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Emergencia contra a fome

11/02/2005

Fonte: CB, Brasil, p.15



Emergência contra a fome
Doze toneladas de alimentos serão enviadas aos índios da aldeia guarani-kaiowá, em Dourados (MS), onde 17 crianças morreram de desnutrição nos últimos 13 meses
Entre o ano passado e o primeiro mês de 2005, 17 crianças indígenas morreram de desnutrição em Dourados (MS). Apenas ontem, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome anunciou medidas emergenciais para tentar resolver a crise de falta de alimentos nas aldeias dos guarani-kaiowás. A distribuição de cestas básicas para os índios será ampliada a partir de março.
Hoje, 12 toneladas de alimentos serão enviadas à aldeia. A partir do mês que vem, 1,2 mil cestas básicas serão distribuídas regularmente, até agosto. “Essa é uma ação emergencial para socorrer os casos considerados mais graves. Não resta dúvida de que nós temos que ter, a médio e longo prazos, ações mais estruturantes de todo o governo”, disse o secretário-executivo do ministério, João Fassarela.
A ação emergencial também inclui a ampliação do programa Bolsa-Família, que atende atualmente apenas 31 famílias da cidade. A previsão é atender mais 484 famílias a partir do mês que vem.
Segundo o secretário-executivo, o atendimento dessas pessoas depende da revalidação do cadastro do programa pela prefeitura de Dourados.
Durante o Fórum Social Mundial realizado em janeiro em Porto Alegre, Léia Aquino Pedro, da aldeia nhanderu-marangatu, de Dourados, denunciou a situação nas aldeias. "As crianças estão morrendo mesmo. O atendimento médico não está bem, encaminhamos para um posto uma criança e tínhamos esperança de que ela ficasse bem, mas quando voltou para a aldeia, morreu no dia seguinte", contou em entrevista à Radiobrás.
Neste ano, duas crianças indígenas morreram de fome em Dourados. Em 2004, a desnutrição matou 15 índios menores de cinco anos nas aldeias de Mato Grosso do Sul, segundo dados da Fundação Nacional de Saúde (Funasa).

CB, 11/02/2005, p. 15
 

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