De Povos Indígenas no Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.

Notícias

Minc quer conhecimentos tradicionais junto com tecnologia nas terras indígenas

31/03/2009

Autor: Lucia Leão

Fonte: Home page do MMA - http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=ascom.noticiaMMA&idEstrutura=8&codigo=4670




Aliar os conhecimentos tradicionais às mais avançadas tecnologias de manejo florestal para permitir que as populações indígenas vivam com saúde e dignidade dentro de suas terras ao mesmo tempo em que protegem sua biodiversidade.

Esta é a meta do "diálogo intercultural" - como definiu o presidente da Funai Márcio Meira - que acontece até o final da tarde desta terça-feira no Instituto Israel Pinheiro, em Brasília, durante o Seminário "Gestão Ambiental em Terras Indígenas". Presente à abertura do evento, o ministro Carlos Minc falou sobre a importância de agregar esses saberes, mas destacou também a responsabilidade do poder público em proteger as áreas do entorno das terras indígenas.

Os métodos modernos de gestão territorial e manejo florestal cabem também aos indígenas. Mas temos que fazer um trabalho integrado primeiro para preservar o entorno das terras indígenas, porque as fazendas estão chegando cada vez mais perto, estão 'costeando' o alambrado, muitas vezes assoreando e contaminando com os agrotóxicos os rios que correm dentro das reservas. Nossa intenção é criar unidades de conservação no entorno para criar formar uma espécie de colchão amortecedor desses impactos. , destacou o ministro.

Para uma platéia de mais de cem pessoas, entre lideranças indígenas, técnicos do governo e representantes de organizações não-governamentais, Minc defendeu a criação de mais reservas indígenas e foi aplaudido ao saudar a "decisão histórica" do STF a favor da manutenção, em área contínua da Reserva Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. Ele mencionou também o recente estudo, publicado pelo jornal Folha de S. Paulo, que constata que o Brasil é o país do bloco amazônico - junto com o Peru, Venezuela, Colômbia, Bolívia, Equador e Guiana Francesa - que menos protege a floresta com reservas indígenas e unidades de conservação.

"Andarei com esse discurso debaixo do braço. Na hora de chegar no presidente Lula e na ministra Dilma, defendendo a criação de novas terras indígenas, a constituição de novas reservas extrativistas para nossos seringueiros e castanheiros, a criação de novos parques nacionais para a proteção da biodiversidade e também para a pesquisa para o ecoturismo, vou mostrar que estamos atrasados em relação aos nossos vizinhos", disse".

Apesar de o seminário não atrelar a gestão das terras indígenas à demarcação e desapropriação das terras das reservas, esse é um passivo que precisa ser resolvido. "Temos que tratar do futuro das terras e dos povos indígenas do Brasil", explicou Márcio Meira, acrescentando que a biodiversidade é muito mais protegida nas terras indígenas regularizadas.

O índio terena Joãozinho da Silva, administrador da Funai em Campo Grande, cita o exemplo da reserva de Limão Verde, no município de Aquidauana, que vinha sofrendo um processo severo de degradação até o início da década de 1990, quando começou a desapropriação e regularização. Hoje, a vegetação está praticamente toda reconstituída e a população indígena voltou a crescer com saúde. Em situação oposta está a reserva de Jaguapiru, em Dourados, onde as etnias terena, guaranis e kaiowás vivem cada vez mais pressionadas pelas fazendas de soja e pela expansão urbana.

ASCOM
 

As notícias publicadas no site Povos Indígenas no Brasil são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos .Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.