De Povos Indígenas no Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.

Notícias

Brasília se torna palco da Marcha das Mulheres Indígenas

04/08/2025

Autor: Davi Cruz

Fonte: Correio Braziliense - https://www.correiobraziliense.com.br/



Brasília se torna palco da Marcha das Mulheres Indígenas
Com o tema Nosso corpo, nosso território: Somos guardiãs do planeta pela cura da terra, o evento acontece até 8 de agosto, no Eixo Cultural Ibero-Americano. Na pauta, o combate à violência, a demarcação das terras e a preservação do meio ambiente

O centro de Brasília tornou-se palco da maior assembleia de mulheres indígenas do Brasil, que começou sábado e vai até 8 de agosto, com a realização da IV Marcha das Mulheres Indígenas. A estimativa é que o evento reúna mais de sete mil mulheres e lideranças originárias de todos as regiões do país, no Eixo Cultural Ibero-Americano. Neste ano, o tema do encontro é Nosso corpo, nosso território: Somos guardiãs do planeta pela cura da terra.

Promovido pela União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira (Umiab) e pela Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga), a marcha na capital é realizada com o objetivo de gerar fortalecimento político das mulheres indígenas, a defesa dos territórios e a construção coletiva de estratégias de enfrentamento à crise climática no país.

"Estamos trazendo nossas vozes, das mulheres anciãs, da juventude, das mulheres e de todo território da Amazônia Brasileira. É importante estarmos acampadas, falando dos nossos direitos, afinal das contas, é em Brasília que os nossos direitos são discutidos. A Câmara dos Deputados, o Senado e a Presidência da República estão aqui. Esse movimento tem um grande significado", afirma ao Correio, Marinete Tukano, coordenadora da Umiab.

Neste ano, o tema que a Umiab apresenta é Pelo Clima e pela Amazônia: A Resposta Somos Nós. A proposta é de reafirmar o protagonismo das mulheres indígenas na proteção ambiental e na resistência contra a destruição da floresta e a violência contra seus povos.

Com apoio da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), a Tenda da Umiab - Vozes da Floresta em Movimento, inicuou sua programação ontem, com uma cerimônia espiritual e a apresentação das delegações amazônicas. Durante a semana, o espaço receberá debates sobre temas como violência obstétrica, economia indígena, alianças regionais, estratégias para a COP 30, além de ser local de acolhimento, escuta, articulação e expressão cultural.

"Sabemos que as mudanças climáticas estão nos atingindo de forma direta e desigual", ressalta Marinete Tukano, que também chama atenção para a invisibilidade dos direitos das mulheres indígenas dentro da sociedade. "A violência contra nós, mulheres indígenas, é muito presente e crescente nesse território", denuncia Tukano.

Além disso, a IV Marcha também marca a realização da 1ª Conferência Nacional das Mulheres Indígenas, que será aberta oficialmente hoje, na Tenda da Anmiga. O encontro é considerado um marco inédito na luta das mulheres indígenas por visibilidade e participação nas decisões políticas.

A Marcha acontece em meio a expectativa pelo veto do presidente Lula ao PL da devastação, cujo prazo coincide com o último dia do ato, 8 de agosto. A coordenadora da Umiab ressalta que essa é a principal pauta do movimento, que também luta pelo fim da violência e aa exploração sexual das meninas e dos meninos dentro dos territórios, a contaminação das águas e da floresta e pela demarcação das terras.

Marcha nas ruas
Um dos pontos altos do encontro será a mobilização, na próxima quinta, onde milhares de mulheres indígenas sairão em marcha pelas ruas de Brasília até o Congresso Nacional. Segundo a organização, o ato é um grito coletivo em defesa dos corpos, dos territórios, dos modos de vida e da ancestralidade dos povos indígenas.

A primeira marcha de mulheres indígenas aconteceu em 2019 e reuniu mais de duas mil mulheres de diferentes povos, territórios e biomas. Na última edição, em 2023, mais de seis mil mulheres indígenas se reuniram em Brasília, segundo a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil.

https://www.correiobraziliense.com.br/cidades-df/2025/08/7217317-brasilia-se-torna-palco-da-marcha-das-mulheres-indigenas.html
 

As notícias publicadas no site Povos Indígenas no Brasil são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos .Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.