De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Lideranças Indígenas são coagidas pela Funai AER-Altamira
13/08/2009
Fonte: Cimi - http://www.cimi.org.br/?system=news&action=read&id=4048&eid=293
O Cimi regional Norte II reunido em sua XXIX Assembléia tomou conhecimento de fatos preocupantes relacionados à atitude de intimidação e coação contra duas lideranças indígenas da região do médio Xingu, feita pela administração da Funai em Altamira. As lideranças participaram do encontro com o presidente Lula no dia 23 de julho deste ano e foram repreendidas pela administração da Funai de Altamira por estarem presentes na reunião.
O presidente Lula recebeu representantes dos movimentos sociais da região do médio Xingu e Transamazônica em audiência que durou mais de duas horas. Na oportunidade, o presidente pode ouvir os argumentos sociais e técnicos contra a construção da barragem de Belo Monte, na região da Volta Grande do Rio Xingu. Além da comitiva de representantes da região estiveram presentes nesta reunião os técnicos da Eletrobrás e Eletronorte e o próprio presidente da Funai, Márcio Meira.
Sagrado para os povos indígenas, o rio Xingu é de importância vital para as populações ribeirinhas e camponesas locais e povos da região. Não é a primeira tentativa de barrar esse importante rio. A novidade é que hoje querem fazer isso por meio de mentiras, engodo, ameaças, cooptação e omissão de informações. O Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) é totalmente omisso ao fator antropológico, em particular aos impactos diretos e indiretos sobre as populações indígenas locais.
Ao ouvir os argumentos colocados, o presidente Lula pediu informações mais detalhadas e a revisão do projeto, considerando os dados apresentados sobre a inviabilidade técnica e financeira do empreendimento. Tal fato não chegou a ser noticiado pela mídia oficial nem por jornais que fizeram alusão aos resultados da audiência.
Diante da exposição desses argumentos e após ouvir os representantes indígenas, o presidente Lula afirmou que não é intenção do seu governo "enfiar goela abaixo" um empreendimento deste porte. Depois da audiência, os movimentos sociais e representantes indígenas retornaram a Altamira para levar a boa notícia aos povos da região.
Reprimenda
Surpreendentemente, ao chegar as suas respectivas aldeias, o indígena José Carlos Arara, do Povo Arara da Volta Grande do Xingu e o indígena Ozimar Pereira Juruna, do Povo Juruna da Aldeia Paquiçamba, foram chamados ao escritório da AER - FUNAI Altamira para que dessem satisfações de suas presenças na referida audiência com o presidente Lula.
Os indígenas ouviram do administrador da Funai, Benigno Pessoa Marques, que estes não representavam os indígenas da região. O indígena Ozimar Juruna respondeu que estava lá representando somente parte de seu povo, que é contra a barragem. Em uma atitude prepotente o administrador advertiu os indígenas, afirmando que estes não deveriam ter feito isso, pois não eram guerreiros e somente os povos guerreiros da região poderiam fazer isso. O fato gerou uma situação de constrangimento, medo e insegurança, uma vez que outros povos foram incitados a questionar as referidas lideranças.
O CIMI estranha a atitude do órgão indigenista local, uma vez que o próprio presidente da Funai esteve presente nesta audiência com o Presidente Lula. Os missionários do Cimi regional Norte II repudiam esta atitude prepotente e autoritária da Funai de Altamira em não considerar a opinião e a liberdade de ir e vir dos indígenas citados. Também pedem providências para que tais fatos não venham a se repetir, garantindo autonomia dos povos indígenas na luta e afirmação dos seus direitos.
Marituba-PA, 13 de agosto de 2009
Cimi Regional Norte II
O presidente Lula recebeu representantes dos movimentos sociais da região do médio Xingu e Transamazônica em audiência que durou mais de duas horas. Na oportunidade, o presidente pode ouvir os argumentos sociais e técnicos contra a construção da barragem de Belo Monte, na região da Volta Grande do Rio Xingu. Além da comitiva de representantes da região estiveram presentes nesta reunião os técnicos da Eletrobrás e Eletronorte e o próprio presidente da Funai, Márcio Meira.
Sagrado para os povos indígenas, o rio Xingu é de importância vital para as populações ribeirinhas e camponesas locais e povos da região. Não é a primeira tentativa de barrar esse importante rio. A novidade é que hoje querem fazer isso por meio de mentiras, engodo, ameaças, cooptação e omissão de informações. O Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) é totalmente omisso ao fator antropológico, em particular aos impactos diretos e indiretos sobre as populações indígenas locais.
Ao ouvir os argumentos colocados, o presidente Lula pediu informações mais detalhadas e a revisão do projeto, considerando os dados apresentados sobre a inviabilidade técnica e financeira do empreendimento. Tal fato não chegou a ser noticiado pela mídia oficial nem por jornais que fizeram alusão aos resultados da audiência.
Diante da exposição desses argumentos e após ouvir os representantes indígenas, o presidente Lula afirmou que não é intenção do seu governo "enfiar goela abaixo" um empreendimento deste porte. Depois da audiência, os movimentos sociais e representantes indígenas retornaram a Altamira para levar a boa notícia aos povos da região.
Reprimenda
Surpreendentemente, ao chegar as suas respectivas aldeias, o indígena José Carlos Arara, do Povo Arara da Volta Grande do Xingu e o indígena Ozimar Pereira Juruna, do Povo Juruna da Aldeia Paquiçamba, foram chamados ao escritório da AER - FUNAI Altamira para que dessem satisfações de suas presenças na referida audiência com o presidente Lula.
Os indígenas ouviram do administrador da Funai, Benigno Pessoa Marques, que estes não representavam os indígenas da região. O indígena Ozimar Juruna respondeu que estava lá representando somente parte de seu povo, que é contra a barragem. Em uma atitude prepotente o administrador advertiu os indígenas, afirmando que estes não deveriam ter feito isso, pois não eram guerreiros e somente os povos guerreiros da região poderiam fazer isso. O fato gerou uma situação de constrangimento, medo e insegurança, uma vez que outros povos foram incitados a questionar as referidas lideranças.
O CIMI estranha a atitude do órgão indigenista local, uma vez que o próprio presidente da Funai esteve presente nesta audiência com o Presidente Lula. Os missionários do Cimi regional Norte II repudiam esta atitude prepotente e autoritária da Funai de Altamira em não considerar a opinião e a liberdade de ir e vir dos indígenas citados. Também pedem providências para que tais fatos não venham a se repetir, garantindo autonomia dos povos indígenas na luta e afirmação dos seus direitos.
Marituba-PA, 13 de agosto de 2009
Cimi Regional Norte II
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