De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Sandice indígena
17/04/2008
Fonte: O Globo, Opinião, p. 6
Sandice indígena
Se mantida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a demarcação da reserva Raposa Serra do Sol em terras contínuas, 50% do território de Roraima serão de "nações indígenas", incluindo a ianomâmi. Significará, antes de qualquer outra implicação, a inviabilidade do estado como unidade autônoma da Federação, devendo Roraima retornar à condição de território, dependente de Brasília. Pois será decretada a desestabilização da agricultura local, fortemente baseada no cultivo do arroz, praticado há décadas naquelas terras. Por isso, nem todas as tribos estão a favor da demarcação, por se beneficiarem da existência de fazendas produtivas no local.
O que seria uma solução óbvia - a delimitação em bolsões, de forma a preservar as áreas de cultivo comercial - tornou-se inviável, pela composição político-ideológica do governo Lula. Assim como há na máquina pública gente que atua em favor de movimentos sem-terra à margem da lei, e existem representantes de organizações racialistas que querem dividir a nação segundo a cor da pele, também milita no governo gente que compartilha do delírio de "reparar" tribos de índios e supostos herdeiros quilombolas, dando-lhes extensões de terra injustificáveis, por sobre direitos constitucionais, e sem qualquer preocupação com a viabilidade desses atos do ponto de vista econômico e da segurança nacional.
Não é, portanto, sem motivo que, na semana passada, o comandante militar da Amazônia, general Augusto Heleno, claramente falando em nome das Forças Armadas, considerou essa demarcação de terras uma ameaça à integridade e à segurança nacionais. No Rio, ontem, ao participar de um seminário no Clube Militar, Heleno voltou ao tema para tachar de "lamentável" a política indigenista, sob aplausos da platéia, estando nela o general Luiz Cesário da Silveira Filho, comandante militar do Leste. Depois, em entrevista, o general falou da penúria de comunidades indígenas.
Além de serem consideradas "nações" por essa espécie de movimento autonomista que se expressa aqui e no exterior por meio de ONGs, e se infiltrou no governo, as reservas de Roraima se encontram em região de fronteira. Como há ianomâmis no Brasil e na Venezuela, o Estado precisa mesmo continuar atento à aspiração de militantes dessa causa exótica fazerem com que essa e outras reservas sejam reconhecidas como territórios autônomos. Além disso, são fronteiras que podem se tornar ainda mais vulneráveis.
Quem no governo defende a demarcação da Serra do Sol em terras contínuas age, de forma consciente ou não, a serviço desse lobby. Ainda bem que o STF, com a resistência à remoção dos arrozeiros, reabriu a questão da delimitação e com isso evitou um choque violento entre agricultores, índios e a Polícia Federal.
Entrevistas de alguns ministros indicam que a Corte deverá acolher o bom senso. E assim terá sido reparada mais uma sandice praticada, em nome do politicamente correto, por aparelhos infiltrados no Estado.
O Globo, 17/04/2008, Opinião, p. 6
Se mantida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a demarcação da reserva Raposa Serra do Sol em terras contínuas, 50% do território de Roraima serão de "nações indígenas", incluindo a ianomâmi. Significará, antes de qualquer outra implicação, a inviabilidade do estado como unidade autônoma da Federação, devendo Roraima retornar à condição de território, dependente de Brasília. Pois será decretada a desestabilização da agricultura local, fortemente baseada no cultivo do arroz, praticado há décadas naquelas terras. Por isso, nem todas as tribos estão a favor da demarcação, por se beneficiarem da existência de fazendas produtivas no local.
O que seria uma solução óbvia - a delimitação em bolsões, de forma a preservar as áreas de cultivo comercial - tornou-se inviável, pela composição político-ideológica do governo Lula. Assim como há na máquina pública gente que atua em favor de movimentos sem-terra à margem da lei, e existem representantes de organizações racialistas que querem dividir a nação segundo a cor da pele, também milita no governo gente que compartilha do delírio de "reparar" tribos de índios e supostos herdeiros quilombolas, dando-lhes extensões de terra injustificáveis, por sobre direitos constitucionais, e sem qualquer preocupação com a viabilidade desses atos do ponto de vista econômico e da segurança nacional.
Não é, portanto, sem motivo que, na semana passada, o comandante militar da Amazônia, general Augusto Heleno, claramente falando em nome das Forças Armadas, considerou essa demarcação de terras uma ameaça à integridade e à segurança nacionais. No Rio, ontem, ao participar de um seminário no Clube Militar, Heleno voltou ao tema para tachar de "lamentável" a política indigenista, sob aplausos da platéia, estando nela o general Luiz Cesário da Silveira Filho, comandante militar do Leste. Depois, em entrevista, o general falou da penúria de comunidades indígenas.
Além de serem consideradas "nações" por essa espécie de movimento autonomista que se expressa aqui e no exterior por meio de ONGs, e se infiltrou no governo, as reservas de Roraima se encontram em região de fronteira. Como há ianomâmis no Brasil e na Venezuela, o Estado precisa mesmo continuar atento à aspiração de militantes dessa causa exótica fazerem com que essa e outras reservas sejam reconhecidas como territórios autônomos. Além disso, são fronteiras que podem se tornar ainda mais vulneráveis.
Quem no governo defende a demarcação da Serra do Sol em terras contínuas age, de forma consciente ou não, a serviço desse lobby. Ainda bem que o STF, com a resistência à remoção dos arrozeiros, reabriu a questão da delimitação e com isso evitou um choque violento entre agricultores, índios e a Polícia Federal.
Entrevistas de alguns ministros indicam que a Corte deverá acolher o bom senso. E assim terá sido reparada mais uma sandice praticada, em nome do politicamente correto, por aparelhos infiltrados no Estado.
O Globo, 17/04/2008, Opinião, p. 6
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