De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Mulheres indígenas da Amazônia levam suas vozes à luta em Brasília pela defesa de seus corpos e territórios
12/08/2025
Fonte: Portal Amazonia - https://portalamazonia.com
Cantos, rezas e danças em diferentes línguas ecoaram pelas ruas de Brasília. Faixas, bandeiras e cartazes denunciavam violências, defendiam a demarcação de terras e repudiavam projetos de lei que ameaçam o meio ambiente e os direitos dos povos originários. Entre 2 e 8 de agosto, cerca de 5 mil lideranças de todo o país se reuniram na 1ª Conferência Nacional das Mulheres Indígenas e na IV Marcha das Mulheres Indígenas.
Sob o tema "Nosso corpo, nosso território: somos as guardiãs do planeta pela cura da terra", o encontro, organizado pela Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA) em parceria com o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e Ministério das Mulheres (Mulheres), fortaleceu a luta por direitos, equidade de gênero, justiça climática e defesa dos territórios.
A FAS participou ativamente, por meio do Programa de Protagonismo Indígena (PPI) em parceria com a União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira (UMIAB) e, com apoio da Embaixada da França no Brasil, viabilizou a participação de cerca de 20 mulheres indígenas dos nove estados da Amazônia Legal, além de apoiar a logística de alojamento de representantes do Amazonas, garantindo diversidade e representatividade das vozes amazônicas.
"Quando falamos de mulheres indígenas, falamos de vidas que carregam as marcas de séculos de violência e resistência. Somos nós que sentimos primeiro os impactos da destruição da floresta, das mudanças do clima, da falta de acesso à saúde, da violência sobre a terra e sobre o corpo. Estar na Conferência é ocupar um espaço de decisão e dizer que não aceitaremos um futuro sem nossos territórios e saberes. A FAS está aqui porque entende que não existe justiça climática nem desenvolvimento sustentável sem a voz e a liderança das mulheres indígenas'', afirma Rosa dos Anjos, coordenadora do PPI e indígena do povo Mura.
A programação da IV Marcha incluiu atos simbólicos e mobilizações, como a caminhada até o Congresso Nacional, no dia 7 de agosto, quando foi entregue aos parlamentares a "Carta dos Corpos-Territórios em Defesa da Vida", documento coletivo que reúne reivindicações das mulheres indígenas pela defesa de seus direitos, territórios e da vida. Entre as demandas, manifestos defenderam principalmente a demarcação de terras, o combate às violências de gênero nos territórios e a rejeição ao projeto que flexibiliza licenças ambientais (PL 2159/2021), criticado como "PL da Devastação". Críticas à lei do marco temporal também apareceram em discursos, palavras entoadas em diferentes idiomas e nas faixas e cartazes levados durante a caminhada.
Durante a Marcha, a FAS também contribuiu com a Tenda Sementinhas da Ancestralidade, espaço voltado para atividades pedagógicas com crianças, oferecendo materiais como tintas, lápis de cor e publicações educativas, entre elas as cartilhas "O Curupira na Amazônia" e "Animais e Plantas da RDS Rio Amapá", que unem contos, jogos e informações sobre a biodiversidade amazônica.
"Enquanto as mães estão na linha de frente, debatendo e defendendo seus direitos, é fundamental que as crianças também estejam protegidas e cuidadas. A Tenda Sementinhas da Ancestralidade garante um espaço seguro e acolhedor, onde elas podem aprender, brincar e se conectar com a cultura de outros povos enquanto suas mães lutam pelo futuro de todos nós. É um ato de cuidado, mas também de resistência, porque fortalece as raízes dessa luta", destaca Rosa.
A atuação da FAS na Marcha e na Conferência integra um conjunto mais amplo de iniciativas voltadas ao protagonismo indígena na Amazônia. Em 2023, em parceria com a Google.org, a instituição lançou o edital "Parentas Que Fazem", que mapeou 118 organizações lideradas por mulheres indígenas na Amazônia brasileira. A iniciativa teve como objetivo impulsionar a economia indígena na região, identificando atividades econômicas como artesanato, agricultura e extrativismo e valorização da medicina tradicional, oferecendo apoio técnico e financeiro para o desenvolvimento sustentável dessas atividades.
No campo do esporte e do empoderamento, a FAS mantém desde 2013 o projeto Arquearia Indígena, que promove o tiro com arco como modalidade esportiva e ferramenta de valorização cultural, e já levou atletas indígenas da Amazônia a conquistar mais de 50 medalhas em competições nacionais e internacionais. Entre elas, está Graziela Yaci, do povo Karapãna, primeira arqueira indígena da seleção brasileira de tiro com arco.
"Com o apoio do projeto, conquistei medalhas e cheguei à seleção brasileira de tiro com arco, tornando-me a primeira arqueira indígena do país na equipe. Esse projeto me abriu caminhos que mudaram minha vida: graças à arquearia, concluí a faculdade de Ciências Contábeis e aprendi muito além do esporte'', afirmou Graziela.
Já o projeto de Canoagem Indígena, iniciado em 2014, promoveu ao longo dos anos a inclusão social, o fortalecimento cultural e a formação esportiva de jovens indígenas da Amazônia, abrindo caminho para que atletas chegassem a competições de alto nível.
Agora, um novo ciclo da iniciativa está em andamento, viabilizado por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, com a Confederação Brasileira de Canoagem (CBCA) e o apoio da FAS e da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN). Este novo momento prevê a criação de três núcleos de canoagem: um na comunidade do Tumbira, outro na comunidade Três Unidos e um terceiro em São Gabriel da Cachoeira, com a expectativa de atender e formar cerca de 120 jovens de comunidades ribeirinhas e indígenas.
Com mais de 17 anos de atuação na promoção do desenvolvimento sustentável e valorização dos povos, aldeias e comunidades tradicionais da Amazônia, a FAS reafirma, neste Dia Internacional dos Povos Indígenas, seu compromisso em apoiar lideranças, projetos e ações que garantam autonomia e protagonismo para quem cuida da floresta.
"A luta das mulheres indígenas é a luta pela terra que nos dá vida por meio da floresta, água, ar e pelo futuro de todos nós. Apoiar essa causa é transformar solidariedade em ação concreta para proteger nossos territórios, culturas e vidas, garantindo que a Amazônia siga viva para as próximas gerações", conclui Rosa.
*Com informações da FAS
https://portalamazonia.com/politica/mulheres-indigenas-amazonia/
Sob o tema "Nosso corpo, nosso território: somos as guardiãs do planeta pela cura da terra", o encontro, organizado pela Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA) em parceria com o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e Ministério das Mulheres (Mulheres), fortaleceu a luta por direitos, equidade de gênero, justiça climática e defesa dos territórios.
A FAS participou ativamente, por meio do Programa de Protagonismo Indígena (PPI) em parceria com a União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira (UMIAB) e, com apoio da Embaixada da França no Brasil, viabilizou a participação de cerca de 20 mulheres indígenas dos nove estados da Amazônia Legal, além de apoiar a logística de alojamento de representantes do Amazonas, garantindo diversidade e representatividade das vozes amazônicas.
"Quando falamos de mulheres indígenas, falamos de vidas que carregam as marcas de séculos de violência e resistência. Somos nós que sentimos primeiro os impactos da destruição da floresta, das mudanças do clima, da falta de acesso à saúde, da violência sobre a terra e sobre o corpo. Estar na Conferência é ocupar um espaço de decisão e dizer que não aceitaremos um futuro sem nossos territórios e saberes. A FAS está aqui porque entende que não existe justiça climática nem desenvolvimento sustentável sem a voz e a liderança das mulheres indígenas'', afirma Rosa dos Anjos, coordenadora do PPI e indígena do povo Mura.
A programação da IV Marcha incluiu atos simbólicos e mobilizações, como a caminhada até o Congresso Nacional, no dia 7 de agosto, quando foi entregue aos parlamentares a "Carta dos Corpos-Territórios em Defesa da Vida", documento coletivo que reúne reivindicações das mulheres indígenas pela defesa de seus direitos, territórios e da vida. Entre as demandas, manifestos defenderam principalmente a demarcação de terras, o combate às violências de gênero nos territórios e a rejeição ao projeto que flexibiliza licenças ambientais (PL 2159/2021), criticado como "PL da Devastação". Críticas à lei do marco temporal também apareceram em discursos, palavras entoadas em diferentes idiomas e nas faixas e cartazes levados durante a caminhada.
Durante a Marcha, a FAS também contribuiu com a Tenda Sementinhas da Ancestralidade, espaço voltado para atividades pedagógicas com crianças, oferecendo materiais como tintas, lápis de cor e publicações educativas, entre elas as cartilhas "O Curupira na Amazônia" e "Animais e Plantas da RDS Rio Amapá", que unem contos, jogos e informações sobre a biodiversidade amazônica.
"Enquanto as mães estão na linha de frente, debatendo e defendendo seus direitos, é fundamental que as crianças também estejam protegidas e cuidadas. A Tenda Sementinhas da Ancestralidade garante um espaço seguro e acolhedor, onde elas podem aprender, brincar e se conectar com a cultura de outros povos enquanto suas mães lutam pelo futuro de todos nós. É um ato de cuidado, mas também de resistência, porque fortalece as raízes dessa luta", destaca Rosa.
A atuação da FAS na Marcha e na Conferência integra um conjunto mais amplo de iniciativas voltadas ao protagonismo indígena na Amazônia. Em 2023, em parceria com a Google.org, a instituição lançou o edital "Parentas Que Fazem", que mapeou 118 organizações lideradas por mulheres indígenas na Amazônia brasileira. A iniciativa teve como objetivo impulsionar a economia indígena na região, identificando atividades econômicas como artesanato, agricultura e extrativismo e valorização da medicina tradicional, oferecendo apoio técnico e financeiro para o desenvolvimento sustentável dessas atividades.
No campo do esporte e do empoderamento, a FAS mantém desde 2013 o projeto Arquearia Indígena, que promove o tiro com arco como modalidade esportiva e ferramenta de valorização cultural, e já levou atletas indígenas da Amazônia a conquistar mais de 50 medalhas em competições nacionais e internacionais. Entre elas, está Graziela Yaci, do povo Karapãna, primeira arqueira indígena da seleção brasileira de tiro com arco.
"Com o apoio do projeto, conquistei medalhas e cheguei à seleção brasileira de tiro com arco, tornando-me a primeira arqueira indígena do país na equipe. Esse projeto me abriu caminhos que mudaram minha vida: graças à arquearia, concluí a faculdade de Ciências Contábeis e aprendi muito além do esporte'', afirmou Graziela.
Já o projeto de Canoagem Indígena, iniciado em 2014, promoveu ao longo dos anos a inclusão social, o fortalecimento cultural e a formação esportiva de jovens indígenas da Amazônia, abrindo caminho para que atletas chegassem a competições de alto nível.
Agora, um novo ciclo da iniciativa está em andamento, viabilizado por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, com a Confederação Brasileira de Canoagem (CBCA) e o apoio da FAS e da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN). Este novo momento prevê a criação de três núcleos de canoagem: um na comunidade do Tumbira, outro na comunidade Três Unidos e um terceiro em São Gabriel da Cachoeira, com a expectativa de atender e formar cerca de 120 jovens de comunidades ribeirinhas e indígenas.
Com mais de 17 anos de atuação na promoção do desenvolvimento sustentável e valorização dos povos, aldeias e comunidades tradicionais da Amazônia, a FAS reafirma, neste Dia Internacional dos Povos Indígenas, seu compromisso em apoiar lideranças, projetos e ações que garantam autonomia e protagonismo para quem cuida da floresta.
"A luta das mulheres indígenas é a luta pela terra que nos dá vida por meio da floresta, água, ar e pelo futuro de todos nós. Apoiar essa causa é transformar solidariedade em ação concreta para proteger nossos territórios, culturas e vidas, garantindo que a Amazônia siga viva para as próximas gerações", conclui Rosa.
*Com informações da FAS
https://portalamazonia.com/politica/mulheres-indigenas-amazonia/
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