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No Pará, 61% de técnicos do meio ambiente são temporários
02/06/2025
Fonte: FSP - https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2025/06/no-para-61-de-tecnicos-do-meio-ambiente-sao-temp
No Pará, 61% de técnicos do meio ambiente são temporários
Estado recebe a COP30 em novembro; governo afirma que há previsão de um novo concurso depois que a Secretaria de Meio Ambiente fizer uma reestruturação de cargos
2.jun.2025 às 12h30
Felipe Gutierrez
São Paulo
A maioria (62%) dos técnicos em gestão de meio ambiente do estado do Pará é de temporários. Belém receberá a COP 30 neste ano, que deve acontecer a partir do dia 10 de novembro.
O Pará tem 534 técnicos, e 329 deles trabalham com contratos temporários.
A Semas (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade) é a unidade do governo local responsável por esses servidores. Segundo nota da assessoria de imprensa, as contratações temporárias são para atender "demandas emergenciais e de prazo determinado".
O último concurso público feito pela Semas ocorreu em 2022. Há previsão de um novo, com 567 vagas, mas isso só deve acontecer depois que a secretaria passar por um processo de reestruturação de cargos, diz o governo.
Os analistas técnicos dos governos estaduais atuam principalmente em fiscalização e licenciamento de obras e empreendimentos que podem gerar impactos ambientais, diz Renata Vieira, advogada no ISA (Instituto Socioambiental).
Técnicos em gestão de meio ambiente no Pará No absoluto %
Efetivos 329 61,61
Temporários 205 38,93
Para ela, o fato de a maioria desses servidores serem temporários "mostra alguma fragilidade institucional e da carreira".
Um concurso público, diz, é um processo de seleção mais transparente. "Em um contrato temporário há mais possibilidade de indicações políticas, pelo fato de ser um processo seletivo simplificado", o que pode fragilizar a atuação do agente na proteção do meio ambiente e os expõe mais à corrupção.
Ela cita um estudo do Conselho Nacional de Justiça sobre o tema mostra que aponta que há corrupção relacionada a crimes ambientais na amazônia legal.
A advogada afirma também que a estabilidade é importante para que os servidores possam fazer sem trabalho sem risco de serem demitidos. Nesse caso, uma das tarefas pode ser autuar agentes econômicos locais e combater fraudes em licenciamentos.
Jessika Moreira, diretora-executiva do Movimento Pessoas à Frente, afirma que a contratação de temporários é necessária, porque esses agentes suprem demandas urgentes da gestão pública, substituem servidores ausentes e executam ações específicas -inclusive as emergências ligadas ao meio ambiente.
Imagem aérea mostra uma área com fumaça ao redor de árvores
Queimada em floresta na área do Projeto de Assentamento Agroextrativista Terra Nova, no Pará
O que a entidade dela defende é que os processos seletivos simplificados nos quais os temporários são selecionados tenham parâmetros de boas práticas, mas que, hoje, os estados costumam usar critérios "frágeis" para decidir quem contratar. "São poucos que aplicam provas ou usam métodos inovadores para aferir as habilidades e competências que um cargo exige", ela diz.
Entre o fim de abril e começo de maio, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) fez uma operação contra o desmatamento ilegal e embargou mais de 70 mil hectares de terra na amazônia, incluindo no estado do Pará.
A ação gerou revolta entre ruralistas do Pará, e o governador do estado, Helder Barbalho (MDB), acompanhado de representantes do agronegócio local, se reuniu com a ministra Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais).
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2025/06/no-para-61-de-tecnicos-do-meio-ambiente-sao-temporarios.shtml
Estado recebe a COP30 em novembro; governo afirma que há previsão de um novo concurso depois que a Secretaria de Meio Ambiente fizer uma reestruturação de cargos
2.jun.2025 às 12h30
Felipe Gutierrez
São Paulo
A maioria (62%) dos técnicos em gestão de meio ambiente do estado do Pará é de temporários. Belém receberá a COP 30 neste ano, que deve acontecer a partir do dia 10 de novembro.
O Pará tem 534 técnicos, e 329 deles trabalham com contratos temporários.
A Semas (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade) é a unidade do governo local responsável por esses servidores. Segundo nota da assessoria de imprensa, as contratações temporárias são para atender "demandas emergenciais e de prazo determinado".
O último concurso público feito pela Semas ocorreu em 2022. Há previsão de um novo, com 567 vagas, mas isso só deve acontecer depois que a secretaria passar por um processo de reestruturação de cargos, diz o governo.
Os analistas técnicos dos governos estaduais atuam principalmente em fiscalização e licenciamento de obras e empreendimentos que podem gerar impactos ambientais, diz Renata Vieira, advogada no ISA (Instituto Socioambiental).
Técnicos em gestão de meio ambiente no Pará No absoluto %
Efetivos 329 61,61
Temporários 205 38,93
Para ela, o fato de a maioria desses servidores serem temporários "mostra alguma fragilidade institucional e da carreira".
Um concurso público, diz, é um processo de seleção mais transparente. "Em um contrato temporário há mais possibilidade de indicações políticas, pelo fato de ser um processo seletivo simplificado", o que pode fragilizar a atuação do agente na proteção do meio ambiente e os expõe mais à corrupção.
Ela cita um estudo do Conselho Nacional de Justiça sobre o tema mostra que aponta que há corrupção relacionada a crimes ambientais na amazônia legal.
A advogada afirma também que a estabilidade é importante para que os servidores possam fazer sem trabalho sem risco de serem demitidos. Nesse caso, uma das tarefas pode ser autuar agentes econômicos locais e combater fraudes em licenciamentos.
Jessika Moreira, diretora-executiva do Movimento Pessoas à Frente, afirma que a contratação de temporários é necessária, porque esses agentes suprem demandas urgentes da gestão pública, substituem servidores ausentes e executam ações específicas -inclusive as emergências ligadas ao meio ambiente.
Imagem aérea mostra uma área com fumaça ao redor de árvores
Queimada em floresta na área do Projeto de Assentamento Agroextrativista Terra Nova, no Pará
O que a entidade dela defende é que os processos seletivos simplificados nos quais os temporários são selecionados tenham parâmetros de boas práticas, mas que, hoje, os estados costumam usar critérios "frágeis" para decidir quem contratar. "São poucos que aplicam provas ou usam métodos inovadores para aferir as habilidades e competências que um cargo exige", ela diz.
Entre o fim de abril e começo de maio, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) fez uma operação contra o desmatamento ilegal e embargou mais de 70 mil hectares de terra na amazônia, incluindo no estado do Pará.
A ação gerou revolta entre ruralistas do Pará, e o governador do estado, Helder Barbalho (MDB), acompanhado de representantes do agronegócio local, se reuniu com a ministra Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais).
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2025/06/no-para-61-de-tecnicos-do-meio-ambiente-sao-temporarios.shtml
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