De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias

Líder indígena é acusado de autorizar comércio de imbuia de área de preservação

03/08/2001

Autor: MARISA KAMINSKI

Fonte: Gazeta do Povo-Curitiba-PR



Polícia Federal investiga retirada de madeira de reserva indígena

Policiais prenderam sete pessoas em flagrante e apreenderam armas, um trator e um caminhão

Policial federal inspeciona carga de madeira apreendida dentro da reserva indígena.

A Polícia Federal de Guarapuava investiga corte e retirada ilegal de madeira da reserva indígena de Marreca dos Índios, localizada entre os municípios de Turvo e Guarapuava, no Centro-Sul do estado. Na quarta-feira, sete pessoas foram presas em flagrante. Os policiais apreenderam armas (uma pistola e uma espingarda de fabricação caseira) além de um trator e um caminhão carregado. Nos depoimentos à polícia, os detidos disseram que as árvores estavam mortas e que a retirada foi permitida pelo líder indígena Pedro Seg Seg, administrador da reserva.O líder indígena disse que ficou surpreso ao saber da notícia e afirmou que a prática de cortar madeira desvitalizada é normal e tem conhecimento dos órgãos ambientais. Temos um acordo entre os órgãos, como a Funai de Guarapuava, que permite a retirada da madeira que está caída, iniciou Seg Seg.O índio explicou que a reserva, com mais de 16 mil hectares de área, possui grande quantidade de imbuía, árvore em extinção. Em 1963 houve uma grande queimada na região que matou muitas imbuias. Com o tempo, elas começaram a cair. Então, aquilo que está no chão, vendemos para muitas pessoas para fabricação de cercas, de invernada para o gado. Isso vem sendo praticado há muitos anos, falou. A reserva conta com cerca de 350 índios, das tribos kaingang e guarani. A área é demarcada.O chefe do escritório regional da Funai, Vladinei Tadeu da Silva, falou que antes da ação da Polícia Federal a administração da Funai havia recebido denúncias feitas pelos índios, sobre o comportamento de Seg Seg, nas últimas eleições municipais - o líder indígena foi candidato a vereador e a estaria pressionando a tribo para votar nele. Seg Seg acabou não se elegendo. Durante a sindicância, segundo Silva, os índios fizeram as acusações sobre a retirada ilegal de madeira. Com a ação da Polícia Federal, a administração iniciou investigações. O caso foi encaminhado ao Ministério Público local.
 

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