 50% nas emissões de gases do efeito estufa quando o material é usado na siderurgia:
- A inovação abrange uma mudança completa no processo produtivo para aumentar significativamente a produção, oferecer um produto com menor impacto ambiental e, crucialmente, eliminar a utilização de barragens, passando para o empilhamento de 100% de rejeito gerado - explica Wanderley Santo, diretor de operações da Cedro.
Com as mudanças no manejo do rejeito, o reaproveitamento de água também aumentou. A RHI Magnesita, que minera magnesita para exportação e para a produção de refratários (materiais que revestem fornos de alta temperatura), tem um ciclo fechado que faz recircular na unidade de tratamento 90% da água do processo.
- A redução das emissões de gases de efeito estufa só será alcançada por meio de uma transição energética realizada num esforço global e conjunto. Essa transformação demandará cada vez mais recursos minerais, com o desenvolvimento tecnológico no uso de minerais estratégicos e equipamentos de eficiência energética e energias renováveis - observa Aline, do Ibram.
Energia renovável
CEO da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), Ricardo Lima, analisa que a realização da COP30 no Brasil coloca o país em destaque nas discussões globais sobre mudanças climáticas e a transição energética.
E que o evento pode trazer novas demandas e "acelerar o processo de transformação em setores como a siderurgia e a mobilidade elétrica", áreas que o nióbio produzido pela empresa é usado.
Lima afirma que a empresa vem substituindo gradualmente fontes fósseis de combustíveis por alternativas renováveis, além de ter alcançado em 2019 emissão zero no escopo 2, com o consumo total de energia elétrica a partir de fontes renováveis.
- No ano passado, os investimentos continuaram focados em soluções para descarbonização. Intensificamos iniciativas para substituir combustíveis fósseis por alternativas de menor emissão, como testes com BioGLP. Além disso, a empresa tem investido no desenvolvimento de fornecedores de biometano, biodiesel e carvão de melhor qualidade, para reduzir o impacto ambiental das operações.
https://oglobo.globo.com/economia/negocios/noticia/2025/04/29/mineradoras-vao-destinar-us-113-bilhoes-em-iniciativas-socioambientais-ate-2029.ghtml
Às vésperas da COP30, agenda ambiental tem entrado na rotina das empresas do setor
29/04/2025
Às vésperas da COP30, a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, da qual o Brasil é anfitrião, mineradoras brasileiras têm ampliado investimentos em iniciativas socioambientais e em minerais essenciais para a transição energética. Do total de US$ 68,4 bilhões previstos de investimentos até 2029, ações socioambientais representam 16,6% do montante, US$ 11,3 bilhões, só perdendo para exploração de minério.
Gerente de Assuntos Minerais do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Aline Nunes, destaca que a mineração brasileira tem seguido a tendência mundial de transição para uma economia de baixa emissão de carbono. Para isso, a eficiência energética, com mudança nas matrizes, ganhou mais destaque:
- Existem minas já operando com uso principalmente de energia elétrica, substituindo caminhões por correias transportadoras e investimentos em fontes de energia alternativas. Até pouco tempo, os projetos voltados para eficiência energética acabavam, muitas vezes, com dificuldades na obtenção de recursos financeiros e apoio na execução dos projetos. Isso tem mudado, mas a caminhada ainda é longa.
Rejeitos a seco
Professor de Engenharia de Minas da UFMG, Roberto Galéry analisa que a agenda ambiental tem entrado na rotina das empresas do setor. Ele destaca a digitalização quase onipresente, da prospecção à exploração e beneficiamento, até a substituição de combustíveis fósseis por maquinários e veículos elétricos.
Outro ponto lembrado por Galéry são as mudanças no gerenciamento dos rejeitos, desde tragédias causadas pelo rompimento de barragens de Mariana, em 2015, e de Brumadinho, em 2019.
O pesquisador diz que, hoje, a maior parte do rejeito é separado: após a filtragem, a água é reutilizada e o resíduo do minério é depositado em áreas de estocagem, substituindo as tradicionais barragens pelo empilhamento dos rejeitos a seco.
Ele diz que estudos têm sido feitos para o uso do rejeito na fabricação de blocos que podem ser usados na construção civil, setor que mais consome minerais.
- Há mineradoras já contratando estudos nessa linha e até municípios atuando nessa frente. Além de resolver parte do problema do rejeito, gera emprego e supre uma necessidade da construção civil de maneira mais sustentável.
A Vale produziu cerca de 12 milhões de toneladas de minério de ferro no ano passado a partir de rejeitos, cerca de 3,7% das 328 milhões de toneladas produzidas. No programa de mineração circular, a companhia afirma esperar produzir cerca de 30 milhões de toneladas até 2030.
Emir Calluf, presidente da BHP Brasil, diz que é difícil pensar em setores produtivos que não conciliem a sustentabilidade com a tecnologia.
-Quando olhamos para a mineração, essa preocupação precisa ser ainda mais intensa, uma vez que somos o setor responsável por garantir esse futuro mais sustentável ao suprir as indústrias com commodities necessárias para a transição energética, e o desenvolvimento das tecnologias. Existem desafios intrínsecos à atividade minerária, mas isso não impede que o setor busque formas de garantir operações mais sustentáveis e tecnológicas.
Em Mariana, na Região Central de Minas Gerais, a Cedro Mineração trabalha na transição tecnológica da mina de ferro para uma produção de alto teor. O plano da companhia é, gradualmente, substituir o "sinter feed", tipo de minério mais comum no Brasil, pelo "pellet feed".
Com partículas mais finas, essa variação do minério tem maior concentração de ferro e menos sílica, o que reduz em até 50% nas emissões de gases do efeito estufa quando o material é usado na siderurgia:
- A inovação abrange uma mudança completa no processo produtivo para aumentar significativamente a produção, oferecer um produto com menor impacto ambiental e, crucialmente, eliminar a utilização de barragens, passando para o empilhamento de 100% de rejeito gerado - explica Wanderley Santo, diretor de operações da Cedro.
Com as mudanças no manejo do rejeito, o reaproveitamento de água também aumentou. A RHI Magnesita, que minera magnesita para exportação e para a produção de refratários (materiais que revestem fornos de alta temperatura), tem um ciclo fechado que faz recircular na unidade de tratamento 90% da água do processo.
- A redução das emissões de gases de efeito estufa só será alcançada por meio de uma transição energética realizada num esforço global e conjunto. Essa transformação demandará cada vez mais recursos minerais, com o desenvolvimento tecnológico no uso de minerais estratégicos e equipamentos de eficiência energética e energias renováveis - observa Aline, do Ibram.
Energia renovável
CEO da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), Ricardo Lima, analisa que a realização da COP30 no Brasil coloca o país em destaque nas discussões globais sobre mudanças climáticas e a transição energética.
E que o evento pode trazer novas demandas e "acelerar o processo de transformação em setores como a siderurgia e a mobilidade elétrica", áreas que o nióbio produzido pela empresa é usado.
Lima afirma que a empresa vem substituindo gradualmente fontes fósseis de combustíveis por alternativas renováveis, além de ter alcançado em 2019 emissão zero no escopo 2, com o consumo total de energia elétrica a partir de fontes renováveis.
- No ano passado, os investimentos continuaram focados em soluções para descarbonização. Intensificamos iniciativas para substituir combustíveis fósseis por alternativas de menor emissão, como testes com BioGLP. Além disso, a empresa tem investido no desenvolvimento de fornecedores de biometano, biodiesel e carvão de melhor qualidade, para reduzir o impacto ambiental das operações.
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