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Outra crianca indigena morre em Dourados

28/02/2005

Fonte: O Globo, O Pais, p.4

Outra criança indígena morre em Dourados
Soraya Aggege SÃO PAULO. Foi enterrado ontem em Dourados (MS) o corpo de mais uma criança indígena. O guarani-kaiowá Robson Garcia Fernandes, de 2 anos, morreu em uma fazenda, fora da aldeia, e a causa da morte não foi confirmada. Neste ano, a fome já matou cinco crianças indígenas em Dourados. O diretor do departamento indígena da Fundação Nacional da Saúde (Funasa), Alexandre Padilha, afirmou que o menino era bem nutrido e morreu vítima de um problema renal. No laudo do Instituto Médico Legal, no entanto, a causa da morte é desconhecida. A Funasa reafirmou que o caso não pode ser considerado a sexta morte por desnutrição em Dourados. Para o pediatra Zelik Trajber, da ONG Missão Kaiowá, é normal crianças desnutridas terem a imunidade muito baixa, ficando expostas a outras doenças: — Como ele morava fora da aldeia, possivelmente não estava sendo acompanhado. Até ontem, outras 31 crianças indígenas estavam internadas com quadros de subnutrição em Dourados, segundo Padilha. Outras nove estão internadas com problemas diferentes. Mais de mil cestas básicas chegam hoje a Dourados Anteontem, no primeiro dia de ações intensificadas na Reserva Indígena de Dourados, equipes técnicas da Funasa e da Prefeitura Municipal de Dourados avaliaram a situação de 192 crianças com até 5 anos de idade entre as 250 classificadas como desnutridas pelo Programa de Vigilância Nutricional. Três apresentaram patologias associadas que indicaram necessidade de internação. As outras foram classificadas segundo uma escala de risco que indicará a freqüência das próximas avaliações ao longo da semana. Segundo a Funasa, hoje chegam a Dourados 1.200 cestas básicas, com reforço de leite e feijão, do Ministério do Desenvolvimento Social. A distribuição das 22,8 toneladas de alimentos será feita no dia 2 a partir do levantamento feito das famílias mais necessitadas. Serão duas cestas para cada família seguindo critério de número de filhos e de crianças desnutridas.

O Globo, 28/02/2005, p.4

 

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