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Festa da Damurida reúne indígenas e celebra cultura com 'muita pimenta' em Roraima
18/11/2025
Autor: Por Lucas Wilame, Rede Amazônia e g1 RR
Fonte: G1 - https://g1.globo.com
19ª edição do evento contou com apresentações culturais, concurso de rainha e pratos tradicionais preparados à base de pimenta.
Indígenas de ao menos 10 comunidades participaram da 19ª edição da Festa da Damurida na Terra Indígena Malacacheta, no Cantá, Norte de Roraima. O encontro reuniu dança, canto, pintura corporal, concursos e, claro, muita pimenta - ingrediente fundamental do prato que dá nome à festa e presente em praticamente todos os momentos do evento.
O evento aconteceu entre sexta-feira (14) e domingo (16). Os participantes também beberam caxiri (uma bebida indígena fermentada de teor alcoólico) e outros pratos típicos. Após as competições, houve uma exposição onde o público pode desfrutar de outros pratos típicos.
LEIA TAMBÉM:
Damurida produzida e exposta no Festival da Damurida, na comunidade Malacacheta - Foto: Lucas Wilame/Rede Amazônica
Preparo da estrela do evento
O preparo da damurida também chamou a atenção de quem acompanhou o evento. Merendeira da comunidade, Melissa Peres contou que aprendeu a cozinhar o prato ainda criança, observando a avó.
"O segredo é um bom tucupi e bastante pimenta: canaimé, olho de peixe, murupi... fica bem ardido", disse, rindo. Segundo ela, o caldo sempre foi considerado "café da manhã" para quem ia trabalhar pesado e precisava de força.
O agricultor Marinaldo Pereira concorda. Para ele, o prato é tão forte que é capaz de "mandar embora" energias ruins.
"Pelo que eu sinto quando eu tomo, é bom pra espantar tudo de ruim", disse.
Pimenta no prato, na cultura e até nos trajes
Rainha da Damurida 2025, Carol Lourenço Cadete - Foto: Divulgação/Festival da Damurida
A presença do ingrediente começou na culinária, mas se espalhou por todo o espaço da festa. As candidatas aos títulos de princesa e rainha usaram adereços produzidos com pimentas, destacando o símbolo que marca a identidade do povo Macuxi.
"A damurida é muito usada, por isso eu trouxe ela no meu corpo todo", disse Carol Lourenço Cadete, eleita Rainha da Damurida 2025.
Já a princesa Silvane Ivane celebrou a participação. "Tô me sentindo muito feliz, é muito incrível", disse.
Pintura corporal no Festival da Damurida, 2025 - Foto: Luiz de Matos/Rede Amazônica
Além dos trajes, pinturas corporais feitas com tinta de jenipapo marcaram presença entre jovens e adultos. Para Anita Ferreira, 19 anos, as pinturas representam força.
"As pinturas corporais significam para mim a força da centralidade. É uma força que a gente carrega através das pinturas. Quando eu me pinto, eu me recarrego", contou.
Cultura passada de geração em geração
Evento aconteceu na comunidade indígena da Malacacheta - Foto: Lucas Wilame/Rede Amazônica
O tuxaua da Malacacheta, José Ailton de Sousa Cruz, reforçou a importância do evento para manter viva a tradição do povo.
"Estamos fortalecendo cada dia mais nossa cultura e nossa língua. A damurida é alimento, é tradição e também uma medicina que espanta os espíritos maus e abençoa a comunidade", afirmou.
Durante o evento, crianças e jovens apresentaram a parixara, dança tradicional ensinada pelos mais velhos.
"Não podemos deixar nossos ancestrais para trás. A gente fica muito feliz de ver tudo isso vivo", disse Lisonete Souza, coordenadora do grupo de dança.
Indígenas dançam parixara no Festival da Damurida 2025 - Foto: Lucas Wilame/Rede Amazônica
A Festa da Damurida é vista pelos moradores como um encontro de reafirmação cultural, onde os mais jovens aprendem com os anciãos e ajudam a manter viva a história do povo.
O sabor apimentado, que atravessa gerações, segue como símbolo central da celebração.
https://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2025/11/18/festa-da-damurida-reune-indigenas-e-celebra-cultura-com-muita-pimenta-em-roraima.ghtml
Indígenas de ao menos 10 comunidades participaram da 19ª edição da Festa da Damurida na Terra Indígena Malacacheta, no Cantá, Norte de Roraima. O encontro reuniu dança, canto, pintura corporal, concursos e, claro, muita pimenta - ingrediente fundamental do prato que dá nome à festa e presente em praticamente todos os momentos do evento.
O evento aconteceu entre sexta-feira (14) e domingo (16). Os participantes também beberam caxiri (uma bebida indígena fermentada de teor alcoólico) e outros pratos típicos. Após as competições, houve uma exposição onde o público pode desfrutar de outros pratos típicos.
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Damurida produzida e exposta no Festival da Damurida, na comunidade Malacacheta - Foto: Lucas Wilame/Rede Amazônica
Preparo da estrela do evento
O preparo da damurida também chamou a atenção de quem acompanhou o evento. Merendeira da comunidade, Melissa Peres contou que aprendeu a cozinhar o prato ainda criança, observando a avó.
"O segredo é um bom tucupi e bastante pimenta: canaimé, olho de peixe, murupi... fica bem ardido", disse, rindo. Segundo ela, o caldo sempre foi considerado "café da manhã" para quem ia trabalhar pesado e precisava de força.
O agricultor Marinaldo Pereira concorda. Para ele, o prato é tão forte que é capaz de "mandar embora" energias ruins.
"Pelo que eu sinto quando eu tomo, é bom pra espantar tudo de ruim", disse.
Pimenta no prato, na cultura e até nos trajes
Rainha da Damurida 2025, Carol Lourenço Cadete - Foto: Divulgação/Festival da Damurida
A presença do ingrediente começou na culinária, mas se espalhou por todo o espaço da festa. As candidatas aos títulos de princesa e rainha usaram adereços produzidos com pimentas, destacando o símbolo que marca a identidade do povo Macuxi.
"A damurida é muito usada, por isso eu trouxe ela no meu corpo todo", disse Carol Lourenço Cadete, eleita Rainha da Damurida 2025.
Já a princesa Silvane Ivane celebrou a participação. "Tô me sentindo muito feliz, é muito incrível", disse.
Pintura corporal no Festival da Damurida, 2025 - Foto: Luiz de Matos/Rede Amazônica
Além dos trajes, pinturas corporais feitas com tinta de jenipapo marcaram presença entre jovens e adultos. Para Anita Ferreira, 19 anos, as pinturas representam força.
"As pinturas corporais significam para mim a força da centralidade. É uma força que a gente carrega através das pinturas. Quando eu me pinto, eu me recarrego", contou.
Cultura passada de geração em geração
Evento aconteceu na comunidade indígena da Malacacheta - Foto: Lucas Wilame/Rede Amazônica
O tuxaua da Malacacheta, José Ailton de Sousa Cruz, reforçou a importância do evento para manter viva a tradição do povo.
"Estamos fortalecendo cada dia mais nossa cultura e nossa língua. A damurida é alimento, é tradição e também uma medicina que espanta os espíritos maus e abençoa a comunidade", afirmou.
Durante o evento, crianças e jovens apresentaram a parixara, dança tradicional ensinada pelos mais velhos.
"Não podemos deixar nossos ancestrais para trás. A gente fica muito feliz de ver tudo isso vivo", disse Lisonete Souza, coordenadora do grupo de dança.
Indígenas dançam parixara no Festival da Damurida 2025 - Foto: Lucas Wilame/Rede Amazônica
A Festa da Damurida é vista pelos moradores como um encontro de reafirmação cultural, onde os mais jovens aprendem com os anciãos e ajudam a manter viva a história do povo.
O sabor apimentado, que atravessa gerações, segue como símbolo central da celebração.
https://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2025/11/18/festa-da-damurida-reune-indigenas-e-celebra-cultura-com-muita-pimenta-em-roraima.ghtml
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