De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Durante ATL, povos indígenas da Amazônia cobram soluções concretas para a COP30
07/04/2025
Autor: Karina Pinheiro
Fonte: Info Amazonia - https://pulsoamazonico.wordpress.com
Brasília, 7 de abril de 2025 - A maior mobilização indígena do Brasil começou com um marco histórico. Durante o primeiro dia de programação do Acampamento Terra Livre (ATL) 2025, que iniciou no dia 7 de abril, representantes dos Povos Indígenas da Amazônia, das Ilhas do Pacífico e da Austrália firmaram uma aliança internacional sem precedentes, com vistas à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que ocorrerá em Belém (PA) em novembro deste ano.
Realizada na tenda da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), a cerimônia foi marcada por rituais tradicionais e pelo lançamento da declaração "Unidos pela Força da Terra: A Resposta Somos Nós", um apelo urgente por justiça climática e protagonismo indígena nas decisões globais.
A aliança reúne organizações e lideranças indígenas que já atuam conjuntamente em instâncias como o G9 - articulação de representantes dos nove países da Bacia Amazônica - e a Troika Indígena, composta por lideranças da Amazônia, do Pacífico e da Austrália. Entre os signatários da declaração estão também os Pacific Climate Warriors, reconhecidos por sua atuação nas COPs anteriores.
"Se depender de nós, a COP30 será uma virada"
No texto, os povos indígenas denunciam a inação dos governos frente à emergência climática e afirmam que não há mais tempo para promessas: "A crise climática não espera, e os governos falham em agir diante da maior ameaça à humanidade", destaca um trecho da declaração.
A união entre os guardiões da maior floresta tropical e do maior oceano do planeta é apresentada como um contraponto à lógica egoísta das potências mundiais.
"Enquanto os governos seguem a lógica de 'cada um por si', nós tecemos uma rede de resistência e esperança entre as terras da Amazônia e os mares do Pacífico", afirma a declaração.
Entre as principais reivindicações apresentadas na declaração estão a garantia de participação plena e com poder de decisão para lideranças indígenas nas negociações da COP30, a redução imediata das emissões de gases de efeito estufa com transição para fontes de energia limpa, e o financiamento direto às comunidades que preservam os ecossistemas. Os povos indígenas também exigem compensações justas pelos danos sofridos e o reconhecimento oficial de seu papel fundamental na proteção das florestas, oceanos e solos.
Vozes de resistência e esperança
A cerimônia de abertura foi acompanhada de discursos emocionados. Para Toya Manchineri, coordenador da Coiab e membro do G9, este é um momento decisivo para a humanidade:
"As maiores autoridades climáticas somos nós, os guardiões da Terra, as lideranças indígenas. Hoje é um dia histórico, em que os povos da maior floresta do mundo se unem com os povos do maior oceano do mundo para enfrentar o maior desafio planetário hoje, as mudanças climáticas", afirma.
George Nacewa, dos Pacific Climate Warriors e organizador comunitário da 350.org em Fiji, fez um apelo direto:
"Os guardiões da Amazônia e do Pacífico estão sendo negligenciados. Se os líderes mundiais não têm a coragem de agir, então nos levem à mesa de decisão - nós os ajudaremos a encontrar o caminho."
Já Patricia Suarez, da Organização Nacional dos Povos Indígenas da Amazônia Colombiana (OPIAC), ressaltou a gravidade da situação em seu país:
"A Amazônia está sangrando até a morte. Não podemos mais aceitar decisões globais sem nossa participação plena. Nossa luta é a mesma: pelas florestas, pelos nossos direitos, pelo equilíbrio da vida."
Um chamado global
Com o tema "Pelo Clima e Pela Amazônia: A Resposta Somos Nós", o ATL 2025 promete ser um dos mais internacionais da história. A expectativa é de que as discussões do acampamento influenciem diretamente a construção da agenda da COP30 - a primeira a ser sediada na Amazônia.
A declaração completa e os registros da cerimônia de abertura estão sendo atualizados ao longo do dia pela equipe da 350.org e podem ser acessados junto à assessoria de imprensa do evento.
https://pulsoamazonico.wordpress.com/2025/04/08/durante-atl-povos-indigenas-da-amazonia-cobram-solucoes-concretas-para-a-cop30/
Realizada na tenda da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), a cerimônia foi marcada por rituais tradicionais e pelo lançamento da declaração "Unidos pela Força da Terra: A Resposta Somos Nós", um apelo urgente por justiça climática e protagonismo indígena nas decisões globais.
A aliança reúne organizações e lideranças indígenas que já atuam conjuntamente em instâncias como o G9 - articulação de representantes dos nove países da Bacia Amazônica - e a Troika Indígena, composta por lideranças da Amazônia, do Pacífico e da Austrália. Entre os signatários da declaração estão também os Pacific Climate Warriors, reconhecidos por sua atuação nas COPs anteriores.
"Se depender de nós, a COP30 será uma virada"
No texto, os povos indígenas denunciam a inação dos governos frente à emergência climática e afirmam que não há mais tempo para promessas: "A crise climática não espera, e os governos falham em agir diante da maior ameaça à humanidade", destaca um trecho da declaração.
A união entre os guardiões da maior floresta tropical e do maior oceano do planeta é apresentada como um contraponto à lógica egoísta das potências mundiais.
"Enquanto os governos seguem a lógica de 'cada um por si', nós tecemos uma rede de resistência e esperança entre as terras da Amazônia e os mares do Pacífico", afirma a declaração.
Entre as principais reivindicações apresentadas na declaração estão a garantia de participação plena e com poder de decisão para lideranças indígenas nas negociações da COP30, a redução imediata das emissões de gases de efeito estufa com transição para fontes de energia limpa, e o financiamento direto às comunidades que preservam os ecossistemas. Os povos indígenas também exigem compensações justas pelos danos sofridos e o reconhecimento oficial de seu papel fundamental na proteção das florestas, oceanos e solos.
Vozes de resistência e esperança
A cerimônia de abertura foi acompanhada de discursos emocionados. Para Toya Manchineri, coordenador da Coiab e membro do G9, este é um momento decisivo para a humanidade:
"As maiores autoridades climáticas somos nós, os guardiões da Terra, as lideranças indígenas. Hoje é um dia histórico, em que os povos da maior floresta do mundo se unem com os povos do maior oceano do mundo para enfrentar o maior desafio planetário hoje, as mudanças climáticas", afirma.
George Nacewa, dos Pacific Climate Warriors e organizador comunitário da 350.org em Fiji, fez um apelo direto:
"Os guardiões da Amazônia e do Pacífico estão sendo negligenciados. Se os líderes mundiais não têm a coragem de agir, então nos levem à mesa de decisão - nós os ajudaremos a encontrar o caminho."
Já Patricia Suarez, da Organização Nacional dos Povos Indígenas da Amazônia Colombiana (OPIAC), ressaltou a gravidade da situação em seu país:
"A Amazônia está sangrando até a morte. Não podemos mais aceitar decisões globais sem nossa participação plena. Nossa luta é a mesma: pelas florestas, pelos nossos direitos, pelo equilíbrio da vida."
Um chamado global
Com o tema "Pelo Clima e Pela Amazônia: A Resposta Somos Nós", o ATL 2025 promete ser um dos mais internacionais da história. A expectativa é de que as discussões do acampamento influenciem diretamente a construção da agenda da COP30 - a primeira a ser sediada na Amazônia.
A declaração completa e os registros da cerimônia de abertura estão sendo atualizados ao longo do dia pela equipe da 350.org e podem ser acessados junto à assessoria de imprensa do evento.
https://pulsoamazonico.wordpress.com/2025/04/08/durante-atl-povos-indigenas-da-amazonia-cobram-solucoes-concretas-para-a-cop30/
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