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Lula anuncia aporte de US$ 1 bi em fundo de florestas para COP-30, mas não atrai outros países

23/09/2025

Fonte: OESP - https://www.estadao.com.br/



Lula anuncia aporte de US$ 1 bi em fundo de florestas para COP-30, mas não atrai outros países
O fundo quer gerar e distribuir dividendos de US$ 4 bilhões por ano, depois que for formalizado perante o Banco Mundial e lançado na conferência em Belém

23/09/2025

Felipe Frazão

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta terça-feira, dia 23, um aporte de US$ 1 bilhão (R$ 5,3 bilhões) do Brasil como o primeiro compromisso de um país com o Fundo Florestas Tropicais Para Sempre (TFFF), principal inovação a ser lançada na COP-30. Apenas o Brasil fez tal compromisso, abaixo da expectativa do governo brasileiro.

Lula faz uma apresentação do fundo aos demais países nesta tarde. Ele se reuniu com representantes de Alemanha, Noruega, Reino Unido, China e Emirados Árabes Unidos, entre outros, como França e Dinamarca. Esses países elogiaram a inicitiva e disseram que pretendem continuar a discuti-la.

Anteriormente, o governo brasileiro esperava ao menos anúncios de compromissos dos potenciais investidores, embora não dos valores de cada um, que deverão ser divulgados em novembro, na COP-30 de Belém. Mais cedo, alguns responsáveis pela iniciativa já admitiam que a expectativa baixou.

"O Brasil vai liderar pelo exemplo e se tornar o primeiro país a se comprometer com um investimento no fundo de US$ 1 bilhão. Convido todos os parceiros presentes a apresentarem contribuições igualmente ambiciosas para que o TFFF possa entrar em operação, na COP-30, em novembro, na Amazônia sul-americana", afirmou o petista, diante de delegaões da Guiana, Colômbia, Indonésia. "O TFFF não é caridade, é um investimento na humanidade e no planeta contra a ameaça de devastação pelo caos climático."

O Reino Unido afirmou que espera conhecer os detalhes do modelo financeiro e de governança, para então decidir como poderá contribuir. A União Europeia tampouco fez algum compromisso e disse que alguns elementos centrais do fundo "seguem sob discussão". A China disse que está engajada em "desempenhar um papel positivo".

A Noruega disse que o fundo pode se tornar um "divisor de águas" se lançado na COP-30. Oslo afirmou que os patrocinadores devem expandir sua base de contribuição rapidamente, porque a proposta somente funcionará se ocorrer em larga escala.

A França defendeu que os critérios de distribuição dos dividendos sejam equitativos, para que todos os países detentores de florestas possam se beneficiar, independente do grau de desenvolvimento.

O Banco Mundial deve finalizar o modelo em algumas semanas, ao longo de outubro.

Também se pronunciaram países que são potenciais beneficiários, mas sem adesão.

Lula disse que "a preservação das florestas deve estar no centro do debate sobre o clima", por isso a decisão de levar a conferência da ONU para a Amazônia.

O fundo quer gerar e distribuir dividendos de US$ 4 bilhões por ano, depois que for formalizado perante o Banco Mundial e lançado na COP-30, a ser realizada em novembro em Belém. O objetivo é angariar US$ 125 bilhões.

A ideia é destinar a países beneficiários, os que possuem bosques, US$ 4 dólares (pouco mais de R$ 20) por hectare de floresta tropical preservada. O Brasil era pressionado a "puxar a fila" e ser o primeiro a dar exemplo, por ser o proponente do TFFF. Até então, evitava se comprometer em público com algum valor.

Isso também significa que um país emergente estará destinando dinheiro para mudança climática, com investimentos e não doações, o que pode estimular outros a fazerem o mesmo, segundo diplomatas que tentam mobilizar recursos públicos e privados.


Por isso, Lula disse que o Fundo preserva o princípio de "responsabilidades comuns, porém diferenciadas", e que podem ser feitos aportes públicos por países desenvolvidos e em desenvolvimento.

Os dividendos serão repartidos entre os investidores e países beneficiáraios. 20% dos recursos devem ser destinados a comunidades tradicionais e indígenas. Somente poderão receber países que respeitem anualmente a meta de desmatamento de 0,5%.

O fundo florestal não vai permitir investimentos em empresas de combustíveis fósseis, como petroleiras. O ponto foi alvo de discussões nos bastidores do governo Lula entre as equipes da Fazenda e do Meio Ambiente.

Isso porque ter recursos alocados em fontes de energia mais sólidas, embora poluentes, poderia dar robustez e garantir um percentual de rendimentos, mas prevaleceu a visão de que seria uma opção de investimento contraditória.

Os idealizadores preveem que 20% do fundo seja formado com capital público, uma parcela soberana, e os demais 80% de investidores privados.

O anúncio foi feito durante seu discurso em uma sessão específica na Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Mais cedo, o presidente foi o primeiro líder a discursar no Debate Geral, a terceira autoridade depois do secretário-geral António Guterres e da presidente da Assembleia-Geral, Annalena Baerbock.

https://www.estadao.com.br/internacional/lula-anuncia-na-onu-aporte-de-us-1-bilhao-em-fundo-de-florestas-a-ser-lancado-na-cop-30/
 

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