De Povos Indígenas no Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.
Notícias
Índios querem estrada da Raposa bloqueada até julgamento de demarcação no STF
11/05/2008
Autor: Marco Antônio Soalheiro
Fonte: Agência Brasil
Terra Indígena Raposa Serra do Sol (RR) - Quem chega à Raposa pela RR-319, estrada conhecida como Transarrozeira, encontra, alguns quilômetros adiante, um bloqueio de estacas de madeira e arame.
A barreira foi montada por índios orientados pelo Conselho Indígena de Roraima para impedir que produtores de arroz levem às suas fazendas material usado nas lavouras, como fertilizantes e sementes.
Eles avisam que a passagem só será permitida ao arrozeiro que quiser apenas retirar pertences. "Só aceitamos a saída. Entrada com veneno não aceitamos mais, pois está poluindo nossa água dos igarapés", disse o agricultor indígena Valquir Paixão, de 54 anos.
Quando alguém se aproxima da barreira, rapidamente índios da Comunidade Jawari saem de suas malocas e iniciam a identificação dos estranhos.
Pedem documento de identidade para comparar com crachá funcional e, só depois de desfeita a desconfiança, aceitam dar entrevista, precedida de uma apresentação dos repórteres aos moradores, reunidos em um barracão.
O tuxaua Francisco Constantino Júnior, de 42 anos, é quem responde primeiro, observado por praticamente todos do local: "O bloqueio foi uma decisão das comunidades da Raposa, e não vamos abrir mão até o julgamento [das ações que contestam a demarcação em área contínua]no Supremo [Supremo Tribunal Federal]. Queremos que os arrozeiros saiam".
A equipe da Agência Brasil estava presente quando os índios impediram a passagem do arrozeiro Ivo Barili, que, acompanhado da esposa e de uma repórter de Boa Vista, pretendia ir de caminhonete para sua fazenda.
"Eles [arrozeiros] não conversam com a gente [sobre] o que querem fazer, e nós só liberamos a entrada para retirar bens", justificou Perciliano Januário, tuxaua [chefe] de comunidade vizinha à Jawari.
O bloqueio da estrada começou segunda-feira (5). A Polícia Federal foi ao local no dia seguinte e, segundo o delegado Fernando Romero, fez um acordo com a comunidade para que liberasse a estrada.
A trégua durou apenas 24 horas. "Eles abriram e depois fecharam, apesar do nosso pedido para que retirassem [as estacas e o arame]. Os ânimos estão exaltados. Já solicitamos uma participação mais ativa da Funai [Fundação Nacional do Índio], porque isso extrapola nossas atribuições", disse Romero.
Os indígenas alegam, no entanto, que quem não cumpriu o acordado foi a PF. "O acordo era para que a polícia passasse a controlar a entrada dos arrozeiros só para retirarem a colheita, mas eles [agentes da PF] não apareceram", justifcou o professor indígena Jaime Araújo.
O delegado Romero afirmou que o desbloqueio da estrada à força só poderia ser feito com amparo em autorização judicial. O arrozeiro Ivo Barili já entrou com pedido na Justiça Federal e aguarda uma decisão a qualquer momento.
A barreira foi montada por índios orientados pelo Conselho Indígena de Roraima para impedir que produtores de arroz levem às suas fazendas material usado nas lavouras, como fertilizantes e sementes.
Eles avisam que a passagem só será permitida ao arrozeiro que quiser apenas retirar pertences. "Só aceitamos a saída. Entrada com veneno não aceitamos mais, pois está poluindo nossa água dos igarapés", disse o agricultor indígena Valquir Paixão, de 54 anos.
Quando alguém se aproxima da barreira, rapidamente índios da Comunidade Jawari saem de suas malocas e iniciam a identificação dos estranhos.
Pedem documento de identidade para comparar com crachá funcional e, só depois de desfeita a desconfiança, aceitam dar entrevista, precedida de uma apresentação dos repórteres aos moradores, reunidos em um barracão.
O tuxaua Francisco Constantino Júnior, de 42 anos, é quem responde primeiro, observado por praticamente todos do local: "O bloqueio foi uma decisão das comunidades da Raposa, e não vamos abrir mão até o julgamento [das ações que contestam a demarcação em área contínua]no Supremo [Supremo Tribunal Federal]. Queremos que os arrozeiros saiam".
A equipe da Agência Brasil estava presente quando os índios impediram a passagem do arrozeiro Ivo Barili, que, acompanhado da esposa e de uma repórter de Boa Vista, pretendia ir de caminhonete para sua fazenda.
"Eles [arrozeiros] não conversam com a gente [sobre] o que querem fazer, e nós só liberamos a entrada para retirar bens", justificou Perciliano Januário, tuxaua [chefe] de comunidade vizinha à Jawari.
O bloqueio da estrada começou segunda-feira (5). A Polícia Federal foi ao local no dia seguinte e, segundo o delegado Fernando Romero, fez um acordo com a comunidade para que liberasse a estrada.
A trégua durou apenas 24 horas. "Eles abriram e depois fecharam, apesar do nosso pedido para que retirassem [as estacas e o arame]. Os ânimos estão exaltados. Já solicitamos uma participação mais ativa da Funai [Fundação Nacional do Índio], porque isso extrapola nossas atribuições", disse Romero.
Os indígenas alegam, no entanto, que quem não cumpriu o acordado foi a PF. "O acordo era para que a polícia passasse a controlar a entrada dos arrozeiros só para retirarem a colheita, mas eles [agentes da PF] não apareceram", justifcou o professor indígena Jaime Araújo.
O delegado Romero afirmou que o desbloqueio da estrada à força só poderia ser feito com amparo em autorização judicial. O arrozeiro Ivo Barili já entrou com pedido na Justiça Federal e aguarda uma decisão a qualquer momento.
As notícias publicadas no site Povos Indígenas no Brasil são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos .Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.