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Violência volta a ser debatida na Reserva

05/12/2007

Fonte: Jornal o Progresso



DOURADOS - Ontem durante todo o dia, na Escola Tengatuí Marangatu, localizada na Aldeia Jaguapiru, aconteceu um debate com a comunidade indígena sobre a "Violência: causas, efeitos e desafios".

Estiveram presente o Secretário Estadual de Segurança Pública, Wantuir Jacini, o general da 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, Roberto Fantoni Saurin, o procurador da República Charles Esteves, o Superintendente da Polícia Federal no Estado, Luiz Adalberto Philippsen, além de representantes das polícias Civil, Militar e lideranças indígenas das etnias caiuá, guarani e terena.

No debate, a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Polícia Federal voltaram a ser bastante criticados pelas lideranças indígenas. Houve também um princípio de tumulto com discussão entre caciques, de etnias diferentes, que quase terminou com o cancelamento do debate. O procurador da república interveio e deu continuidade a programação.

Segundo o Ministério Público Federal, a Funai é a primeira instituição a ser cobrada e responsabilizada pela segurança e prevenção de crimes dentro da Reserva Indígena. Outra novidade é que a Polícia Militar tem sim poder de atuação dentro das aldeias. Também foi defendida a volta da Operação Sucuri. "As polícias Civil e Federal atuam apenas no trabalho de investigação de crimes dentro das aldeias. O Exército Brasileiro também pode ser chamado para atuar em casos de proteção a vida do índio e ao território indígena", declarou o procurador.

O grande consumo de bebidas alcoólicas e crimes de homicídios com a utilização de facão também foram colocados em pauta no debate.

A promotora de Justiça Cristiane Amaral Cavalcante disse que o Ministério Público Estadual disse que vai encaminhar um requerimento às usinas do Estado, pedindo que não permitam os índios trazerem para casa o facão, que é utilizado como ferramenta no corte da cana e também como arma na maioria dos crimes de homicídio, cometidos dentro das aldeias.

O capitão da Aldeia Jaguapiru, Renato de Souza, criticou, a ausência da PF dentro das terras indígenas, a falta de interesse do poder público em resolver o problema da segurança. Todas as críticas foram feitas na frente das autoridades.

O cacique Getúlio de Oliveira, disse que a comunidade está insegura depois que foi desativada a Operação Sucuri, principalmente as da etnia Cauiá. "A ausência da polícia tem feito aumentar a violência nas aldeias e deve piorar ainda mais neste período de final de ano. Todo mundo sabe que drogas e bebidas estão entrando na Reserva e ninguém faz nada", declarou o líder indígena.
 

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