De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
UnB vira aldeia para receber indígenas
15/07/2009
Autor: João Campos - Da Secretaria de Comunicação da UnB
Fonte: UnB Agência - http://www.unb.br/
O campus que carrega o nome de um brasileiro apaixonado pelas causas indígenas se transformou numa grande aldeia. Desde segunda-feira, o som de maracás e vozes potentes indicam a presença de visitantes no Darcy Ribeiro. Ouvida de longe, a cantoria revela a origem dos hóspedes: "Cheguei agora, vim da minha aldeia. Vim do meu reinado, foi Deus quem me deu (...)". Acampados no estacionamento do pavilhão João Calmon, boa parte dos participantes do I Congresso Brasileiro de Acadêmicos e Pesquisadores Indígenas aproveitam a convivência para dividir experiências.
O clima sob a lona das tendas armadas é amistoso. Entre colchonetes e varais para secar roupas, um adolescente do Amazonas corta a penugem que lhe cresce no rosto com uma gilete. A poucos metros dali, enquanto um grupo traça desenhos na pele com tinta de jenipapo - que chega a ficar 15 dias no corpo - um homem toca músicas sertanejas no violão. As canções, da moda, indicam barreiras rompidas. "Gosto de Vitor e Léo e Amado Batista. Mas a gente toca o que o povo quer cantar", disse o professor Guajajara Davi Gomes.
A grande aldeia na Universidade de Brasília reúne cerca de 500 índios, de diversos estados brasileiros. Divididos por região, eles ocupam duas grandes tendas de lona e dezenas de barracas espalhadas ao redor. "Mais do que um lugar para dormir e tomar banho, aqui a gente convive com crianças, jovens, adultos e idosos de diferentes etnias. Muitos de nós não conhecemos a realidade de outras comunidades", afirmou a estudante de Medicina e Tukano Lucélia Dias, que veio do Amazonas de avião.
A rotina na aldeia urbana, montada pela organização do congresso, começa às 7h, com o café da manhã servido no Centro Comunitário Athos Bulcão. Depois das atividades do evento, durante a manhã e tarde, os participantes almoçam e jantam no Restaurante Universitário (RU). Para o lanche, frutas variadas. A hora mais disputada para o banho, que ocorre em uma estrutura com nove chuveiros por gênero, é o fim da tarde, quando a água está morna por causa do sol. As necessidades são feitas em banheiros químicos.
Ao cair da noite de terça-feira, enquanto os recém chegados representantes dos Puruborá e Miguelenos, etnias de Rondônia, montavam barracas no João Calmon, uma mulher do Paraná dava o peito para uma criança mamar. O Baré e estudante de Odontologia, Gilmar Alcântara, explica que, ali, a música rompe as diferenças e reúne todos à luz da lua. "Enquanto dançamos o Toré (dança típica de louvor), ocorrem as conversas sobre os costumes de cada um", disse ele, que espera mais interação até o fim do congresso, na sexta-feira.
BRASÍLIA - A maioria dos participantes não conhecia a capital do país. Daqui só tinham ouvido falar histórias distantes sobre um lugar bem organizado e reto. "De onde a gente vem tem muito morro. Aqui é tudo bem organizado, plano. Parece um grande condomínio. Quero ter mais tempo para visitar a cidade", comentou Lucélia, que estuda em Manaus, mas nasceu em São Gabriel da Cachoeira (AM). Assim como ela, boa parte dos visitantes gostaria de mais tempo para conhecer melhor a capital de JK.
Uma lembrança de Brasília, no entanto, vai ficar: a das noites frias. "A gente não imaginava que fizesse tanto frio assim. Uma fogueira seria o ideal para enfrentar a madrugada", comentou Davi Gomes que, assim como boa parte dos presentes, veio de regiões onde o clima é mais quente. Mas, faça sol ou chuva, todos se mostraram satisfeitos com a passagem pela UnB. Além dos conhecimentos do congresso, que conta com especialistas e pesquisadores em educação indígena, todos voltarão com uma bagagem de vida mais rica.
SERVIÇO
I Congresso Brasileiro de Acadêmicos, Pesquisadores e Profissionais Indígenas. No Centro Comunitário Athos Bulcão da UnB até 17 de julho.
O clima sob a lona das tendas armadas é amistoso. Entre colchonetes e varais para secar roupas, um adolescente do Amazonas corta a penugem que lhe cresce no rosto com uma gilete. A poucos metros dali, enquanto um grupo traça desenhos na pele com tinta de jenipapo - que chega a ficar 15 dias no corpo - um homem toca músicas sertanejas no violão. As canções, da moda, indicam barreiras rompidas. "Gosto de Vitor e Léo e Amado Batista. Mas a gente toca o que o povo quer cantar", disse o professor Guajajara Davi Gomes.
A grande aldeia na Universidade de Brasília reúne cerca de 500 índios, de diversos estados brasileiros. Divididos por região, eles ocupam duas grandes tendas de lona e dezenas de barracas espalhadas ao redor. "Mais do que um lugar para dormir e tomar banho, aqui a gente convive com crianças, jovens, adultos e idosos de diferentes etnias. Muitos de nós não conhecemos a realidade de outras comunidades", afirmou a estudante de Medicina e Tukano Lucélia Dias, que veio do Amazonas de avião.
A rotina na aldeia urbana, montada pela organização do congresso, começa às 7h, com o café da manhã servido no Centro Comunitário Athos Bulcão. Depois das atividades do evento, durante a manhã e tarde, os participantes almoçam e jantam no Restaurante Universitário (RU). Para o lanche, frutas variadas. A hora mais disputada para o banho, que ocorre em uma estrutura com nove chuveiros por gênero, é o fim da tarde, quando a água está morna por causa do sol. As necessidades são feitas em banheiros químicos.
Ao cair da noite de terça-feira, enquanto os recém chegados representantes dos Puruborá e Miguelenos, etnias de Rondônia, montavam barracas no João Calmon, uma mulher do Paraná dava o peito para uma criança mamar. O Baré e estudante de Odontologia, Gilmar Alcântara, explica que, ali, a música rompe as diferenças e reúne todos à luz da lua. "Enquanto dançamos o Toré (dança típica de louvor), ocorrem as conversas sobre os costumes de cada um", disse ele, que espera mais interação até o fim do congresso, na sexta-feira.
BRASÍLIA - A maioria dos participantes não conhecia a capital do país. Daqui só tinham ouvido falar histórias distantes sobre um lugar bem organizado e reto. "De onde a gente vem tem muito morro. Aqui é tudo bem organizado, plano. Parece um grande condomínio. Quero ter mais tempo para visitar a cidade", comentou Lucélia, que estuda em Manaus, mas nasceu em São Gabriel da Cachoeira (AM). Assim como ela, boa parte dos visitantes gostaria de mais tempo para conhecer melhor a capital de JK.
Uma lembrança de Brasília, no entanto, vai ficar: a das noites frias. "A gente não imaginava que fizesse tanto frio assim. Uma fogueira seria o ideal para enfrentar a madrugada", comentou Davi Gomes que, assim como boa parte dos presentes, veio de regiões onde o clima é mais quente. Mas, faça sol ou chuva, todos se mostraram satisfeitos com a passagem pela UnB. Além dos conhecimentos do congresso, que conta com especialistas e pesquisadores em educação indígena, todos voltarão com uma bagagem de vida mais rica.
SERVIÇO
I Congresso Brasileiro de Acadêmicos, Pesquisadores e Profissionais Indígenas. No Centro Comunitário Athos Bulcão da UnB até 17 de julho.
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