De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Indio e baleado em fazenda invadida em MS
11/02/2004
Fonte: OESP, Nacional, p.A9
Índio é baleado em fazenda invadida em MS Caiovás e terenas trocaram tiros com seguranças da área de quase mil hectares
JOÃO NAVES DE OLIVEIRA Especial para o Estado
CAMPO GRANDE - Os índios terenas e caiovás que invadiram na segunda-feira a Fazenda Porto Belo, em Dourados, a 220 quilômetros de Campo Grande, trocaram tiros ontem com 11 seguranças particulares contratados pelo dono da propriedade, Esmalte Chaves. O tiroteio começou por volta das 7 horas e deixou um índio de 19 anos - identificado apenas como Cabaê - ferido na perna esquerda.
O cacique Carlito Oliveira, comandante da invasão, afirmou que os índios estão sofrendo ameaça de morte para deixar a fazenda, de quase mil hectares. Afirmou, ainda, que na luta para resgatar as terras dos antepassados os índios "esquecem o nome que têm no registro civil", motivo pelo qual não divulgam o nome do índio atingido.
As primeiras informações sobre o tiroteio foram passadas pelo próprio cacique para jornais locais. No acampamento dos invasores, jornalistas confirmaram que havia um índio ferido, ainda aguardando atendimento médico. "Os homens contratados pelos fazendeiros passaram a disparar contra o grupo. Alguns dos atiradores disseram que eram da polícia", narrou Carlito Oliveira.
A Polícia Federal só foi informada sobre o tiroteio no fim da tarde e deve apresentar hoje um relatório completo do que ocorreu. Além da equipe enviada pela PF, o administrador da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Dourados, Israel Bernardes, também foi para o local do incidente, conhecido como Porto Cambira, para apurar os acontecimentos.
Caiovás - Ainda em Dourados, o advogado Florisvaldo Souza Silva pediu que a Justiça Federal notifique o governador José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, a decretar estado de defesa no extremo sul do Estado, próximo da divisa com o Paraguai. Nesse caso, a preocupação é com o acirramento dos ânimos entre os índios caiovás-guaranis e os donos das 14 propriedades invadidas pelo grupo neste ano.
O advogado teme que o conflito gerado pelas ocupações promovidas pela tribo - que é apoiada por índios do Paraguai - ganhe proporções de guerrilha, com indígenas e fazendeiros se armando.
Sem-terra - Outro pedido feito para a Justiça Federal é de pressa no julgamento da ação impetrada pelo Ministério Público Federal impedindo a desapropriação da Fazenda Teijin, em Nova Andradina, a 270 quilômetros de Campo Grande. Os líderes sem-terra que desde anteontem bloqueiam todas as porteiras da fazenda estiveram à tarde na Justiça Federal de Dourados pedindo que a ação seja julgada o mais rápido possível.
Sem-terra filiados à Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri) estão solidários com os acampados nas proximidades da Fazenda Teijin. Eles armaram barracas de lona plástica nas proximidades de três fazendas, duas no município de Ivinhema, região sul do Mato Grosso do Sul, e outra em Campo Grande. O objetivo é invadir essas áreas, engrossando o protesto.
Em Nova Andradina, outros grupos - também ligados à Fetagri - invadiram as instalações inacabadas de um colégio rural, de onde sairão somente quando for resolvida a questão da Fazenda Teijin.
OESP, 11/02/2004, p.A9
JOÃO NAVES DE OLIVEIRA Especial para o Estado
CAMPO GRANDE - Os índios terenas e caiovás que invadiram na segunda-feira a Fazenda Porto Belo, em Dourados, a 220 quilômetros de Campo Grande, trocaram tiros ontem com 11 seguranças particulares contratados pelo dono da propriedade, Esmalte Chaves. O tiroteio começou por volta das 7 horas e deixou um índio de 19 anos - identificado apenas como Cabaê - ferido na perna esquerda.
O cacique Carlito Oliveira, comandante da invasão, afirmou que os índios estão sofrendo ameaça de morte para deixar a fazenda, de quase mil hectares. Afirmou, ainda, que na luta para resgatar as terras dos antepassados os índios "esquecem o nome que têm no registro civil", motivo pelo qual não divulgam o nome do índio atingido.
As primeiras informações sobre o tiroteio foram passadas pelo próprio cacique para jornais locais. No acampamento dos invasores, jornalistas confirmaram que havia um índio ferido, ainda aguardando atendimento médico. "Os homens contratados pelos fazendeiros passaram a disparar contra o grupo. Alguns dos atiradores disseram que eram da polícia", narrou Carlito Oliveira.
A Polícia Federal só foi informada sobre o tiroteio no fim da tarde e deve apresentar hoje um relatório completo do que ocorreu. Além da equipe enviada pela PF, o administrador da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Dourados, Israel Bernardes, também foi para o local do incidente, conhecido como Porto Cambira, para apurar os acontecimentos.
Caiovás - Ainda em Dourados, o advogado Florisvaldo Souza Silva pediu que a Justiça Federal notifique o governador José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, a decretar estado de defesa no extremo sul do Estado, próximo da divisa com o Paraguai. Nesse caso, a preocupação é com o acirramento dos ânimos entre os índios caiovás-guaranis e os donos das 14 propriedades invadidas pelo grupo neste ano.
O advogado teme que o conflito gerado pelas ocupações promovidas pela tribo - que é apoiada por índios do Paraguai - ganhe proporções de guerrilha, com indígenas e fazendeiros se armando.
Sem-terra - Outro pedido feito para a Justiça Federal é de pressa no julgamento da ação impetrada pelo Ministério Público Federal impedindo a desapropriação da Fazenda Teijin, em Nova Andradina, a 270 quilômetros de Campo Grande. Os líderes sem-terra que desde anteontem bloqueiam todas as porteiras da fazenda estiveram à tarde na Justiça Federal de Dourados pedindo que a ação seja julgada o mais rápido possível.
Sem-terra filiados à Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri) estão solidários com os acampados nas proximidades da Fazenda Teijin. Eles armaram barracas de lona plástica nas proximidades de três fazendas, duas no município de Ivinhema, região sul do Mato Grosso do Sul, e outra em Campo Grande. O objetivo é invadir essas áreas, engrossando o protesto.
Em Nova Andradina, outros grupos - também ligados à Fetagri - invadiram as instalações inacabadas de um colégio rural, de onde sairão somente quando for resolvida a questão da Fazenda Teijin.
OESP, 11/02/2004, p.A9
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