De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias

Parque Nacional do Araguaia

21/08/2001

Autor: Leide Takahashi

Fonte: e-mail de Leide Takahashi



Prezado Maretti e colegas do CMAP-BR,

Estou enviando esta mensagem para ratificar os comentarios do George. Tambem trabalhei no PARNA do Araguaia e constatei os mesmos absurdos. E lamentavel que uma area de riquezas naturais tao significativas (transicao entre a Floresta Amazonica e Cerrado) seja degradada desta forma irracional.
O remanescente a que se referiu George eh denominado mata do mamao e trata-se realmente de uma area florestal representativa, onde até mesmo os levantamentos sao realizados de forma limitada, por conta da dificuldade de
acesso. Atinge-se a area somente no peridodo de seca e leva-se 2 dias de carro, partindo da sede do parque, para chegar a mata.
Nao tenho a menor duvida de que a invasao e ampliacao da area nao melhorara as condicoes de vida dos indios, contribuindo apenas para aumentar a degradacao do ambiente. Enquanto nao houver fiscalizacao adequada os unicos beneficiarios deste processo serao os exploradores dos recursos que se
utilizam dos indios para fazer o trabalho pesado e ilegal.
Durante o periodo que estive la, ocorreu uma apreensão de 1 tonelada de manta de pirarucu salgada, na aldeia Macauba (localizada cerca de 2 km da
sede do parque, embora fora dos limites deste). Este peixe preparado estava sendo repassado ao intermediario ao custo de R$1,50/kg e, conforme ouvi do diretor do Parna do Araguaia, iria direto a Belem.
Ainda presenciei o abate de um veado dentro da area do parque, por um bando de cachorros e indios armados com espingardas, revolveres e facoes.
Faz algum tempo que a FUNAI nao realiza nenhum trabalho na aldeia, onde as condicoes de higiene sao precarissimas. Criancas e cachorros sarnentos brincam pelo chao no meio do lixo, homens e mulheres completamente desdentados e, para piorar, as mulheres vao vender o artesanato nos povoados vizinhos e como poucos compram, acabam mendigando pelas ruas. O
problema de alcoolismo entre os homens é muito comum.
O Procurador da República em Palmas (Mario Lucio) eh um grande conhecedor do assunto e talvez pudesse ajudar neste processo.
Era o que tinha a colocar no momento.
Um abraco,
 

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