De Povos Indígenas no Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.

Notícias

'Vamos trabalhar juntos para voltar a escutar os sons da natureza', diz indígena sobre plano de recuperação do território Yanomami

23/05/2025

Fonte: Funai - https://www.gov.br



Como resultado da I Oficina do Plano de Recuperação Ambiental da Terra Indígena Yanomami (TIY) - A floresta brotando de novo, houve a definição do grupo de pesquisadores indígenas e as atividades a serem desenvolvidas nos próximos meses. Também foi concluído o planejamento das atividades em campo, as quais serão iniciadas em agosto, na região do Rio Mucajaí. A oficina ocorreu no período de 5 a 10 de maio no Centro Regional Lago Caracaranã, na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima.

Um dos participantes, o presidente da Associação Wanassedume Ye'kwana, Júlio Ye'kwana, destacou que a parceria com os pesquisadores não indígenas é uma oportunidade de trazer de volta a vida para o território. "Somos seres vivos, a gente quer viver, a gente quer escutar os cantos de pássaros, o ruído das cachoeiras, o vento. Nós queremos o vento bom, não o vento sujo. Hoje em dia o vento está agressivo, porque a floresta está destruída. Então, nós queremos curar [a floresta], por isso estamos aqui para lutar pela nossa vida. E, com os pesquisadores não indígenas, nós vamos trabalhar bem e juntos para voltarmos a escutar os sons da natureza".

A coordenadora de Conservação e Recuperação Ambiental da Funai, Nathali Germano dos Santos, ressalta a importância da participação dos indígenas da TIY na construção do plano e posteriormente na implementação. "A partir de uma escuta ativa a respeito das demandas dos indígenas e suas visões sobre a recuperação ambiental, foi possível ir além do planejado e pactuar a execução de ações ligadas à recuperação ambiental que são possíveis de ocorrerem durante o processo de construção do plano".

O coordenador técnico científico do projeto pela Universidade de Brasília (UnB), Maurice Tomioka Nilsson, reforça o protagonismo da perspectiva indígena na construção e execução do plano. "Nós optamos por sempre aceitar o protagonismo Yanomami e Ye'kwena nas opiniões e, portanto, seguir a linha do que é mais importante para eles e, de fato, resolver os problemas bastante evidentes das comunidades".

Durante a oficina foram discutidos os danos socioambientais causados pelo garimpo nas áreas mais afetadas na Terra Indígena Yanomami. São elas: Ketawa, Homoxi, Haxiu, Xitei, Catrimani I, Kayanau, Papiu, Alto Mucajai, Apiau, Baixo Mucajai, Palimiu, Waikas, Awaris e Onkiola.

Plano de Recuperação Ambiental

Para a construção do Plano de Recuperação Ambiental da TIY, o projeto contará com o trabalho de 11 pesquisadores indígenas representantes das diferentes áreas afetadas pela ação da garimpo e com a participação de instituições parceiras da sociedade civil e órgãos governamentais. Também haverá o acompanhamento, monitoramento e orientação das cinco associações indígenas Yanomami e Ye'kwana de Roraima: Hutukara, Texoli, Urihi, Wanassedume e Ypassali.

O plano está sendo elaborado no âmbito do Termo de Execução Descentralizada (TED) firmado entre a Funai e a UnB, por meio do Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília (CDS), em parceria com o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Também conta com apoio da Força-Tarefa de Desenvolvimento Sustentável Yanomami e Ye'kwana (FTYY), criada pela Funai. A realização da oficina é uma iniciativa da Funai, do MPI e do CDS/UnB.

https://www.gov.br/funai/pt-br/assuntos/noticias/2025/2018vamos-trabalhar-juntos-para-voltar-a-escutar-os-sons-da-natureza2019-diz-indigena-sobre-plano-de-recuperacao-do-territorio-yanomami
 

As notícias publicadas no site Povos Indígenas no Brasil são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos .Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.