De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Relatório Violência contra os Povos Indígenas é apresentado na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia
30/10/2025
Fonte: Cimi - https://cimi.org.br
 
 O evento reuniu estudantes, professores, missionários, lideranças indígenas e representantes institucionais; O Brasil segue sendo um dos lugares mais violentos do mundo para os povos indígenas
 
Durante o Simpósio Internacional de Filosofia, Teologia e Ciências da Religião - Ecologia Integral: Cuidar da Casa Comum, realizado na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE), em Belo Horizonte (MG), o dia 09 de outubro foi marcado por um encontro de escuta e compromisso: a apresentação do Relatório de Violência contra os Povos Indígenas - dados 2024.
 
O evento reuniu estudantes, professores, missionários, lideranças indígenas e representantes institucionais, que, em sintonia com o espírito da ecologia integral, se uniram para denunciar as feridas abertas nos territórios indígenas e reafirmar a esperança que brota da resistência dos povos originários.
 
O relatório, elaborado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), traz um retrato urgente e doloroso do país.
 
"O Brasil segue sendo um dos lugares mais violentos do mundo para os povos indígenas"
 
O Brasil segue sendo um dos lugares mais violentos do mundo para os povos indígenas.
 
Terras invadidas, rios contaminados, florestas queimadas, direitos violados e vidas ameaçadas.
 
Mas entre os números e as dores, há também a persistência da vida, a força da espiritualidade ancestral e a luta por dignidade e futuro.
 
É um documento de denúncia, mas também um chamado à ação coletiva, à escuta e à responsabilidade de todos nós.
 
A noite foi organizada em dois ciclos de partilha e reflexão, que se complementaram na busca por um olhar integral - entre a razão e a espiritualidade, a análise e a vida.
 
"O relatório, elaborado pelo Conselho Indigenista Missionário, traz um retrato urgente e doloroso do país"
 
Primeiro Ciclo - Dados e Aspectos Jurídicos
 
Com a presença do Procurador da República do Ministério Público Federal em Minas Gerais, Edmundo Antônio Dias Netto Júnior, titular do ofício especializado em direitos dos povos e comunidades tradicionais, e do coordenador do Cimi Regional Leste, Haroldo Heleno.
 
Ambos apresentaram uma leitura crítica dos dados do relatório e refletiram sobre os desafios jurídicos, éticos e institucionais para a efetivação dos direitos indígenas no Brasil contemporâneo.
 
Em suas contribuições ressaltaram a importância da presença do Ministério Público Federal (MPF) e das entidades missionárias como vozes em defesa da justiça e da dignidade dos povos tradicionais, lembrando que a omissão também é forma de violência.
 
"Ressaltou-se a importância do MPF e das entidades missionárias, como vozes em defesa da justiça e da dignidade dos povos tradicionais"
 
Segundo Ciclo - Vozes das Lideranças Indígenas
 
Momento de escuta sensível, espiritual e política conduzido por representantes do Comitê Indígena Mineiro, do Coletivo de Estudantes Indígenas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e por jovens lideranças de diferentes povos.
 
Participaram: Bea Puri, coordenadora e articuladora do Comitê; Thayná Pataxó, artesã e liderança do povo Pataxó da família Fiúsa; Tata Borum Xonim, elo entre o Comitê Indígena Mineiro e a Teia dos Povos e Juan Iuka, indígena do povo Juka dos Inhamuns, representando a juventude Juka. Karine Xacriabá, liderança jovem indígena e estudante direito e Fabrício Potiguara, liderança jovem indígena e estudante de arqueologia são integrantes do Coletivo de Estudantes Indígenas da UFMG.
 
"As lideranças deram testemunhos marcados pela dor e pela coragem, relembrando que cada número representa uma vida, uma aldeia, uma história interrompida"
 
As lideranças trouxeram testemunhos marcados pela dor e pela coragem, relembrando que cada número do relatório representa uma vida, uma aldeia, uma história interrompida, mas também uma esperança que renasce.
 
Suas falas teceram um canto de resistência e fé: falaram da luta cotidiana pela demarcação das terras, da defesa dos rios e florestas, da força das mulheres indígenas, e da importância da juventude como guardiã dos sonhos ancestrais.
 
No silêncio respeitoso do auditório, suas palavras ecoaram como profecia e denúncia, unindo o espírito do cuidado integral com o chamado à conversão ecológica.
 
"Cuidar da vida exige reconhecer que há uma sabedoria anterior à escrita e à ciência a sabedoria de quem habita a terra como corpo e como mãe"
 
A mensagem foi clara: "cuidar da casa comum é também proteger os povos que a guardam".
 
Cuidar da vida exige reconhecer que há uma sabedoria anterior à escrita e à ciência a sabedoria de quem habita a terra como corpo e como mãe.
 
Durante toda a semana, de 07 a 10 de outubro, a Exposição Fotográfica "Os Povos Indígenas" ocupou a Sala Ir. Dorothy Stang, homenageando as muitas formas de presença e resistência dos povos originários.
 
"Em tempos de destruição e indiferença, a escuta se torna um ato teológico, filosófico e político"
 
As imagens, mais do que registros, foram janelas de memória, convidando cada visitante a contemplar a beleza, a dor e a espiritualidade que atravessam as existências indígenas como quem contempla um espelho da própria humanidade.
 
O evento na FAJE reafirmou o compromisso de uma instituição que deseja pensar a fé e a filosofia a partir da realidade concreta dos povos e da terra.
 
Em tempos de destruição e indiferença, a escuta se torna um ato teológico, filosófico e político.
 
E no coração da ecologia integral ressoa a voz indígena, lembrando: "A terra não nos pertence. Nós pertencemos à terra."
 
https://cimi.org.br/2025/10/apresentacao-relatorio-violencia-povos-indigenas-faculdade-jesuita/    
Durante o Simpósio Internacional de Filosofia, Teologia e Ciências da Religião - Ecologia Integral: Cuidar da Casa Comum, realizado na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE), em Belo Horizonte (MG), o dia 09 de outubro foi marcado por um encontro de escuta e compromisso: a apresentação do Relatório de Violência contra os Povos Indígenas - dados 2024.
O evento reuniu estudantes, professores, missionários, lideranças indígenas e representantes institucionais, que, em sintonia com o espírito da ecologia integral, se uniram para denunciar as feridas abertas nos territórios indígenas e reafirmar a esperança que brota da resistência dos povos originários.
O relatório, elaborado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), traz um retrato urgente e doloroso do país.
"O Brasil segue sendo um dos lugares mais violentos do mundo para os povos indígenas"
O Brasil segue sendo um dos lugares mais violentos do mundo para os povos indígenas.
Terras invadidas, rios contaminados, florestas queimadas, direitos violados e vidas ameaçadas.
Mas entre os números e as dores, há também a persistência da vida, a força da espiritualidade ancestral e a luta por dignidade e futuro.
É um documento de denúncia, mas também um chamado à ação coletiva, à escuta e à responsabilidade de todos nós.
A noite foi organizada em dois ciclos de partilha e reflexão, que se complementaram na busca por um olhar integral - entre a razão e a espiritualidade, a análise e a vida.
"O relatório, elaborado pelo Conselho Indigenista Missionário, traz um retrato urgente e doloroso do país"
Primeiro Ciclo - Dados e Aspectos Jurídicos
Com a presença do Procurador da República do Ministério Público Federal em Minas Gerais, Edmundo Antônio Dias Netto Júnior, titular do ofício especializado em direitos dos povos e comunidades tradicionais, e do coordenador do Cimi Regional Leste, Haroldo Heleno.
Ambos apresentaram uma leitura crítica dos dados do relatório e refletiram sobre os desafios jurídicos, éticos e institucionais para a efetivação dos direitos indígenas no Brasil contemporâneo.
Em suas contribuições ressaltaram a importância da presença do Ministério Público Federal (MPF) e das entidades missionárias como vozes em defesa da justiça e da dignidade dos povos tradicionais, lembrando que a omissão também é forma de violência.
"Ressaltou-se a importância do MPF e das entidades missionárias, como vozes em defesa da justiça e da dignidade dos povos tradicionais"
Segundo Ciclo - Vozes das Lideranças Indígenas
Momento de escuta sensível, espiritual e política conduzido por representantes do Comitê Indígena Mineiro, do Coletivo de Estudantes Indígenas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e por jovens lideranças de diferentes povos.
Participaram: Bea Puri, coordenadora e articuladora do Comitê; Thayná Pataxó, artesã e liderança do povo Pataxó da família Fiúsa; Tata Borum Xonim, elo entre o Comitê Indígena Mineiro e a Teia dos Povos e Juan Iuka, indígena do povo Juka dos Inhamuns, representando a juventude Juka. Karine Xacriabá, liderança jovem indígena e estudante direito e Fabrício Potiguara, liderança jovem indígena e estudante de arqueologia são integrantes do Coletivo de Estudantes Indígenas da UFMG.
"As lideranças deram testemunhos marcados pela dor e pela coragem, relembrando que cada número representa uma vida, uma aldeia, uma história interrompida"
As lideranças trouxeram testemunhos marcados pela dor e pela coragem, relembrando que cada número do relatório representa uma vida, uma aldeia, uma história interrompida, mas também uma esperança que renasce.
Suas falas teceram um canto de resistência e fé: falaram da luta cotidiana pela demarcação das terras, da defesa dos rios e florestas, da força das mulheres indígenas, e da importância da juventude como guardiã dos sonhos ancestrais.
No silêncio respeitoso do auditório, suas palavras ecoaram como profecia e denúncia, unindo o espírito do cuidado integral com o chamado à conversão ecológica.
"Cuidar da vida exige reconhecer que há uma sabedoria anterior à escrita e à ciência a sabedoria de quem habita a terra como corpo e como mãe"
A mensagem foi clara: "cuidar da casa comum é também proteger os povos que a guardam".
Cuidar da vida exige reconhecer que há uma sabedoria anterior à escrita e à ciência a sabedoria de quem habita a terra como corpo e como mãe.
Durante toda a semana, de 07 a 10 de outubro, a Exposição Fotográfica "Os Povos Indígenas" ocupou a Sala Ir. Dorothy Stang, homenageando as muitas formas de presença e resistência dos povos originários.
"Em tempos de destruição e indiferença, a escuta se torna um ato teológico, filosófico e político"
As imagens, mais do que registros, foram janelas de memória, convidando cada visitante a contemplar a beleza, a dor e a espiritualidade que atravessam as existências indígenas como quem contempla um espelho da própria humanidade.
O evento na FAJE reafirmou o compromisso de uma instituição que deseja pensar a fé e a filosofia a partir da realidade concreta dos povos e da terra.
Em tempos de destruição e indiferença, a escuta se torna um ato teológico, filosófico e político.
E no coração da ecologia integral ressoa a voz indígena, lembrando: "A terra não nos pertence. Nós pertencemos à terra."
https://cimi.org.br/2025/10/apresentacao-relatorio-violencia-povos-indigenas-faculdade-jesuita/
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