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MS: Guarani-Kaiowás retomam parte da Terras Indígena Guyraroká em Caarapó após ataques químicos por latifundiários
22/09/2025
Fonte: A Nova Democracia - https://anovademocracia.com.br
Neste domingo (21), os indígenas Guarani-Kaiowás retomaram parte das terras da Fazenda Ipuitã na cidade de Caarapó em Mato Grosso do Sul (MS). As terras da Fazenda são parte da Terra Indígena (TI) Guyraroká, já reconhecidas pela Funai como áreas tradicionais indígenas, mas que ainda aguardam a homologação do Governo Federal.
Ataques resultados da pulverização descontrolada de agrotóxicos por fazendeiros frequentemente atingem as plantações dos indígenas, o que fez com que perdessem quatro toneladas de sementes para suas plantações. Segundo o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), as denúncias constantes dos Guarani-Kaiowás: "tramitam ações judiciais impetradas pelo Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública da União (DPU) solicitando apuração e providências sobre os responsáveis por pulverizações aéreas (aviões) e terrestres (tratores) de agrotóxicos sobre as aldeias. Casas e até a escola indígena são alvos constantes do que autoridades de direitos humanos entendem como "ataques químicos"'.
Uma liderança, em contato com a Correspondente Local do de AND, afirmou que além de policiais cercaram a área, também estão presentes as forças do Departamento de Operações de Fronteira (DOF), que prometeram voltar com a Força Nacional, como forma de intimidação. A liderança nos disse ainda que: "o que a gente quer é terra. E qual o motivo da nossa reivindicação? A demarcação. A gente quer espaço. A gente quer plantar. A gente quer produzir. A gente não consegue plantar e nem produzir por conta dos agrotóxicos". Sobre a retomada da área da Fazenda Ipuitã, asseverou que: "Não é uma invasão. É uma área nossa, já vai fazer uns 30 anos. Já estamos cansados de ouvir, ouvir e ouvir, e nada ser feito. A Terra [Indígena] já é declarada, porém negada pelo Estado. E quem vai fazer [a demarcação] e levar as coisas, somos nós".
A liderança também denuncia a política de restrição alimentar levada a cabo pelos órgãos do Governo Federal, que prefere a mesa de negociações com a presença de latifundiários junto com o Ministério dos Povos Indígenas (MPI), já que: "o Estado não dá conta de alimentar os povos originários. Uma cesta básica que vem de 30 em 30 dias não dá pra comer durante o mês. Em uma semana já acabou. Então, a gente precisa produzir. A gente precisa de espaço. A gente precisa criar pra comer".
Sobre a possibilidade de saírem da terra, a liderança garantiu que "a gente fica, a gente vai permanecer no local porque é a nossa vida, nossa família, nosso povo. Se não, a gente fica em um espaço pequenininho, sem conseguir plantar e nem produzir por causa dos agrotóxicos e tem que ficar dependendo do Estado".
A retomada faz parte de uma série de movimentações indígenas pela retomada de suas terras historicamente assaltadas pelo latifúndio. Nos últimos meses, indígenas Kaingang retomaram suas terras tradicionais, localizadas em Erebango, norte do Rio Grande do Sul. Seguindo o mesmo movimento, indígenas Pataxó e Pataxó Hãhãhãe estão se dedicando a retomar seus territórios roubados no sul da Bahia, retomando parte da Terra Indígena Comexatibá, mesmo que sob constantes ataques de paramilitares e das hordas das polícias militar e civil.
https://anovademocracia.com.br/ms-guarani-kaiowa-retoma-caarapo-guyraroka/
Ataques resultados da pulverização descontrolada de agrotóxicos por fazendeiros frequentemente atingem as plantações dos indígenas, o que fez com que perdessem quatro toneladas de sementes para suas plantações. Segundo o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), as denúncias constantes dos Guarani-Kaiowás: "tramitam ações judiciais impetradas pelo Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública da União (DPU) solicitando apuração e providências sobre os responsáveis por pulverizações aéreas (aviões) e terrestres (tratores) de agrotóxicos sobre as aldeias. Casas e até a escola indígena são alvos constantes do que autoridades de direitos humanos entendem como "ataques químicos"'.
Uma liderança, em contato com a Correspondente Local do de AND, afirmou que além de policiais cercaram a área, também estão presentes as forças do Departamento de Operações de Fronteira (DOF), que prometeram voltar com a Força Nacional, como forma de intimidação. A liderança nos disse ainda que: "o que a gente quer é terra. E qual o motivo da nossa reivindicação? A demarcação. A gente quer espaço. A gente quer plantar. A gente quer produzir. A gente não consegue plantar e nem produzir por conta dos agrotóxicos". Sobre a retomada da área da Fazenda Ipuitã, asseverou que: "Não é uma invasão. É uma área nossa, já vai fazer uns 30 anos. Já estamos cansados de ouvir, ouvir e ouvir, e nada ser feito. A Terra [Indígena] já é declarada, porém negada pelo Estado. E quem vai fazer [a demarcação] e levar as coisas, somos nós".
A liderança também denuncia a política de restrição alimentar levada a cabo pelos órgãos do Governo Federal, que prefere a mesa de negociações com a presença de latifundiários junto com o Ministério dos Povos Indígenas (MPI), já que: "o Estado não dá conta de alimentar os povos originários. Uma cesta básica que vem de 30 em 30 dias não dá pra comer durante o mês. Em uma semana já acabou. Então, a gente precisa produzir. A gente precisa de espaço. A gente precisa criar pra comer".
Sobre a possibilidade de saírem da terra, a liderança garantiu que "a gente fica, a gente vai permanecer no local porque é a nossa vida, nossa família, nosso povo. Se não, a gente fica em um espaço pequenininho, sem conseguir plantar e nem produzir por causa dos agrotóxicos e tem que ficar dependendo do Estado".
A retomada faz parte de uma série de movimentações indígenas pela retomada de suas terras historicamente assaltadas pelo latifúndio. Nos últimos meses, indígenas Kaingang retomaram suas terras tradicionais, localizadas em Erebango, norte do Rio Grande do Sul. Seguindo o mesmo movimento, indígenas Pataxó e Pataxó Hãhãhãe estão se dedicando a retomar seus territórios roubados no sul da Bahia, retomando parte da Terra Indígena Comexatibá, mesmo que sob constantes ataques de paramilitares e das hordas das polícias militar e civil.
https://anovademocracia.com.br/ms-guarani-kaiowa-retoma-caarapo-guyraroka/
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