De Povos Indígenas no Brasil
Notícias
Guardiães de Rondon são homenageados
09/04/2009
Autor: ANDREZZA TRAJANO
Fonte: Folha de Boa Vista - http://www.folhabv.com.br/fbv/noticia.php?id=59643
Uma comitiva chefiada pelo comandante da 1ª Brigada de Infantaria de Selva, general Carlos Barcellos, se dirigiu ontem pela manhã à comunidade do Ticoça, na terra indígena Raposa Serra do Sol, ao Norte de Roraima, para homenagear um povo que há gerações mantém viva a história de amor à Pátria vivida por Cândido Mariano da Silva Rondon, o Marechal Rondon, naquela localidade.
Comandantes de batalhões do Exército, membros do Estado-Maior e imprensa fizeram parte do grupo. Foram mais de 40 minutos a bordo de um helicóptero Cugar, do 4º Batalhão de Aviação do Exército, até chegar ao destino exato. A recepção foi calorosa.
A comunidade, composta por índios Macuxi, é considerada guardiã do sabre (pequena espada) de Rondon. A localidade, distante 145 quilômetros por ar e mais de 400 quilômetros por terra de Boa Vista, é cercada de histórias e lendas, desde que ele, considerado um dos maiores sertanistas brasileiros, passou por lá na década de 40.
Conta a história que Rondon foi bem recebido pela comunidade quando cumpria a missão de desbravar o Brasil levando linhas telegráficas. Agradecido, ele doou o seu sabre - que representa o espírito do militar - ao tuxaua da época, Lauro Melquior.
Hoje a herdeira do sabre é a nora dele, dona Avelina Melchior, 87 anos. Ela assumiu o "posto" depois que o filho dele, segundo na linha de sucessão, morreu há mais de 10 anos. O próximo a receber o sabre é o neto de Avelina, Edmilson Melquior, atual tuxaua do Ticoça.
A homenagem teve início com uma formatura militar, que contou com o hasteamento da Bandeira Nacional, seguido da apresentação do sabre, leitura do histórico de vida do marechal Rondon, entrega de um diploma aos legítimos guardiões e desfile da tropa em continência ao general. Posterior a formatura, foi a vez dos indígenas apresentarem o ritual Parixara, dança tradicional indígena.
Ao falar sobre o sabre, dona Avelina faz mistério. Disse que existe feitiço e que outras comunidades indígenas querem roubá-lo. "Eu enterro o sabre para que ninguém encontre. Para onde for eu levo. Não deixo ninguém pegar nele", disse.
Misturando o português com o Macuxi, ela lembrou os tempos em que o marechal Rondon passou por lá. "Eu o vi quando era criança. Ele era novo. Ficou aqui por muito tempo. Meus pais o acompanharam andando pela região até a Serra do Sol", disse.
O neto dela, tuxaua Melquior, disse à Folha que faz palestras para explicar à comunidade a importância do sabre. Todos escutam as histórias contadas pela guardiã e aprendem como devem manter o objeto seguro e manter a tradição que tanto honra o povo.
Para o general Barcellos, a homenagem serviu para unir os povos. "Serve para fortalecer os nossos laços de amizade, cooperação e respeito, em razão da missão que nós temos aqui. Temos que estar presentes, garantir a integridade do nosso território, como está na Constituição. Fazendo isso com a parceria do indígena, que conhece palmo a palmo do nosso terreno, integraremos cada vez mais o nosso território", enfatizou, lembrando que existem soldados indígenas na tropa.
Homenagem encerra Operação Curare
A homenagem à comunidade do Ticoça serviu para fechar a Operação Curare, iniciada na semana passada. Ainda durante a operação, o Exército Brasileiro realizou Ações Cívico Sociais (Aciso) em comunidades indígenas da reserva Raposa Serra do Sol.
A Curare teve como missão o combate a crimes transfronteiriços. Militares das unidades locais e de Manaus (AM), com o apoio do 4º Batalhão de Aviação do Exército, sediado no Estado vizinho, realizaram patrulhamentos, ações de busca e salvamento e participaram de adestramentos, contribuindo com a manutenção da soberania do território brasileiro.
Comandantes de batalhões do Exército, membros do Estado-Maior e imprensa fizeram parte do grupo. Foram mais de 40 minutos a bordo de um helicóptero Cugar, do 4º Batalhão de Aviação do Exército, até chegar ao destino exato. A recepção foi calorosa.
A comunidade, composta por índios Macuxi, é considerada guardiã do sabre (pequena espada) de Rondon. A localidade, distante 145 quilômetros por ar e mais de 400 quilômetros por terra de Boa Vista, é cercada de histórias e lendas, desde que ele, considerado um dos maiores sertanistas brasileiros, passou por lá na década de 40.
Conta a história que Rondon foi bem recebido pela comunidade quando cumpria a missão de desbravar o Brasil levando linhas telegráficas. Agradecido, ele doou o seu sabre - que representa o espírito do militar - ao tuxaua da época, Lauro Melquior.
Hoje a herdeira do sabre é a nora dele, dona Avelina Melchior, 87 anos. Ela assumiu o "posto" depois que o filho dele, segundo na linha de sucessão, morreu há mais de 10 anos. O próximo a receber o sabre é o neto de Avelina, Edmilson Melquior, atual tuxaua do Ticoça.
A homenagem teve início com uma formatura militar, que contou com o hasteamento da Bandeira Nacional, seguido da apresentação do sabre, leitura do histórico de vida do marechal Rondon, entrega de um diploma aos legítimos guardiões e desfile da tropa em continência ao general. Posterior a formatura, foi a vez dos indígenas apresentarem o ritual Parixara, dança tradicional indígena.
Ao falar sobre o sabre, dona Avelina faz mistério. Disse que existe feitiço e que outras comunidades indígenas querem roubá-lo. "Eu enterro o sabre para que ninguém encontre. Para onde for eu levo. Não deixo ninguém pegar nele", disse.
Misturando o português com o Macuxi, ela lembrou os tempos em que o marechal Rondon passou por lá. "Eu o vi quando era criança. Ele era novo. Ficou aqui por muito tempo. Meus pais o acompanharam andando pela região até a Serra do Sol", disse.
O neto dela, tuxaua Melquior, disse à Folha que faz palestras para explicar à comunidade a importância do sabre. Todos escutam as histórias contadas pela guardiã e aprendem como devem manter o objeto seguro e manter a tradição que tanto honra o povo.
Para o general Barcellos, a homenagem serviu para unir os povos. "Serve para fortalecer os nossos laços de amizade, cooperação e respeito, em razão da missão que nós temos aqui. Temos que estar presentes, garantir a integridade do nosso território, como está na Constituição. Fazendo isso com a parceria do indígena, que conhece palmo a palmo do nosso terreno, integraremos cada vez mais o nosso território", enfatizou, lembrando que existem soldados indígenas na tropa.
Homenagem encerra Operação Curare
A homenagem à comunidade do Ticoça serviu para fechar a Operação Curare, iniciada na semana passada. Ainda durante a operação, o Exército Brasileiro realizou Ações Cívico Sociais (Aciso) em comunidades indígenas da reserva Raposa Serra do Sol.
A Curare teve como missão o combate a crimes transfronteiriços. Militares das unidades locais e de Manaus (AM), com o apoio do 4º Batalhão de Aviação do Exército, sediado no Estado vizinho, realizaram patrulhamentos, ações de busca e salvamento e participaram de adestramentos, contribuindo com a manutenção da soberania do território brasileiro.
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