De Povos Indígenas no Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.

Noticias

Zona turística de Palhoça é suspensa por avançar sobre terra indígena no Morro dos Cavalos

18/09/2025

Autor: Gabriela Ferrarez

Fonte: NDMAIS - https://ndmais.com.br



Uma zona turística de Palhoça, na Grande Florianópolis, foi suspensa por sobrepor-se à terra indígena do Morro dos Cavalos e do Massiambu. A macrozona abrange ao menos 15 bairros do município, regiões em que eram permitidas a construção de hotéis, boates e parques.

A decisão da 6ª Vara Federal de Florianópolis (Ambiental) foi tomada na quarta-feira (17), após uma ação civil pública do MPF (Ministério Público Federal).

Após a sentença do juiz Charles Jacob Giacomini, a lei municipal de Palhoça, de 2020, que alterou o Plano Diretor e criou a macrozona turística, perdeu a validade na região das terras indígenas.

O magistrado afirmou que a sobreposição cria "risco de exploração indevida das terras indígenas em questão, como os casos já noticiados pela liderança da comunidade indígena do Massiambu."

O município pode recorrer ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4). Em nota, a prefeitura informou que não violou nenhuma legislação quando alterou o Plano Diretor e criou a macrozona turística.

"À época da elaboração da lei, não havia sobreposição direta de territórios oficialmente homologados e reconhecidos como terra indígena, estando algumas áreas ainda em fase preliminar de estudos. Além disso, nenhuma regra urbanística ou de uso e ocupação do solo foi alterada ou imposta sobre os territórios indígenas citados."

Conforme o município, a Procuradoria Geral do Município estuda as medidas judiciais cabíveis.

Mapa mostra dimensão de macrozona turística que sobrepõe território indígena
Quando a macrozona foi definida, em 2020, a prefeitura divulgou um mapa que mostra os bairros abrangidos. A demarcação do território do Morro dos Cavalos foi homologada em dezembro de 2024. Os territórios indígenas Guarani, onde vivem famílias Guarani Mbya e Guarani Nhandeva, ficam localizados na Enseada do Brito e em Massiambu Pequeno.

A decisão afirmou que as comunidades não foram ouvidas para a criação da macrozona. A Justiça ressaltou que a Convenção sobre Povos Indígenas e Tribais determina que qualquer lei que permita o uso de terras indígenas para exploração é nula.

Após a sentença, a prefeitura de Palhoça é obrigada a adotar medidas que garantam o respeito ao território indígena, apesar da macrozona turística que os rodeia. O município também é obrigado a consultar as famílias na criação de leis que possam afetar as comunidades.

Embora a decisão tenha sido favorável às comunidades que vivem no Morro dos Cavalos e no Massiambu, ela não foi estendida às terras indígenas na Praia de Fora e no Cambirela, que ainda estão em processo de demarcação. A Justiça argumentou que, por não terem um território definido, não é possível comprovar a sobreposição com a macrozona turística.

https://ndmais.com.br/justica/zona-turistica-de-palhoca-e-suspensa-por-avancar-sobre-terra-indigena-no-morro-dos-cavalos/
 

Las noticias publicadas en el sitio Povos Indígenas do Brasil (Pueblos Indígenas del Brasil) son investigadas en forma diaria a partir de fuentes diferentes y transcriptas tal cual se presentan en su canal de origen. El Instituto Socioambiental no se responsabiliza por las opiniones o errores publicados en esos textos. En el caso en el que Usted encuentre alguna inconsistencia en las noticias, por favor, póngase en contacto en forma directa con la fuente mencionada.