De Povos Indígenas no Brasil
Notícias
X Encontro da Juventude Guarani e Kaiowá e Nhandeva: Aty Jovem como semente de resistência e esperança
05/09/2025
Autor: Por Irmã Andréa Moratelli, da Equipe Dourados do Cimi Regional Mato Grosso do Sul
Fonte: Cimi - https://cimi.org.br
Entre os dias 21 e 26 de julho de 2025, aconteceu o X Encontro da Juventude Guarani e Kaiowá e Nhandeva, realizado na Terra Indígena Nhanderu Marangatu, no município de Antônio João (MS). O evento reuniu jovens de diversas terras indígenas do Mato Grosso do Sul, e de outros estados do Brasil, fortalecendo os laços culturais, espirituais e de resistência dos povos originários.
Leia aqui a íntegra do Documento Final do X Encontro da Juventude Guarani e Kaiowá e Nhandeva.
A juventude Guarani e Kaiowá e Nhandeva celebra dez anos de caminhada, resistência e esperança. É a semente que resiste, que sonha e constrói o amanhã com os pés firmes no chão dos ancestrais. Cada encontro é memória viva. É força coletiva mesmo diante de tantas vidas perdidas, de tanta dor sofrida. Em 18 de setembro de 2025, na mesma Nhanderu Marangatu, Neri Guarani e Kaiowá foi assassinado com um tiro na cabeça disparado por um atirador da Polícia Militar.
É a retomada espiritual e política. Se levanta como força viva da resistência e da retomada. No Aty Jovem (RAJ), os encontros são mais do que reuniões: são espaços sagrados onde a palavra é semeada com coragem, onde a cultura se fortalece e onde as rezas se tornam caminhos de luz. Cada jovem carrega dentro de si a memória de um povo, a história ancestral que pulsa no sangue, nos cantos e rezas.
A presença dos Nhanderu e Nhandesy guia os passos e sustenta a caminhada. Eles estão entre nós, no silêncio da mata, no sopro do vento, no brilho das estrelas. São a presença que dá sentido à luta, são memória viva do território e da espiritualidade que resiste às ameaças do tempo e da invasão.
Estivemos ao lado da juventude que luta: luta pelos seus territórios, luta pela sua cultura, luta pela memória viva de seus povos
Retomar o território é mais do que recuperar a terra: é reacender a vida. É garantir a continuidade das tradições, o cultivo da língua, o fortalecimento das raízes. A juventude é guardiã desta herança. E cada passo dado, cada canto entoado, cada reza pronunciada, é afirmação de que a ancestralidade continua viva, florescendo com firmeza no presente e sonhando com um futuro livre.
Como a semente lançada à terra pelas mãos sagradas dos guardiões Guarani e Kaiowá e Nhandeva, assim é a juventude: broto de esperança, promessa de vida em meio ao sofrimento da terra. Num território onde o chão geme, onde a natureza sangra, onde o céu carrega o pranto dos ancestrais, a juventude ergue-se como árvore nova. Raiz profunda no sonho dos antigos, galhos firmes apontando para o futuro.
Eles caminham sobre a terra ferida, escutando o clamor da mata e o silêncio dos rios. Carregam nas mãos a memória dos Nhanderu e Nhandesy, e nos olhos, o brilho de quem não desiste. Mesmo diante das cercas, das máquinas e das ameaças, a juventude resiste. É a semente que insiste em florescer, mesmo sob o peso das invasões, mesmo quando tudo parece seco.
Nós, enquanto Cimi, não viemos para ocupar espaços, mas para somar presença, para fortalecer vozes, para ser apoio no caminhar de quem carrega a esperança de um mundo mais justo e enraizado na ancestralidade
Porque onde há semente, há força. Onde há memória, há caminho. E onde há juventude, a terra ainda pode sonhar. Foi assim que vivenciamos esses momentos durante essa semana. Momentos de escuta, de presença, de aprendizado. Momentos em que colocamos o coração aberto e os pés firmes no chão da história.
Testemunhamos o pulsar da vida em cada canto entoado, em cada silêncio respeitado. A juventude Guarani e Kaiowá e Nhandeva é força viva, é resistência que floresce mesmo diante das dores. Saímos transformadas(os).
Com a certeza de que a luta por território é também uma luta por dignidade, por cultura, por identidade. Seguimos comprometidos com a escuta atenta, com a presença verdadeira, e com o compromisso de continuar sendo ponte, caminho e, sobretudo, sinal de esperança.
https://cimi.org.br/2025/09/x-encontro-da-juventude-guarani-e-kaiowa-e-nhandeva-aty-jovem/
Leia aqui a íntegra do Documento Final do X Encontro da Juventude Guarani e Kaiowá e Nhandeva.
A juventude Guarani e Kaiowá e Nhandeva celebra dez anos de caminhada, resistência e esperança. É a semente que resiste, que sonha e constrói o amanhã com os pés firmes no chão dos ancestrais. Cada encontro é memória viva. É força coletiva mesmo diante de tantas vidas perdidas, de tanta dor sofrida. Em 18 de setembro de 2025, na mesma Nhanderu Marangatu, Neri Guarani e Kaiowá foi assassinado com um tiro na cabeça disparado por um atirador da Polícia Militar.
É a retomada espiritual e política. Se levanta como força viva da resistência e da retomada. No Aty Jovem (RAJ), os encontros são mais do que reuniões: são espaços sagrados onde a palavra é semeada com coragem, onde a cultura se fortalece e onde as rezas se tornam caminhos de luz. Cada jovem carrega dentro de si a memória de um povo, a história ancestral que pulsa no sangue, nos cantos e rezas.
A presença dos Nhanderu e Nhandesy guia os passos e sustenta a caminhada. Eles estão entre nós, no silêncio da mata, no sopro do vento, no brilho das estrelas. São a presença que dá sentido à luta, são memória viva do território e da espiritualidade que resiste às ameaças do tempo e da invasão.
Estivemos ao lado da juventude que luta: luta pelos seus territórios, luta pela sua cultura, luta pela memória viva de seus povos
Retomar o território é mais do que recuperar a terra: é reacender a vida. É garantir a continuidade das tradições, o cultivo da língua, o fortalecimento das raízes. A juventude é guardiã desta herança. E cada passo dado, cada canto entoado, cada reza pronunciada, é afirmação de que a ancestralidade continua viva, florescendo com firmeza no presente e sonhando com um futuro livre.
Como a semente lançada à terra pelas mãos sagradas dos guardiões Guarani e Kaiowá e Nhandeva, assim é a juventude: broto de esperança, promessa de vida em meio ao sofrimento da terra. Num território onde o chão geme, onde a natureza sangra, onde o céu carrega o pranto dos ancestrais, a juventude ergue-se como árvore nova. Raiz profunda no sonho dos antigos, galhos firmes apontando para o futuro.
Eles caminham sobre a terra ferida, escutando o clamor da mata e o silêncio dos rios. Carregam nas mãos a memória dos Nhanderu e Nhandesy, e nos olhos, o brilho de quem não desiste. Mesmo diante das cercas, das máquinas e das ameaças, a juventude resiste. É a semente que insiste em florescer, mesmo sob o peso das invasões, mesmo quando tudo parece seco.
Nós, enquanto Cimi, não viemos para ocupar espaços, mas para somar presença, para fortalecer vozes, para ser apoio no caminhar de quem carrega a esperança de um mundo mais justo e enraizado na ancestralidade
Porque onde há semente, há força. Onde há memória, há caminho. E onde há juventude, a terra ainda pode sonhar. Foi assim que vivenciamos esses momentos durante essa semana. Momentos de escuta, de presença, de aprendizado. Momentos em que colocamos o coração aberto e os pés firmes no chão da história.
Testemunhamos o pulsar da vida em cada canto entoado, em cada silêncio respeitado. A juventude Guarani e Kaiowá e Nhandeva é força viva, é resistência que floresce mesmo diante das dores. Saímos transformadas(os).
Com a certeza de que a luta por território é também uma luta por dignidade, por cultura, por identidade. Seguimos comprometidos com a escuta atenta, com a presença verdadeira, e com o compromisso de continuar sendo ponte, caminho e, sobretudo, sinal de esperança.
https://cimi.org.br/2025/09/x-encontro-da-juventude-guarani-e-kaiowa-e-nhandeva-aty-jovem/
As notícias publicadas no site Povos Indígenas no Brasil são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos .Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.