De Povos Indígenas no Brasil
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Florestas em chamas
21/05/2025
Fonte: FSP - https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/
Florestas em chamas
Incêndios elevam devastação no mundo e no Brasil; governos devem conter degradação das matas e criar plano de adaptação
21.mai.2025 às 22h00
Após dez anos da negociação do Acordo de Paris, o tratado da ONU para mitigar a crise do clima, a devastação das florestas, que contribui para o efeito estufa, não só não diminuiu como aumentou.
Além disso, revela-se um círculo vicioso: temperaturas elevadas e estiagens oriundas da mudança climática impulsionam a destruição. E o Brasil é um dos países que tem sofrido com o fenômeno.
Segundo o relatório da plataforma Global Forest Watch (GFW), em 2024 o planeta perdeu cerca de 30 milhões de hectares de cobertura arbórea, alta de 5% em relação a 2023 e o maior número desde o início da série histórica, em 2002 - isso considerando todos os níveis de densidade de copas das árvores.
Os incêndios puxaram a alta e foram responsáveis pela emissão de 4,1 gigatoneladas (Gt) de gases de efeito estufa (4 vezes mais do que as viagens aéreas em 2023). Nas regiões temperadas, florestas boreais queimam mais fácil; em 2024, a extensão das chamas foi muito acima dos padrões.
Já nos trópicos, a devastação da cobertura arbórea com mais de 30% de densidade de copa foi de 6,7 milhões de hectares, 80% acima do registrado no ano anterior (3,7 milhões). O fogo também elevou as taxas. Em 2023, ele causou 18,5% do deflorestamento (0,7 milhões de hectares), ante 48,2% (3,2 milhões) em 2024.
Com 2,8 milhões de hectares, o Brasil possui 42% da área destruída nos trópicos, alta de 154,5% em relação a 2023 (1,1 milhão). Incêndios geraram 66% da perda de cobertura arbórea, 41 pontos percentuais a mais do que em 2023.
Levantamento do MapBiomas divulgado no dia 15 aponta queda do desmatamento no país durante o mesmo período, de 1,8 milhões de hectares para 1,2 milhões. A diferença se dá porque a GFW considera destruições parciais da mata, enquanto o MapBiomas registra só a supressão completa da vegetação nativa.
A junção da mudança climática com o El Niño produziu seca severa no Brasil em 2024, o que impulsionou incêndios florestais, principalmente na amazônia. Fenômeno similar se deu em 2016, quando 2,8 milhões de hectares de cobertura florestal foram destruídos, sendo que 57,4% deles pelo fogo, ainda segundo a GFW.
Dada a realidade de longo prazo da crise do clima, e as experiências de 2016 e 2024, governos nas três esferas precisam conter a degradação florestal, que torna as matas mais inflamáveis, e instituir planos de adaptação para eventos extremos. Caso contrário, os números continuarão a mostrar a falta de comprometimento com o Acordo de Paris.
editoriais@grupofolha.com.br
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2025/05/florestas-em-chamas.shtml
Incêndios elevam devastação no mundo e no Brasil; governos devem conter degradação das matas e criar plano de adaptação
21.mai.2025 às 22h00
Após dez anos da negociação do Acordo de Paris, o tratado da ONU para mitigar a crise do clima, a devastação das florestas, que contribui para o efeito estufa, não só não diminuiu como aumentou.
Além disso, revela-se um círculo vicioso: temperaturas elevadas e estiagens oriundas da mudança climática impulsionam a destruição. E o Brasil é um dos países que tem sofrido com o fenômeno.
Segundo o relatório da plataforma Global Forest Watch (GFW), em 2024 o planeta perdeu cerca de 30 milhões de hectares de cobertura arbórea, alta de 5% em relação a 2023 e o maior número desde o início da série histórica, em 2002 - isso considerando todos os níveis de densidade de copas das árvores.
Os incêndios puxaram a alta e foram responsáveis pela emissão de 4,1 gigatoneladas (Gt) de gases de efeito estufa (4 vezes mais do que as viagens aéreas em 2023). Nas regiões temperadas, florestas boreais queimam mais fácil; em 2024, a extensão das chamas foi muito acima dos padrões.
Já nos trópicos, a devastação da cobertura arbórea com mais de 30% de densidade de copa foi de 6,7 milhões de hectares, 80% acima do registrado no ano anterior (3,7 milhões). O fogo também elevou as taxas. Em 2023, ele causou 18,5% do deflorestamento (0,7 milhões de hectares), ante 48,2% (3,2 milhões) em 2024.
Com 2,8 milhões de hectares, o Brasil possui 42% da área destruída nos trópicos, alta de 154,5% em relação a 2023 (1,1 milhão). Incêndios geraram 66% da perda de cobertura arbórea, 41 pontos percentuais a mais do que em 2023.
Levantamento do MapBiomas divulgado no dia 15 aponta queda do desmatamento no país durante o mesmo período, de 1,8 milhões de hectares para 1,2 milhões. A diferença se dá porque a GFW considera destruições parciais da mata, enquanto o MapBiomas registra só a supressão completa da vegetação nativa.
A junção da mudança climática com o El Niño produziu seca severa no Brasil em 2024, o que impulsionou incêndios florestais, principalmente na amazônia. Fenômeno similar se deu em 2016, quando 2,8 milhões de hectares de cobertura florestal foram destruídos, sendo que 57,4% deles pelo fogo, ainda segundo a GFW.
Dada a realidade de longo prazo da crise do clima, e as experiências de 2016 e 2024, governos nas três esferas precisam conter a degradação florestal, que torna as matas mais inflamáveis, e instituir planos de adaptação para eventos extremos. Caso contrário, os números continuarão a mostrar a falta de comprometimento com o Acordo de Paris.
editoriais@grupofolha.com.br
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2025/05/florestas-em-chamas.shtml
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