De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Quartel do Exército abriga ato contra reserva
10/05/2008
Fonte: O Globo, O País, p. 15
Quartel do Exército abriga ato contra reserva
Comandante de batalhão apóia protesto de arrozeiros, políticos e comerciantes, que criticam presidente, ministro e PF
Evandro Éboli
Enviado especial
Uma manifestação realizada ontem por arrozeiros, políticos e comerciantes de Roraima contrários à demarcação de Raposa Serra do Sol terminou num ato dentro de uma unidade do Exército, em Boa Vista, e com o apoio do general Eliezer Monteiro, comandante do 7º. Batalhão de Infantaria de Selva (BIS). Monteiro é a principal autoridade militar de Roraima, e está subordinado diretamente ao comandante Militar da Amazônia, general Augusto Heleno, que criou polêmica recentemente ao condenar a política indigenista brasileira.
No início da noite de ontem, dentro do auditório do 7º. BIS, o general recebeu um grupo de 30 manifestantes e ouviu o deputado Márcio Junqueira (DEM-RR) ler um documento em que ataca a Polícia Federal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Justiça, Tarso Genro. No documento, a PF é acusada de ser arbitrária e proteger o Conselho de Indígena de Roraima (CIR). 0 texto diz ainda que a polícia atua somente contra adversários de Lula.
Antes do ato, perguntado se concordava com a posição do general Heleno, que criticou a demarcação em Raposa e classificou como caótica a política indigenista, o general disse:
- 0 general Heleno falou o que precisava ser falado.
Depois, ao falar para os arrozeiros, políticos, indígenas e empresários, disse que há riscos para a soberania nacional com demarcação de terras nas faixas de fronteira, e recomendou aos presentes que procurem a Justiça para buscar seus direitos. Monteiro considerou "bastante apropriado" o fato de governo do estado te- no Supremo Tribunal Federal a demarcação e a operação da PE
- Que usem as forças da lei para terem seus direitos garantidos. Quando recorreram ao Supremo, o fizeram de maneira muito própria, com bastante propriedade - disse.
Quando defendeu as terras dos arrozeiros, o general foi aplaudido, 0 militar disse que eles não devem aceitar que os índios ligados ao CIR proíbam circulação de alimentos e combustíveis no interior da área, o que passou ocorrer depois que agentes da Polícia Federal e da Força Nacional de Segurança chegaram no interior da reserva, há um mês.
- Cobrem respeito à propriedade e à dignidade de vocês e exijam que possa passar comida, combustível. A terra que está lá, ainda que dentro da Raposa, ainda está sob o nome de suas famílias. São dos senhores - disse.
Numa crítica aos indígenas do CIR, o general afirmou que esses índios se "arvoram corno donos das terras" e fazem o controle de quem deve ou não passar naquelas terras.
- Com que direito esses índios fazem isso?! Cabe à Funai fazer esse controle.
A manifestação durou cerca de três horas, num trajeto de oito quilômetros. Participaram do ato cerca de 400 carros, motos e caminhões. Os manifestantes eram comandados pelo deputado Márcio Junqueira, que ia a pé, na frente, discursando num microfone, reverberado pelas caixas de som de um trio elétrico. Ele criticou Lula e disse que o presidente ignora Roraima, "tanto que o estado é o único que ele (Lula) nunca visitou". Junqueira fez defesa enfática do arrozeiro Paulo César Quartiero, que está preso em Brasília.
O Globo, 10/05/2008, O País, p. 15
Comandante de batalhão apóia protesto de arrozeiros, políticos e comerciantes, que criticam presidente, ministro e PF
Evandro Éboli
Enviado especial
Uma manifestação realizada ontem por arrozeiros, políticos e comerciantes de Roraima contrários à demarcação de Raposa Serra do Sol terminou num ato dentro de uma unidade do Exército, em Boa Vista, e com o apoio do general Eliezer Monteiro, comandante do 7º. Batalhão de Infantaria de Selva (BIS). Monteiro é a principal autoridade militar de Roraima, e está subordinado diretamente ao comandante Militar da Amazônia, general Augusto Heleno, que criou polêmica recentemente ao condenar a política indigenista brasileira.
No início da noite de ontem, dentro do auditório do 7º. BIS, o general recebeu um grupo de 30 manifestantes e ouviu o deputado Márcio Junqueira (DEM-RR) ler um documento em que ataca a Polícia Federal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Justiça, Tarso Genro. No documento, a PF é acusada de ser arbitrária e proteger o Conselho de Indígena de Roraima (CIR). 0 texto diz ainda que a polícia atua somente contra adversários de Lula.
Antes do ato, perguntado se concordava com a posição do general Heleno, que criticou a demarcação em Raposa e classificou como caótica a política indigenista, o general disse:
- 0 general Heleno falou o que precisava ser falado.
Depois, ao falar para os arrozeiros, políticos, indígenas e empresários, disse que há riscos para a soberania nacional com demarcação de terras nas faixas de fronteira, e recomendou aos presentes que procurem a Justiça para buscar seus direitos. Monteiro considerou "bastante apropriado" o fato de governo do estado te- no Supremo Tribunal Federal a demarcação e a operação da PE
- Que usem as forças da lei para terem seus direitos garantidos. Quando recorreram ao Supremo, o fizeram de maneira muito própria, com bastante propriedade - disse.
Quando defendeu as terras dos arrozeiros, o general foi aplaudido, 0 militar disse que eles não devem aceitar que os índios ligados ao CIR proíbam circulação de alimentos e combustíveis no interior da área, o que passou ocorrer depois que agentes da Polícia Federal e da Força Nacional de Segurança chegaram no interior da reserva, há um mês.
- Cobrem respeito à propriedade e à dignidade de vocês e exijam que possa passar comida, combustível. A terra que está lá, ainda que dentro da Raposa, ainda está sob o nome de suas famílias. São dos senhores - disse.
Numa crítica aos indígenas do CIR, o general afirmou que esses índios se "arvoram corno donos das terras" e fazem o controle de quem deve ou não passar naquelas terras.
- Com que direito esses índios fazem isso?! Cabe à Funai fazer esse controle.
A manifestação durou cerca de três horas, num trajeto de oito quilômetros. Participaram do ato cerca de 400 carros, motos e caminhões. Os manifestantes eram comandados pelo deputado Márcio Junqueira, que ia a pé, na frente, discursando num microfone, reverberado pelas caixas de som de um trio elétrico. Ele criticou Lula e disse que o presidente ignora Roraima, "tanto que o estado é o único que ele (Lula) nunca visitou". Junqueira fez defesa enfática do arrozeiro Paulo César Quartiero, que está preso em Brasília.
O Globo, 10/05/2008, O País, p. 15
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