De Povos Indígenas no Brasil
Notícias
Aty Guasu da luta da terra e da memória dos lutadores
03/11/2008
Fonte: Cimi - www.cimi.org.br
"Eu sou uma pessoa marcada para morrer...mas levantarão outros que terão o mesmo idealismo e que continuarão o trabalho que hoje nós começamos" (Marçal Tupãi)
Próximo ao local onde Marçal foi assassinado há 25 anos, na Terra Indígena Nhanderu Marangatu, aldeia Campestre, município Antonio João, na fronteira com o Paraguai, mais de 600 Kaiowá Guarani com a presença solidária dos Terena do Mãe Terra e aliados de várias entidades e organismos, realizamos mais uma importante Assembléia do nosso Povo, para fortalecer a nossa luta pela terra e lembrar a memória dos lutadores e guerreiros que morreram defendendo nossos direitos.
Constatamos um aumento grande da violência em várias comunidades após o inicio dos trabalhos de identificação dos nossos tekoha, pelos Grupos de Trabalho enviados pelo governo federal. Também membros dos Grupos de Trabalho sofreram ameaças e intimidações, quando da realização de seus trabalhos.
Diante das mentiras racistas que continuam sendo veiculadas pelo poder político e econômico da região, pedimos que o governo federal promova uma ampla campanha de informação correta e verdadeira da realidade indígena no Mato Grosso do Sul, especialmente com relação à identificação e demarcação das terras.
Quem assassina índio está solto, e impune, enquanto mais de uma centena de nossos parentes estão nas prisões do Estado.
Diante dessa dura realidade, os participantes da Assembléia exigimos
* Segurança para nossas lideranças e que possamos andar com liberdade em qualquer lugar desse estado;
* Que os Grupos de Trabalho sejam acompanhados pela Comissão de Lideranças e Nhanderu, quando estiverem realizando seu trabalho na região.
* Diante da lentidão de alguns trabalhos de identificação, solicitamos o Maximo de empenho e agilidade na elaboração dos laudos bem, fundamentados, com argumentos sólidos e inquestionáveis.
* Que os GTs procurem comunicar com freqüência o andamento dos trabalhos para que as lideranças e a Comissão possam manter as comunidades bem informadas.
* Reafirmamos os termos da "carta da Comissão de Defesa dos Direitos Indígenas Kaiowá Guarani de Mato Grosso do Sul", enviada as autoridades públicas em Brasília, dia 20 de outubro. Que a "Instrução Normativa" seja publicada com a máxima urgência para não criar maiores dificuldades no andamento dos trabalhos. Que o Termo de Ajustamento de Conduta seja rigorosamente cumprido em todos os termos e prazos. Que a FUNAI apóie o fortalecimento de nossas organizações e movimentos.
Com essa Aty Guasu nos sentimos fortalecidos em nossa luta por nossos direitos, especialmente na identificação e garantia de todas as nossas terras. Também nos sentimos mais unidos entre nós Povos Guarani que vivemos no Paraguai, Argentina, Bolívia e Uruguai.
Que a celebração da memória de Marçal, Dorvalino, D. Quitito, juntamente com Marcos Verón, Dorival, Julite e Ortiz Lopes e tantos outros que deram sua vida defendendo nosso povo e nossos direitos, nos dêem força e muita coragem e sabedoria para continuar até o fim nossa luta pela terra.
Nhanderu Marangatu, 31 de outubro de 2008
Próximo ao local onde Marçal foi assassinado há 25 anos, na Terra Indígena Nhanderu Marangatu, aldeia Campestre, município Antonio João, na fronteira com o Paraguai, mais de 600 Kaiowá Guarani com a presença solidária dos Terena do Mãe Terra e aliados de várias entidades e organismos, realizamos mais uma importante Assembléia do nosso Povo, para fortalecer a nossa luta pela terra e lembrar a memória dos lutadores e guerreiros que morreram defendendo nossos direitos.
Constatamos um aumento grande da violência em várias comunidades após o inicio dos trabalhos de identificação dos nossos tekoha, pelos Grupos de Trabalho enviados pelo governo federal. Também membros dos Grupos de Trabalho sofreram ameaças e intimidações, quando da realização de seus trabalhos.
Diante das mentiras racistas que continuam sendo veiculadas pelo poder político e econômico da região, pedimos que o governo federal promova uma ampla campanha de informação correta e verdadeira da realidade indígena no Mato Grosso do Sul, especialmente com relação à identificação e demarcação das terras.
Quem assassina índio está solto, e impune, enquanto mais de uma centena de nossos parentes estão nas prisões do Estado.
Diante dessa dura realidade, os participantes da Assembléia exigimos
* Segurança para nossas lideranças e que possamos andar com liberdade em qualquer lugar desse estado;
* Que os Grupos de Trabalho sejam acompanhados pela Comissão de Lideranças e Nhanderu, quando estiverem realizando seu trabalho na região.
* Diante da lentidão de alguns trabalhos de identificação, solicitamos o Maximo de empenho e agilidade na elaboração dos laudos bem, fundamentados, com argumentos sólidos e inquestionáveis.
* Que os GTs procurem comunicar com freqüência o andamento dos trabalhos para que as lideranças e a Comissão possam manter as comunidades bem informadas.
* Reafirmamos os termos da "carta da Comissão de Defesa dos Direitos Indígenas Kaiowá Guarani de Mato Grosso do Sul", enviada as autoridades públicas em Brasília, dia 20 de outubro. Que a "Instrução Normativa" seja publicada com a máxima urgência para não criar maiores dificuldades no andamento dos trabalhos. Que o Termo de Ajustamento de Conduta seja rigorosamente cumprido em todos os termos e prazos. Que a FUNAI apóie o fortalecimento de nossas organizações e movimentos.
Com essa Aty Guasu nos sentimos fortalecidos em nossa luta por nossos direitos, especialmente na identificação e garantia de todas as nossas terras. Também nos sentimos mais unidos entre nós Povos Guarani que vivemos no Paraguai, Argentina, Bolívia e Uruguai.
Que a celebração da memória de Marçal, Dorvalino, D. Quitito, juntamente com Marcos Verón, Dorival, Julite e Ortiz Lopes e tantos outros que deram sua vida defendendo nosso povo e nossos direitos, nos dêem força e muita coragem e sabedoria para continuar até o fim nossa luta pela terra.
Nhanderu Marangatu, 31 de outubro de 2008
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