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Fóssil de tartaruga gigante é encontrado em leito de rio na Amazônia

03/07/2025

Fonte: FSP - https://www1.folha.uol.com.br/



Fóssil de tartaruga gigante é encontrado em leito de rio na Amazônia
Pesquisadores tiveram que deixá-lo na casa de um barqueiro por não ter como levá-lo para a universidade

03/07/2025

Phillippe Watanabe

Pesquisadores brasileiros encontraram na Amazônia parte de um casco bem preservado de uma tartaruga que poderia alcançar cerca de três metros de comprimento.

Os cientistas viajaram até a região, que fica de 5 a 7 horas da cidade de Assis Brasil, no Acre, por saberem que se tratava de um sítio com presença de fósseis -em geral pequenos e fragmentados- de cobras, lagartos, peixes, plantas e tartarugas. Mas eles não esperavam se deparar com o que viram.

Em 17 de junho, o grupo formado por barqueiros e pesquisadores da Ufac (Universidade Federal do Acre), da USP (Universidade de São Paulo) e da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) chegou ao leito do rio onde faria a escavação. Um deles começou a andar pela área, até que voltou gritando.

"Foi um negócio monstruoso", afirma Carlos D'Apolito, então professor da Ufac e pesquisador apoiado pelo Serrapilheira (que não tem relação com essa expedição). "Estava bem exposta já [a carapaça fossilizada]. Quando o rio vai baixando, vai lavando o fóssil."

Segundo D'Apolito, possivelmente se trata de um fóssil da espécie Stupendemys geographicus, já descrita anteriormente e achada em melhores estados de conservação na Colômbia e na Venezuela. No Brasil, só tinham sido encontrados fragmentos do bichão.

D'Apolito diz que o fóssil estava em bom estado de conservação, com cerca de metade da carapaça presente, com aproximadamente 1,3 metro. Também foram encontrados no local ossos de fêmur e do úmero.

O projeto faz parte da Iniciativa Amazônia+10, que apoia expedições para áreas de difícil acesso, e tem financiamento da Fapac (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Acre) e da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).

RESGATE FRUSTRADO
Após o achado, o desafio foi tirar o fóssil dali para levá-lo a um laboratório da universidade. O que, em um primeiro momento, não foi possível.

A expedição havia chegado ao local em cinco barcos, dos quais um era mais largo e estava carregado de equipamentos. Foi graças a essa embarcação que conseguiram retirar a tartaruga fossilizada do local -se não fosse retirada, diz D'Apolito, poderia ser levada pelo rio e acabar em pedaços. Não sem um pouco de criatividade, porém.

Para preservação durante o transporte, um molde de gesso foi feito em volta do fóssil e uma lona foi colocada sobre dele.

Em seguida, os cientistas e os barqueiros improvisaram, com paus, uma estrutura sobre a embarcação. D'Apolito compara o que foi feito a um estrado de camas antigas.

"A descida do rio foi terrível", afirma D'Apolito, relembrando as diversas vezes em que ficaram travados em bancos de areia, nas nove horas até chegarem ao município de Assis Brasil -expedições como essa são feitas no período seco da amazônia, quando o volume dos rios está menor.

Chegando à cidade, não foi possível levar o fóssil para a universidade. Não cabia na caminhonete.

Depois de alguns dias na casa de um dos barqueiros, o fóssil finalmente foi levado ao laboratório da Ufac em um caminhão.

Os próximos passos são limpar e remontar o fóssil, que foi danificado no transporte -algo já esperado, diz D'Apolito. "Vamos ter que montar um quebra-cabeça", afirma o pesquisador. A partir disso mais análises serão possíveis, inclusive para saber se é, de fato, a mesma espécie de tartaruga já vista na Colômbia e na Venezuela.

Além do fóssil do gigantesco animal em si, outras questões surgem.

"O tamanho desse animal, se você pensar em uma população viável de uma tartaruga de três metros, que tipo de corpo de água você precisaria para isso?", questiona D'Apolito. Descobertas como essa também possibilitam olhar para conexões hidrológicas entre Brasil, Colômbia e Venezuela de milhões de anos atrás.

O cientista, porém, relembra que nem sempre grandes fósseis se traduzem em grandes descobertas. "A gente coleta fósseis minúsculos, do tamanho de uma unha. Às vezes um pequenininho vai ter uma importância cientifica maior do que uma tartaruga desse tamanho."

De toda forma, um bicho desse tamanho gera atenção e necessidades especiais. O próximo desafio para a pesquisa é arrumar recursos para uma mesa de laboratório -consideravelmente grande- que comporte o animal para sua análise.

https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2025/07/fossil-de-tartaruga-gigante-e-encontrado-em-leito-de-rio-na-amazonia.shtml
 

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