De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Após ser alvo de ataques, Marina continua sem respaldo do Planalto e tenta sozinha negociar com parlamentares
30/05/2025
Fonte: O Globo - https://oglobo.globo.com/politica/
Após ser alvo de ataques, Marina continua sem respaldo do Planalto e tenta sozinha negociar com parlamentares
Ministra está, na prática, isolada no governo para tratar do licenciamento ambiental
Por Jeniffer Gularte - Brasília
30/05/2025 03h30 Atualizado há 5 horas
Após ser alvo de ataques e ofensas no Senado, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, se prepara para um novo front de batalha: evitar o avanço na Câmara do projeto que flexibiliza as regras para licenciamento ambiental. A mobilização, porém, é solitária. Sem respaldo do Palácio Planalto, Marina continua sem os meios necessários para defender sua agenda.
O texto que cria um novo marco legal para a regularização de atividades econômicas e empreendimentos foi aprovado no Senado na semana passada e voltará para análise dos deputados.
Embora seja um dos principais símbolos da frente de Luiz Inácio Lula da Silva em 2022, Marina está, na prática, isolada no governo. A Casa Civil e a Secretaria de Relações Institucionais, por exemplo, não integram a estratégia adotada pelo Meio Ambiente para a negociação da Câmara.
Há, inclusive, uma parte do governo favorável ao texto, como as pastas de Agricultura e Transportes - os ministros Carlos Fávaro e Renan Filho já se manifestaram a favor da iniciativa.
Neste cenário, aliados da ministra admitem que Marina fará investidas sem apoio do entorno de Lula. Desde o início do terceiro mandato, Marina tem cultivado relação de proximidade com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, de Igualdade Racial, Anielle Franco, e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira. Nas demais áreas, o trânsito é menor.
Sem apoio para o diálogo na Câmara, o entorno da ministra reconhece que o terreno na Casa é igualmente hostil à pauta ambiental. Marina, contudo, está disposta a apostar na relação com presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicana-PB), e tentar uma aproximação com líderes da Casa para ampliar o debate sobre as mudanças aprovadas no texto que são criticadas por ambientalistas.
Na prática, Marina quer adiar ao máximo que o texto seja levado a plenário. Nesta semana, ao tratar do tema com o presidente da Câmara, saiu com a promessa de que Hugo Motta ouvirá todos os lados do debate. A ministra focará especificamente sua articulação para tentar derrubar uma emenda ao texto apresentada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), propondo a criação de uma licença especial para "atividades ou empreendimento estratégicos" definidos pelo Conselho de Governo.
A chamada "Licença Ambiental Especial (LAE)" cria um procedimento de apenas uma fase. Atualmente, um projeto precisa passar por três etapas de licenciamento ambiental até ser aprovado: prévia, de instalação e de operação.
No Ministério do Meio Ambiente, esse é visto como um dos pontos mais críticos do texto aprovado no Senado. Na justificativa da emenda, Alcolumbre defende que a proposta "busca tornar o processo de licenciamento mais eficiente no caso de atividades ou empreendimentos estratégicos para o desenvolvimento sustentável do país".
Ao tentar derrubar um ponto do texto proposto por Alcolumbre, Marina baterá de frente não só com o presidente do Senado, mas com o senador que Lula tem feito questão de se aproximar nos últimos meses.
Além de estar ampliando sua área de influência no governo, com indicação de cargos e ministérios, Alcolumbre mantém uma relação cada vez mais próxima a Lula, que depende do parlamentar para aprovar projetos de interesse do governo no Senado.
Aliados da ministra admitem que o espaço para negociação na Câmara é estreito, mas consideram que haverá ganhos se Marina conseguir ampliar o debate sobre riscos embutidos no projeto e brecar sua tramitação. Uma das apostas é tentar sensibilizar a opinião pública após a onda de apoio que a ministra recebeu nesta semana.
Embora tenha sido atacada no Senado na terça-feira, integrantes do ministério avaliam que Marina saiu fortalecida por diferentes setores da sociedade.
Durante participação na Comissão de Infraestrutura no Senado na última terça-feira, Marina discutiu com os senadores Marcos Rogério (PL-RO), Plínio Valério (PSDB-AM) e Omar Aziz (PSD-AM). A ministra deixou a sessão depois que Valério afirmou querer separar a mulher da ministra porque a primeira merecia respeito e a segunda, não.
Após a declaração do parlamentar, a ministra disse que só continuaria na comissão se houvesse um pedido de desculpas. Plínio se recusou. Em março, o tucano disse ter vontade de enforcar a ministra. A ministra, então, se retirou da comissão afirmando que não havia respeito por parte do parlamentar, já que havia sido convidada.
https://oglobo.globo.com/politica/noticia/2025/05/30/apos-ser-alvo-de-ataques-marina-continua-sem-respaldo-do-planalto-e-tenta-sozinha-negociar-com-parlamentares.ghtml
Ministra está, na prática, isolada no governo para tratar do licenciamento ambiental
Por Jeniffer Gularte - Brasília
30/05/2025 03h30 Atualizado há 5 horas
Após ser alvo de ataques e ofensas no Senado, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, se prepara para um novo front de batalha: evitar o avanço na Câmara do projeto que flexibiliza as regras para licenciamento ambiental. A mobilização, porém, é solitária. Sem respaldo do Palácio Planalto, Marina continua sem os meios necessários para defender sua agenda.
O texto que cria um novo marco legal para a regularização de atividades econômicas e empreendimentos foi aprovado no Senado na semana passada e voltará para análise dos deputados.
Embora seja um dos principais símbolos da frente de Luiz Inácio Lula da Silva em 2022, Marina está, na prática, isolada no governo. A Casa Civil e a Secretaria de Relações Institucionais, por exemplo, não integram a estratégia adotada pelo Meio Ambiente para a negociação da Câmara.
Há, inclusive, uma parte do governo favorável ao texto, como as pastas de Agricultura e Transportes - os ministros Carlos Fávaro e Renan Filho já se manifestaram a favor da iniciativa.
Neste cenário, aliados da ministra admitem que Marina fará investidas sem apoio do entorno de Lula. Desde o início do terceiro mandato, Marina tem cultivado relação de proximidade com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, de Igualdade Racial, Anielle Franco, e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira. Nas demais áreas, o trânsito é menor.
Sem apoio para o diálogo na Câmara, o entorno da ministra reconhece que o terreno na Casa é igualmente hostil à pauta ambiental. Marina, contudo, está disposta a apostar na relação com presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicana-PB), e tentar uma aproximação com líderes da Casa para ampliar o debate sobre as mudanças aprovadas no texto que são criticadas por ambientalistas.
Na prática, Marina quer adiar ao máximo que o texto seja levado a plenário. Nesta semana, ao tratar do tema com o presidente da Câmara, saiu com a promessa de que Hugo Motta ouvirá todos os lados do debate. A ministra focará especificamente sua articulação para tentar derrubar uma emenda ao texto apresentada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), propondo a criação de uma licença especial para "atividades ou empreendimento estratégicos" definidos pelo Conselho de Governo.
A chamada "Licença Ambiental Especial (LAE)" cria um procedimento de apenas uma fase. Atualmente, um projeto precisa passar por três etapas de licenciamento ambiental até ser aprovado: prévia, de instalação e de operação.
No Ministério do Meio Ambiente, esse é visto como um dos pontos mais críticos do texto aprovado no Senado. Na justificativa da emenda, Alcolumbre defende que a proposta "busca tornar o processo de licenciamento mais eficiente no caso de atividades ou empreendimentos estratégicos para o desenvolvimento sustentável do país".
Ao tentar derrubar um ponto do texto proposto por Alcolumbre, Marina baterá de frente não só com o presidente do Senado, mas com o senador que Lula tem feito questão de se aproximar nos últimos meses.
Além de estar ampliando sua área de influência no governo, com indicação de cargos e ministérios, Alcolumbre mantém uma relação cada vez mais próxima a Lula, que depende do parlamentar para aprovar projetos de interesse do governo no Senado.
Aliados da ministra admitem que o espaço para negociação na Câmara é estreito, mas consideram que haverá ganhos se Marina conseguir ampliar o debate sobre riscos embutidos no projeto e brecar sua tramitação. Uma das apostas é tentar sensibilizar a opinião pública após a onda de apoio que a ministra recebeu nesta semana.
Embora tenha sido atacada no Senado na terça-feira, integrantes do ministério avaliam que Marina saiu fortalecida por diferentes setores da sociedade.
Durante participação na Comissão de Infraestrutura no Senado na última terça-feira, Marina discutiu com os senadores Marcos Rogério (PL-RO), Plínio Valério (PSDB-AM) e Omar Aziz (PSD-AM). A ministra deixou a sessão depois que Valério afirmou querer separar a mulher da ministra porque a primeira merecia respeito e a segunda, não.
Após a declaração do parlamentar, a ministra disse que só continuaria na comissão se houvesse um pedido de desculpas. Plínio se recusou. Em março, o tucano disse ter vontade de enforcar a ministra. A ministra, então, se retirou da comissão afirmando que não havia respeito por parte do parlamentar, já que havia sido convidada.
https://oglobo.globo.com/politica/noticia/2025/05/30/apos-ser-alvo-de-ataques-marina-continua-sem-respaldo-do-planalto-e-tenta-sozinha-negociar-com-parlamentares.ghtml
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