De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
III Festival Garapirá 2025 valoriza ancestralidade Potiguara na Paraíba
11/09/2025
Fonte: Funai - https://www.gov.br
O Festival Garapirá - Encontro de Coco de Roda e Ciranda dos Indígenas Potiguara da Paraíba chegou à sua 3o edição. O evento ocorreu entre os dias 29 e 31 de agosto, na Oca de Dona Mariinha, na Aldeia Laranjeira, em Baía da Traição (PB) e reuniu mestres, anciãos, jovens, coletivos culturais e visitantes para celebrar tradições que atravessam séculos, consolidando-se como um espaço de resistência e afirmação da cultura indígena.
A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) assegurou apoio logístico e institucional para a realização das atividades com o objetivo de garantir a valorização cultural, a promoção da cidadania e o fortalecimento da identidade Potiguara. As unidades da autarquia indigenista envolvidas foram a Coordenação Regional de João Pessoa (CR-JPA) e a Coordenação de Mulheres e Participação Social (Comulheres), vinculada à Coordenação-Geral de Acesso à Justiça e Participação Social (CGAJ), da Diretoria de Direitos Humanos e Políticas Sociais (DHPS).
Servidores da Funai estiveram presentes durante todo o evento, registrando momentos importantes, coordenando o transporte de indígenas, artesanatos e comidas típicas, e apoiando a comercialização de produtos para contribuir com a geração de renda e o fortalecimento da economia local.
Para o coordenador regional da Funai em João Pessoa, Eugênio Herculano, o III Festival Garapirá reafirmou a necessidade de políticas públicas efetivas para os povos originários. "Mais do que uma celebração, o evento se consolidou como um espaço de diálogo interinstitucional, onde a música e a dança se transformaram em poderosos instrumentos de resistência política e social", disse o coordenador, reforçando a importância das parcerias institucionais para fortalecer a ancestralidade Potiguara.
O festival contou com o apoio das prefeituras de Baía da Traição, Marcação e Rio Tinto, por meio das secretarias municipais de Cultura, Educação, Turismo, Transporte, Saúde e Infraestrutura, e à Patrulha Indígena.
Preservação da cultura Potiguara
Marilene Lourenço, uma das idealizadoras do evento, destacou a importância da colaboração institucional e do engajamento comunitário, nesta terceira edição do Festival Garapirá, que também recebeu o povo indígena Kapinawá, de Pernambuco. "É muito gratificante ouvir de pessoas que não são Potiguara sobre o sucesso do evento e o empoderamento das mulheres do nosso território, que lideram e organizam cada detalhe".
A organizadora, que é pedagoga, produtora cultural e coreógrafa Potiguara, destacou que a preparação para o evento durou quase seis meses, visando dar suporte aos diversos grupos participantes. "Buscamos juntos dar visibilidade para todos os grupos, reconhecendo nossa cultura plural, que transcende nosso território e se conecta com o Brasil e o mundo, mantendo viva nossa ancestralidade, que já ultrapassa os 520 anos", afirmou.
A programação evidenciou a riqueza cultural Potiguara, com apresentações de grupos tradicionais, rodas de Toré e encontros intergeracionais. O festival estimulou a revitalização da língua Tupi e promoveu a economia local, por meio da venda de artesanatos e comidas típicas, e reforçou a transmissão de conhecimentos entre anciãos e jovens para reafirmar a vitalidade de práticas que resistem ao tempo. A revitalização de uma língua indígena consiste no processo de valorização e incentivo ao uso dela entre as novas gerações, garantindo sua continuidade cultural.
Além do impacto cultural e econômico, o encontro também favoreceu o bem-estar coletivo. A dança, o canto e a convivência reforçaram o papel das manifestações tradicionais como práticas de cura e fortalecimento emocional, sobretudo para mulheres e idosos.
De acordo com a organização do evento, o Festival Garapirá tem se expandido para outros três municípios (Rio Tinto, Marcação e Baía da Traição), e até para fora do Brasil. Nesta edição, cinco novos grupos ampliaram a participação da juventude e a diversidade cultural, com um público de cerca de 1.200 pessoas ao longo dos três dias.
"Toda a economia do Festival permanece na Aldeia Laranjeira, espaço sagrado de Dona Maria Barbosa da Silva, onde comidas típicas, pinturas corporais, artesanato e alimentação são produzidos pelos próprios Potiguara. O Garapirá é fruto de um esforço coletivo, e cada apoio recebido fortalece a nossa ancestralidade, a nossa cultura e o protagonismo indígena", afirma Marilene Lourenço.
Diálogo
O Festival Garapirá também tem se afirmado como um importante espaço de diálogo com instituições de ensino superior, como a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Professores e estudantes têm reconhecido o festival como uma ponte para o acesso direto às expressões culturais indígenas e para o enfrentamento ao racismo estrutural.
Shelda Santos, aluna do 3o período do bacharelado em Agroecologia, Campesinato e Educação Popular da UFRPE, destacou a força do evento. "Para mim a celebração agora é tradição! Quanta força, resistência e encantaria. Ver gerações dançando coco juntas foi lindo demais. Foi um privilégio poder estar com meu filho Siã nesse território sagrado. Vida longa ao Festival Garapirá!", celebrou.
A educadora Juliana Costa, natural do Rio de Janeiro e residente em São Paulo, também compartilhou sua experiência ao participar pela primeira vez do festival, onde presenciou a variedade de culturas presentes nas aldeias e a força dos movimentos artísticos, culturais e políticos. "A participação das crianças foi marcante, assim como as oficinas, em que aprendemos a importância de respeitar a natureza, colher com propósito e replantar", reforça. Segundo Juliana, foi um momento de muita troca e sabedoria, "com destaque para a fala do pajé mais jovem dos Potiguara e a presença firme de Dona Mariinha, que celebrava seus 76 anos de vida".
Para a professora, o Festival Garapirá evidencia o protagonismo indígena como um valor central. "Levo para meus alunos em São Paulo não apenas as maracas, joias, fotos e vídeos, mas também o aprendizado sobre respeito, grafismo, espiritualidade e a beleza da cultura Potiguara", afirma.
https://www.gov.br/funai/pt-br/assuntos/noticias/2025/funai-apoia-iii-festival-garapira-2025-para-valorizar-ancestralidade-potiguara-na-paraiba
A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) assegurou apoio logístico e institucional para a realização das atividades com o objetivo de garantir a valorização cultural, a promoção da cidadania e o fortalecimento da identidade Potiguara. As unidades da autarquia indigenista envolvidas foram a Coordenação Regional de João Pessoa (CR-JPA) e a Coordenação de Mulheres e Participação Social (Comulheres), vinculada à Coordenação-Geral de Acesso à Justiça e Participação Social (CGAJ), da Diretoria de Direitos Humanos e Políticas Sociais (DHPS).
Servidores da Funai estiveram presentes durante todo o evento, registrando momentos importantes, coordenando o transporte de indígenas, artesanatos e comidas típicas, e apoiando a comercialização de produtos para contribuir com a geração de renda e o fortalecimento da economia local.
Para o coordenador regional da Funai em João Pessoa, Eugênio Herculano, o III Festival Garapirá reafirmou a necessidade de políticas públicas efetivas para os povos originários. "Mais do que uma celebração, o evento se consolidou como um espaço de diálogo interinstitucional, onde a música e a dança se transformaram em poderosos instrumentos de resistência política e social", disse o coordenador, reforçando a importância das parcerias institucionais para fortalecer a ancestralidade Potiguara.
O festival contou com o apoio das prefeituras de Baía da Traição, Marcação e Rio Tinto, por meio das secretarias municipais de Cultura, Educação, Turismo, Transporte, Saúde e Infraestrutura, e à Patrulha Indígena.
Preservação da cultura Potiguara
Marilene Lourenço, uma das idealizadoras do evento, destacou a importância da colaboração institucional e do engajamento comunitário, nesta terceira edição do Festival Garapirá, que também recebeu o povo indígena Kapinawá, de Pernambuco. "É muito gratificante ouvir de pessoas que não são Potiguara sobre o sucesso do evento e o empoderamento das mulheres do nosso território, que lideram e organizam cada detalhe".
A organizadora, que é pedagoga, produtora cultural e coreógrafa Potiguara, destacou que a preparação para o evento durou quase seis meses, visando dar suporte aos diversos grupos participantes. "Buscamos juntos dar visibilidade para todos os grupos, reconhecendo nossa cultura plural, que transcende nosso território e se conecta com o Brasil e o mundo, mantendo viva nossa ancestralidade, que já ultrapassa os 520 anos", afirmou.
A programação evidenciou a riqueza cultural Potiguara, com apresentações de grupos tradicionais, rodas de Toré e encontros intergeracionais. O festival estimulou a revitalização da língua Tupi e promoveu a economia local, por meio da venda de artesanatos e comidas típicas, e reforçou a transmissão de conhecimentos entre anciãos e jovens para reafirmar a vitalidade de práticas que resistem ao tempo. A revitalização de uma língua indígena consiste no processo de valorização e incentivo ao uso dela entre as novas gerações, garantindo sua continuidade cultural.
Além do impacto cultural e econômico, o encontro também favoreceu o bem-estar coletivo. A dança, o canto e a convivência reforçaram o papel das manifestações tradicionais como práticas de cura e fortalecimento emocional, sobretudo para mulheres e idosos.
De acordo com a organização do evento, o Festival Garapirá tem se expandido para outros três municípios (Rio Tinto, Marcação e Baía da Traição), e até para fora do Brasil. Nesta edição, cinco novos grupos ampliaram a participação da juventude e a diversidade cultural, com um público de cerca de 1.200 pessoas ao longo dos três dias.
"Toda a economia do Festival permanece na Aldeia Laranjeira, espaço sagrado de Dona Maria Barbosa da Silva, onde comidas típicas, pinturas corporais, artesanato e alimentação são produzidos pelos próprios Potiguara. O Garapirá é fruto de um esforço coletivo, e cada apoio recebido fortalece a nossa ancestralidade, a nossa cultura e o protagonismo indígena", afirma Marilene Lourenço.
Diálogo
O Festival Garapirá também tem se afirmado como um importante espaço de diálogo com instituições de ensino superior, como a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Professores e estudantes têm reconhecido o festival como uma ponte para o acesso direto às expressões culturais indígenas e para o enfrentamento ao racismo estrutural.
Shelda Santos, aluna do 3o período do bacharelado em Agroecologia, Campesinato e Educação Popular da UFRPE, destacou a força do evento. "Para mim a celebração agora é tradição! Quanta força, resistência e encantaria. Ver gerações dançando coco juntas foi lindo demais. Foi um privilégio poder estar com meu filho Siã nesse território sagrado. Vida longa ao Festival Garapirá!", celebrou.
A educadora Juliana Costa, natural do Rio de Janeiro e residente em São Paulo, também compartilhou sua experiência ao participar pela primeira vez do festival, onde presenciou a variedade de culturas presentes nas aldeias e a força dos movimentos artísticos, culturais e políticos. "A participação das crianças foi marcante, assim como as oficinas, em que aprendemos a importância de respeitar a natureza, colher com propósito e replantar", reforça. Segundo Juliana, foi um momento de muita troca e sabedoria, "com destaque para a fala do pajé mais jovem dos Potiguara e a presença firme de Dona Mariinha, que celebrava seus 76 anos de vida".
Para a professora, o Festival Garapirá evidencia o protagonismo indígena como um valor central. "Levo para meus alunos em São Paulo não apenas as maracas, joias, fotos e vídeos, mas também o aprendizado sobre respeito, grafismo, espiritualidade e a beleza da cultura Potiguara", afirma.
https://www.gov.br/funai/pt-br/assuntos/noticias/2025/funai-apoia-iii-festival-garapira-2025-para-valorizar-ancestralidade-potiguara-na-paraiba
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