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Um dia após operação contra garimpo ilegal, Humaitá vive clima de apreensão no Amazonas

16/09/2025

Autor: Jeysy Xavier

Fonte: A Critica - https://www.acritica.com



As marcas deixadas pela operação contra o garimpo ilegal continuam visíveis em Humaitá. Ruas mais silenciosas, embarcações destruídas, fumaça ainda perceptível no ar e moradores em estado de alerta compõem o cenário no município após a ação realizada na última segunda-feira (15).

A operação, conduzida pela Polícia Federal com apoio da Força Nacional e da Polícia Rodoviária Federal, resultou na destruição de 71 dragas utilizadas na mineração ilegal no Rio Madeira. Durante a ação, houve relatos de uso de gás lacrimogêneo e balas de borracha, o que gerou apreensão entre moradores, especialmente em áreas próximas a escolas e residências.

"Foi como uma cena de guerra. A gente não conseguiu dormir. A fumaça, os tiros, o medo... tudo isso ainda está aqui", relatou um morador que enfrenta tratamento contra câncer de pulmão e registrou a movimentação da janela de casa.

Desde então, a cidade permanece em atenção. Apesar da aparente calmaria nesta terça-feira, moradores relatam grande circulação de veículos e agentes vindos de fora, levantando a percepção de que uma nova fase da operação possa ocorrer.

"Parece que estão esperando. A cidade está parada, mas tem muito carro estranho. A gente sente que pode acontecer outra ação a qualquer momento", disse outro residente.

Além dos danos materiais, moradores destacam o impacto emocional e social. Famílias que perderam embarcações e outros bens relatam dificuldades em manter seus filhos na escola e garantir o sustento básico.

"Trabalha anos pra conseguir o pão de cada dia, e em minutos tudo é destruído. Como manter os filhos na cidade?", questiona uma mãe.

A Defensoria Pública do Estado do Amazonas chegou a pedir ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) que proibisse o uso de explosivos nas operações, alegando que a prática compromete a segurança da população e fere direitos fundamentais. O pedido foi negado.

As forças de segurança argumentam que as ações têm como objetivo combater crimes ambientais e proteger comunidades indígenas. Já moradores pedem que os efeitos sobre a população local também sejam considerados. "É uma luta desigual. Armados contra desarmados. Essa é a triste realidade do nosso Brasil", resumiu um garimpeiro.

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