De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Brasil - Nos caminhos e lutas Kaiowá Guarani pela Terra e pela Vida
22/07/2008
Autor: Egon Dionísio Heck
Fonte: Adital - www.adital.com.br
"Apenas a possibilidade de início do levantamento (identificação das terras Kaiowá Guarani), já provocou reações em Mato Grosso do Sul. Para evitar protestos mais exaltados, a ordem do governo estadual é impedir o início do processo... Hoje, em reunião com o presidente Lula, o próprio André Puccinelli teria pedido o cancelamento dos trabalhos em Mato Grosso do Sul" (Campo Grande News,15/07/08)
Mais um início de dia de frio e secura no cone sul do Mato Grosso do Sul. No roteiro, os caminhos do Passo Piraju e Jatawari. Caminhos para sentir a luta Guarani pela terra e vida. O sangue que corre nas veias secularmente, e no chão da esperança, alcança os brados dos céus, os deuses, dos espíritos guerreiros do povo Kaiowá Guarani.
Algumas apreensões no horizonte. Dia de audiência dos índios presos no Passo Piraju. A FUNAI, no afã de começar a conter a grande violência que se abate sobre os confinamentos Kaiowá Guarani, seu Presidente, Márcio Meira, baixou portaria que visa controlar os ingressos e acessos a essas áreas. Atitude louvável, apesar de ineficaz. Como comentaram amigos da causa: "vão se submeter ao ritual do controle os amigos dos índios e seus inimigos possivelmente a irão ignorar ou burlar".
Com autorização em mãos, fomos à aldeia.
"Me dói o coração,
Hoje índio vive escravo,
A gente não pode ir pra lá e pra cá,
Não pode ir a lugar nenhum!"
"Ali é minha cadeia",
Aponta o velho cacique,
Fizeram cadeia pra mim
Ali a lei me enquadrou,
Mas a lei que vem lá de cima,
Essa é a que vou respeitar!
Com voz pausada e cortante, Carlitos vai narrando a saga do seu povo, sua comunidade, do Passo Piraju, onde nasceu e "daqui eu saio só no caixão". Fala da história de seus avós, de seus pais e de sua luta nesses 65 anos de peregrinação, desde os trabalhos nos ervais (erva mate Laranjeira), até a volta à terra onde nasci, à beira do rio Dourados, no Passo Piraju.
Quando fala das crianças que ali vão brotando, com futuro incerto, se emociona, baixa a cabeça e fala entre soluços e lágrimas "é por elas que estou lutando!" Após lembrar os duros passos passados, assevera: "e continua a perseguição, tiros vindos lá do rio, disparados por cima das nossas casas... Deus tá vendo!". E demonstra toda sua sensibilidade, revolta, confiança e gratidão, pela vinda dos amigos e amigas, os advogados da causa, enfim os que se dignam ouvi-lo e levar apoio e solidariedade.
Faz a reza e seguimos, emocionados pela partilha de mais um momento forte, nos caminhos e lutas Kaiowá Guarani, pela terra e pela vida!
Mais um início de dia de frio e secura no cone sul do Mato Grosso do Sul. No roteiro, os caminhos do Passo Piraju e Jatawari. Caminhos para sentir a luta Guarani pela terra e vida. O sangue que corre nas veias secularmente, e no chão da esperança, alcança os brados dos céus, os deuses, dos espíritos guerreiros do povo Kaiowá Guarani.
Algumas apreensões no horizonte. Dia de audiência dos índios presos no Passo Piraju. A FUNAI, no afã de começar a conter a grande violência que se abate sobre os confinamentos Kaiowá Guarani, seu Presidente, Márcio Meira, baixou portaria que visa controlar os ingressos e acessos a essas áreas. Atitude louvável, apesar de ineficaz. Como comentaram amigos da causa: "vão se submeter ao ritual do controle os amigos dos índios e seus inimigos possivelmente a irão ignorar ou burlar".
Com autorização em mãos, fomos à aldeia.
"Me dói o coração,
Hoje índio vive escravo,
A gente não pode ir pra lá e pra cá,
Não pode ir a lugar nenhum!"
"Ali é minha cadeia",
Aponta o velho cacique,
Fizeram cadeia pra mim
Ali a lei me enquadrou,
Mas a lei que vem lá de cima,
Essa é a que vou respeitar!
Com voz pausada e cortante, Carlitos vai narrando a saga do seu povo, sua comunidade, do Passo Piraju, onde nasceu e "daqui eu saio só no caixão". Fala da história de seus avós, de seus pais e de sua luta nesses 65 anos de peregrinação, desde os trabalhos nos ervais (erva mate Laranjeira), até a volta à terra onde nasci, à beira do rio Dourados, no Passo Piraju.
Quando fala das crianças que ali vão brotando, com futuro incerto, se emociona, baixa a cabeça e fala entre soluços e lágrimas "é por elas que estou lutando!" Após lembrar os duros passos passados, assevera: "e continua a perseguição, tiros vindos lá do rio, disparados por cima das nossas casas... Deus tá vendo!". E demonstra toda sua sensibilidade, revolta, confiança e gratidão, pela vinda dos amigos e amigas, os advogados da causa, enfim os que se dignam ouvi-lo e levar apoio e solidariedade.
Faz a reza e seguimos, emocionados pela partilha de mais um momento forte, nos caminhos e lutas Kaiowá Guarani, pela terra e pela vida!
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