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Povos Guarani na região fronteiriça do Brasil, Paraguai e Argentina são contemplados com mapa

03/02/2009

Fonte: CIT (Centro de Trabalho Indigenista) - http://www.trabalhoindigenista.org.br/noticias_guarani_005.asp



Durante a nona edição do Fórum Social Mundial, em Belém do Pará, entre os dias 27 de janeiro e 01 de fevereiro, reunindo cerca de 2 mil indígenas de diversos povos, foi lançado o mapa Guarani Retã. O mapa/caderno foi elaborado, em parceria, pelo Centro de Trabalho Indigenista (CTI), Conselho Indígena Missionário (Cimi) e Universidade Federal de Grande Dourados (UFGD) além de pesquisadores do Brasil, Argentina e Paraguai.

O documento apresenta à localização das aldeias, por meio de imagens de satélite e visitas de campo, e consequentemente as ameaças que esses povos enfrentam ocasionada principalmente pelo monocultivo de soja e cana de açúcar e também pelo avanço da exploração pecuária na região.

Para o presidente da FUNAI, Márcio Meira, presente durante o lançamento no FSM, a maior dívida que o Estado tem com o povo Guarani é a dívida fundiária. "Desde que assumi a presidência da FUNAI, há quase dois anos, tenho tratado a questão Guarani com muito cuidado, com muito carinho. E acredito que esta iniciativa da construção de um mapa que integre os três países com a presença Guarani é um instrumento fundamental para que esses povos lutem por seus direitos".

Um dos graves problemas do povo Guarani é falta de reconhecimento de suas terras tradicionais. Como conseqüência dessa situação, os Guarani vivem, nos três países estudados, em condições precárias. No Brasil, onde vivem cerca de 45 mil Guarani, as comunidades enfrentam altos índices de assassinatos, suicídios e desnutrição.

"O Ministério Público Federal entende que a única maneira de diminuir essa onda de violência contra os povos Guarani é o reconhecimento territorial. A situação do povo Guarani, eu diria que hoje em dia, é a situação que merece a maior urgência e o maior cuidado. Caso contrário, esses povos que resistem há muito tempo serão sucumbidos numa guerra desleal. A questão Guarani é talvez a questão mais grave da atualidade". Afirma a sub-procuradora do MPF, Débora Duprat.

O mapa Guarani Retã será destinado às escolas indígenas dos três países, as autoridades locais e as organizações indígenas e indigenistas interessadas no estudo.

"Com essa iniciativa queremos unir mais o povo Guarani do Brasil, Paraguai e da Argentina fortalecendo a nossa luta", finaliza a indígena Guarani Kaiowá da comunidade Amambaí/MS, Elda Kaiowá.
 

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