De Povos Indígenas no Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.

Notícias

Distrito sanitário indígena do Ceará cria projeto para valorizar as medicinas indígenas

17/03/2025

Fonte: Ministério da Saúde - gov.br/saude



Projeto, em parceria com a Fiocruz, vai lançar plataforma online para mapeamento participativo dos especialistas em medicinas indígenas e prevê a produção de um vídeo documentário

O Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) do Ceará, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio do Programa Inova, realizam o projeto Tecnologias de Cuidados Indígenas: Mapeamento Participativo dos Especialistas em Medicinas Indígenas do Ceará. O projeto é uma iniciativa para mapear, promover, reconhecer e valorizar os especialistas indígenas e suas práticas dentro do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS).

O mapeamento dos especialistas indígenas será feito através de 10 pesquisadores selecionados, que contribuirão para a criação de uma plataforma digital colaborativa, que servirá como referência para o reconhecimento e valorização dos saberes ancestrais de cura. Além da plataforma digital, o projeto prevê a produção de um vídeo documentário, que registrará em imagens e depoimentos a importância e a diversidade das medicinas indígenas no Ceará, sensibilizando a sociedade e os gestores públicos para a relevância dessas práticas ancestrais.

Ao todo, serão envolvidas neste mapeamento as 15 etnias, distribuídas em 106 aldeias de 17 municípios que são atendidos pelos 10 polos-base do Dsei. Para o coordenador indígena do projeto, Edivan Tremembé, a abordagem é absolutamente relevante para preservar um patrimônio cultural de inestimável valor para toda a sociedade brasileira: "A medicina indígena é parte essencial da nossa identidade e saúde coletiva. No entanto, sem reconhecimento e valorização, esses saberes correm o risco de se perder. Este projeto busca garantir que os especialistas indígenas sejam reconhecidos como agentes de saúde, fortalecendo nossa autonomia e nossa cultura", afirma.

Os realizadores afirmam que promover o diálogo intercultural, o respeito à diversidade e a construção de um sistema de saúde mais equitativo e sensível às necessidades específicas dos povos indígenas são imperativos entre as ações do projeto e que ao fortalecer as tecnologias tradicionais de cura e cuidado, a iniciativa contribui para a promoção integral e o bem-estar dos povos indígenas.

Mapeamento participativo

O projeto representa um avanço significativo para o fortalecimento das medicinas indígenas e para a formulação de políticas públicas mais inclusivas. Entre os principais resultados esperados, destacam-se:

Mapeamento participativo dos especialistas indígenas e suas tecnologias de cura no Ceará, sistematizando informações fundamentais para o reconhecimento dessas práticas;
Criação de um inventário, documentando práticas terapêuticas, uso de plantas medicinais e rituais de cura;
Construção de uma plataforma interativa digital, permitindo o acesso a informações sobre as medicinas indígenas e seus especialistas nos territórios;
Elaboração de relatórios técnicos e diretrizes para gestores de saúde, auxiliando na integração das medicinas indígenas ao SASI-SUS;
Produção de um vídeo documentário, promovendo a valorização e a disseminação dos saberes tradicionais para diferentes públicos;
Formação e capacitação de pesquisadores indígenas, garantindo a autonomia e o protagonismo dos povos originários na pesquisa sobre seus próprios conhecimentos.
Diálogo intercultural

Também está prevista a realização do IV Encontro dos Cuidadores e Cuidadoras da Medicina Indígena no Ceará, reunindo especialistas indígenas, lideranças comunitárias, gestores de saúde e pesquisadores para debater os resultados do projeto e traçar estratégias para a valorização das práticas tradicionais dentro do sistema público de saúde.

Para os idealizadores do projeto, esta abordagem representa um novo paradigma na relação entre conhecimento tradicional e ciência, promovendo um diálogo intercultural e a construção de um modelo de atenção diferenciado e intercultural dentro do sistema de saúde indígena.

Ao fortalecer as medicinas indígenas dentro do sistema público de saúde, a iniciativa se torna um exemplo de valorização cultural e protagonismo dos povos indígenas na construção de um futuro mais inclusivo e equitativo.

Sílvia Alves
Ministério da Saúde

https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2025/marco/distrito-sanitario-indigena-do-ceara-cria-projeto-para-valorizar-as-medicinas-indigenas
 

As notícias publicadas no site Povos Indígenas no Brasil são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos .Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.