De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
I Encontro de articulação do povo Kaimbé-Massacará
28/05/2009
Autor: Vanessa Ramos e Vanessa Souza
Fonte: Cimi - http://www.cimi.org.br/
Num domingo frio, à leste na grande região da grande São Paulo, no município de Ferraz de Vasconcelos, em 17 de maio, mais de cinqüenta pessoas do povo Kaimbé-Massacará participaram do I Encontro de Articulação do Povo Kaimbé-Massacará de São Paulo. O encontro foi organizado por lideranças Kaimbé-Massacará e contou com a participação e apoio do Conselho Indigenista Missionário, da Pastoral Indigenista e da Associação Indígena Kariri.
Egina Silva Gonçalves, Paulo Francisco Jesus, Magna Silva Gonçalves e João Dias da Gama, todos do povo Kaimbé-Massacará foram os responsáveis pela organização do encontro. A abertura do evento foi realizada por Paulo acolhendo aos participantes e relembrando a luta pela demarcação da aldeia Massacará, no município de Euclides da Cunha (BA), próximo a Sergipe, os conflitos entre posseiros e indígenas e o motivo da vinda de muitas famílias para São Paulo.
Enfático, rememorou sua vinda a São Paulo, em 1975, resgatando as grandes dificuldades na cidade e seu desejo de ver seu povo novamente reunido. Após 34 anos, voltou a morar em sua aldeia de origem. Conforme Paulo, a saída dos indígenas de suas aldeias de origem é motivada pelo desejo de melhores condições de vida. "O que faz a gente sair [de nossas aldeias] é o espaço pequeno e o descaso do governo", afirmou.
Egina e Magna relataram a viagem que realizaram à Aldeia Massacará, falando do comprometimento que lideranças de lá manifestaram em relação ao apoio à luta das famílias Kaimbé em São Paulo. Ressaltaram também os motivos e a importância desse encontro para reafirmação de sua identidade indígena e a preservação de sua cultura mesmo na área urbana.
Magna salientou a importância de se conhecer os direitos que os povos indígenas possuem, chamando atenção para a questão da saúde indígena e os direitos que podem ser reivindicados junto à Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Além disso, destacou a necessidade de união e organização para a garantia do atendimento ao povo Kaimbé que vive em São Paulo.
Segundo Gama, na região da Grande São Paulo, interior e capital paulista vivem cerca de 40 famílias. Egina declarou não esperar a presença de representantes de tantas regiões, mas ficou muito contente ao ver representantes Kaimbé-Massacará dos municípios de Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Suzano e Arujá, e de bairros da capital como São Miguel, Guaianazes, Pirituba, Santo Amaro, Butantã, Capão Redondo, Sapopemba, Saúde, Aricanduva e Jandira. "Daqui para frente a gente se mobilizará, seremos uma comunidade organizada. Espero que ocupemos esses espaços que estão por aí espalhados e que nos pertence", ressaltou.
De acordo com os participantes do evento, a experiência desse primeiro encontro é importante para a articulação e mobilização dos indígenas que vivem hoje na área urbana, ressaltando que alguns deles não se viam há pelo menos 20 anos, o que ressalta a importância política do encontro para a reunião e discussão da realidade em que vivem os indígenas no meio urbano, o reconhecimento de direitos, o resgate de sua identidade e da realidade de seu povo, originários da Bahia.
Devido aos resultados positivos desse encontro, foi agendado para o mês de agosto outro evento similar. "Fomos abandonados por muito tempo e agora é momento de nos organizarmos. A gente tem uma participação no Brasil que a gente perdeu, mas que hoje temos a oportunidade de reconstruir", concluiu Paulo.
Vanessa Ramos - Cimi-SP
Vanessa Souza- Pastoral Indigenista
Egina Silva Gonçalves, Paulo Francisco Jesus, Magna Silva Gonçalves e João Dias da Gama, todos do povo Kaimbé-Massacará foram os responsáveis pela organização do encontro. A abertura do evento foi realizada por Paulo acolhendo aos participantes e relembrando a luta pela demarcação da aldeia Massacará, no município de Euclides da Cunha (BA), próximo a Sergipe, os conflitos entre posseiros e indígenas e o motivo da vinda de muitas famílias para São Paulo.
Enfático, rememorou sua vinda a São Paulo, em 1975, resgatando as grandes dificuldades na cidade e seu desejo de ver seu povo novamente reunido. Após 34 anos, voltou a morar em sua aldeia de origem. Conforme Paulo, a saída dos indígenas de suas aldeias de origem é motivada pelo desejo de melhores condições de vida. "O que faz a gente sair [de nossas aldeias] é o espaço pequeno e o descaso do governo", afirmou.
Egina e Magna relataram a viagem que realizaram à Aldeia Massacará, falando do comprometimento que lideranças de lá manifestaram em relação ao apoio à luta das famílias Kaimbé em São Paulo. Ressaltaram também os motivos e a importância desse encontro para reafirmação de sua identidade indígena e a preservação de sua cultura mesmo na área urbana.
Magna salientou a importância de se conhecer os direitos que os povos indígenas possuem, chamando atenção para a questão da saúde indígena e os direitos que podem ser reivindicados junto à Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Além disso, destacou a necessidade de união e organização para a garantia do atendimento ao povo Kaimbé que vive em São Paulo.
Segundo Gama, na região da Grande São Paulo, interior e capital paulista vivem cerca de 40 famílias. Egina declarou não esperar a presença de representantes de tantas regiões, mas ficou muito contente ao ver representantes Kaimbé-Massacará dos municípios de Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Suzano e Arujá, e de bairros da capital como São Miguel, Guaianazes, Pirituba, Santo Amaro, Butantã, Capão Redondo, Sapopemba, Saúde, Aricanduva e Jandira. "Daqui para frente a gente se mobilizará, seremos uma comunidade organizada. Espero que ocupemos esses espaços que estão por aí espalhados e que nos pertence", ressaltou.
De acordo com os participantes do evento, a experiência desse primeiro encontro é importante para a articulação e mobilização dos indígenas que vivem hoje na área urbana, ressaltando que alguns deles não se viam há pelo menos 20 anos, o que ressalta a importância política do encontro para a reunião e discussão da realidade em que vivem os indígenas no meio urbano, o reconhecimento de direitos, o resgate de sua identidade e da realidade de seu povo, originários da Bahia.
Devido aos resultados positivos desse encontro, foi agendado para o mês de agosto outro evento similar. "Fomos abandonados por muito tempo e agora é momento de nos organizarmos. A gente tem uma participação no Brasil que a gente perdeu, mas que hoje temos a oportunidade de reconstruir", concluiu Paulo.
Vanessa Ramos - Cimi-SP
Vanessa Souza- Pastoral Indigenista
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