De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Censo 2022 identifica 391 povos e 295 línguas indígenas e reforça necessidade de atuação integrada entre os entes federados
24/10/2025
Fonte: MPI - https://www.gov.br
O Brasil tem 391 povos e 295 línguas indígenas, de acordo com dados do Censo 2022, divulgados nesta sexta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em Campinas (SP). A pesquisa atualiza os números do Censo de 2010, que contabilizavam 305 povos e 274 línguas indígenas. O aumento vai ao encontro do crescimento de cerca de 89% da população indígena no período entre as duas pesquisas, que passou de aproximadamente 897 mil para quase 1,7 milhão de pessoas, das quais 74,51% declararam seu pertencimento étnico em 2022.
Para a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), autarquia indigenista do Estado brasileiro, os números reforçam a necessidade de uma atuação integrada entre União, estados, Distrito Federal e municípios para assegurar o acesso dos povos indígenas a todos os serviços ofertados pelo Poder Público, como saúde, educação e segurança.
A autarquia lembra que todos os entes da federação devem atuar na promoção e proteção dos direitos dos povos indígenas, considerando, entre outros pontos, que o Censo 2022 aponta a presença indígena em 4.833 municípios. Segundo a pesquisa, São Paulo é o estado com o maior número de povos indígenas identificados pelo Censo - 271 ao todo. Em seguida, destacam-se o Amazonas, com 259, e a Bahia, com 233.
Durante a apresentação dos dados, o coordenador-geral de Gestão Estratégica da Funai, Artur Nobre Mendes, ressaltou que o Censo coroa o esforço que a Funai fez junto ao IBGE e é fundamental para retirar a população indígena da invisibilidade estatística que se mantinha até 2010. "Temos dados muito ricos para melhorar a nossa atuação junto aos povos indígenas", afirmou o servidor, que atuou como coordenador pela Funai do Acordo de Cooperação Técnica (ACT) entre a autarquia indigenista e o IBGE para o Censo Demográfico 2022.
A Funai participou de todo o processo censitário, desde a preparação, com diálogos prévios com as comunidades indígenas, até o tratamento dos dados por meio do compartilhamento das informações que possui sobre reivindicações territoriais e de pertencimento étnico. Rute Mikaele, assistente técnica da Ouvidoria da Funai, destaca a importância da pesquisa.
"Tivemos todo um cuidado de fazer pesquisas em nossos processos internos, mas também em realizar consultas a outras unidades da Funai, para contribuir com o IBGE no tratamento dos dados de pertencimento étnico e línguas, fundamentais ao retrato da nossa diversidade étnica e linguística e, por sua vez, ao desenho de políticas públicas indigenistas específicas", destaca a servidora da Funai.
Isso porque o censo fornece dados que servem de base para o governo planejar políticas públicas, com prioridades definidas, bem como para distribuir recursos e orientar investimentos de forma mais efetiva.
Povos indígenas
Dentro das terras indígenas, foram registrados 335 povos em 2022, o que representa um aumento na comparação com 2010, quando 250 foram identificadas. Fora de terras indígenas foram contabilizados 373 povos indígenas em 2022 e 300 em 2010. Os mais populosos são Tikuna (74.061), Kokama (64.327) e Makuxi (53.446), de acordo com o Censo.
Segundo o IBGE, os resultados destacam as diversas formas de organização social dos povos indígenas e múltiplos fatores devem ser considerados na sua interpretação, como os movimentos migratórios, o processo de urbanização e os processos de autoafirmação, que ocorrem quando grupos indígenas voltam a se diferenciar perante outros grupos e a sociedade não indígena. É o que explica a gerente de Povos e Comunidades Tradicionais e Grupos Populacionais Específicos do IBGE, Marta Antunes.
"São pessoas que se declaravam indígenas, mas não acionavam o pertencimento a uma etnia, povo ou grupo indígena específico, mas que, ao longo dos anos, vêm valorizando esse pertencimento fruto de diferentes processos sócio-organizativos.", afirma. De acordo com ela, declarar para o IBGE o pertencimento a determinada etnia passa a ser valorizado. "Depois de anos de ocultação para lidar com o racismo, principalmente no contexto urbano, se reúnem condições favoráveis para a declaração do pertencimento étnico", ressalta.
Línguas indígenas
O Censo identificou 295 línguas indígenas, com 474.856 falantes de dois anos ou mais de idade. As três línguas com maior número de falantes são: Tikuna (51.978), Guarani Kaiowá (38.658) e Guajajara (29.212). Entre 2010 e 2022, dentro das Terras Indígenas, houve um aumento de falantes de língua indígena entre as pessoas de cinco anos ou mais, passando de 293.853 para 433.980 falantes - um aumento de mais de 47% no número de falantes.
https://www.gov.br/funai/pt-br/assuntos/noticias/2025/censo-2022-identifica-391-povos-e-295-linguas-indigenas-e-reforca-necessidade-de-atuacao-integrada-entre-os-entes-federados
Para a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), autarquia indigenista do Estado brasileiro, os números reforçam a necessidade de uma atuação integrada entre União, estados, Distrito Federal e municípios para assegurar o acesso dos povos indígenas a todos os serviços ofertados pelo Poder Público, como saúde, educação e segurança.
A autarquia lembra que todos os entes da federação devem atuar na promoção e proteção dos direitos dos povos indígenas, considerando, entre outros pontos, que o Censo 2022 aponta a presença indígena em 4.833 municípios. Segundo a pesquisa, São Paulo é o estado com o maior número de povos indígenas identificados pelo Censo - 271 ao todo. Em seguida, destacam-se o Amazonas, com 259, e a Bahia, com 233.
Durante a apresentação dos dados, o coordenador-geral de Gestão Estratégica da Funai, Artur Nobre Mendes, ressaltou que o Censo coroa o esforço que a Funai fez junto ao IBGE e é fundamental para retirar a população indígena da invisibilidade estatística que se mantinha até 2010. "Temos dados muito ricos para melhorar a nossa atuação junto aos povos indígenas", afirmou o servidor, que atuou como coordenador pela Funai do Acordo de Cooperação Técnica (ACT) entre a autarquia indigenista e o IBGE para o Censo Demográfico 2022.
A Funai participou de todo o processo censitário, desde a preparação, com diálogos prévios com as comunidades indígenas, até o tratamento dos dados por meio do compartilhamento das informações que possui sobre reivindicações territoriais e de pertencimento étnico. Rute Mikaele, assistente técnica da Ouvidoria da Funai, destaca a importância da pesquisa.
"Tivemos todo um cuidado de fazer pesquisas em nossos processos internos, mas também em realizar consultas a outras unidades da Funai, para contribuir com o IBGE no tratamento dos dados de pertencimento étnico e línguas, fundamentais ao retrato da nossa diversidade étnica e linguística e, por sua vez, ao desenho de políticas públicas indigenistas específicas", destaca a servidora da Funai.
Isso porque o censo fornece dados que servem de base para o governo planejar políticas públicas, com prioridades definidas, bem como para distribuir recursos e orientar investimentos de forma mais efetiva.
Povos indígenas
Dentro das terras indígenas, foram registrados 335 povos em 2022, o que representa um aumento na comparação com 2010, quando 250 foram identificadas. Fora de terras indígenas foram contabilizados 373 povos indígenas em 2022 e 300 em 2010. Os mais populosos são Tikuna (74.061), Kokama (64.327) e Makuxi (53.446), de acordo com o Censo.
Segundo o IBGE, os resultados destacam as diversas formas de organização social dos povos indígenas e múltiplos fatores devem ser considerados na sua interpretação, como os movimentos migratórios, o processo de urbanização e os processos de autoafirmação, que ocorrem quando grupos indígenas voltam a se diferenciar perante outros grupos e a sociedade não indígena. É o que explica a gerente de Povos e Comunidades Tradicionais e Grupos Populacionais Específicos do IBGE, Marta Antunes.
"São pessoas que se declaravam indígenas, mas não acionavam o pertencimento a uma etnia, povo ou grupo indígena específico, mas que, ao longo dos anos, vêm valorizando esse pertencimento fruto de diferentes processos sócio-organizativos.", afirma. De acordo com ela, declarar para o IBGE o pertencimento a determinada etnia passa a ser valorizado. "Depois de anos de ocultação para lidar com o racismo, principalmente no contexto urbano, se reúnem condições favoráveis para a declaração do pertencimento étnico", ressalta.
Línguas indígenas
O Censo identificou 295 línguas indígenas, com 474.856 falantes de dois anos ou mais de idade. As três línguas com maior número de falantes são: Tikuna (51.978), Guarani Kaiowá (38.658) e Guajajara (29.212). Entre 2010 e 2022, dentro das Terras Indígenas, houve um aumento de falantes de língua indígena entre as pessoas de cinco anos ou mais, passando de 293.853 para 433.980 falantes - um aumento de mais de 47% no número de falantes.
https://www.gov.br/funai/pt-br/assuntos/noticias/2025/censo-2022-identifica-391-povos-e-295-linguas-indigenas-e-reforca-necessidade-de-atuacao-integrada-entre-os-entes-federados
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