De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Índios Xavantes sofrem com doenças crônicas e infecciosas (MT)
24/02/2003
Fonte: 24 Horas News-Cuiabá-MT
Uma população considerada grande e altamente politizada. Apesar disso, os índios Xavantes, que habitam a região do Vale do Araguaia, no Leste de Mato Grosso, sofrem um drama de saúde pública ainda pouco compreendido pelos cientistas: uma combinação de doenças crônicas e infecciosas que lhes ceifa a expectativa e a qualidade de vida. As doenças infecciosas, um problema antigo, continuam a afetá-los. Mas somaram-se a elas males crônicos, típicos da vida urbana e sedentária, como complicações cardiovasculares e diabetes.
"No Brasil não-indígena a transição das doenças infecciosas para as crônicas está muito relacionada ao aumento da expectativa de vida. Mas este não é o caso dos xavantes. Entre eles, essas doenças emergem mais cedo e não vieram associadas ao envelhecimento da população. Há muitos casos de diabetes do tipo II, ligada à obesidade, em pessoas na faixa dos 20, 30 anos" - diz o bioantropólogo Ricardo Ventura Santos, da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz).
O alerta sobre a situação dos Xavantes de Mato Grosso está contida no livro "Xavante in transition. Health, ecology and bioanthropology in Central Brazil", que, traduzido para o português, é "Xavante em transição. Saúde, ecologia, e bioantropologia no Brasil Central". A obra foi recém-lançado pela University of Michigan Press e sairá em português, editado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no segundo semestre. Além de Ricardo Ventura Santos, assinam a obra o sanitarista e antropólogo Carlos Coimbra, o geneticista Francisco Salzano, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e a antropóloga americana Nancy Flowers.
O livro explica que associada a essa situação de saúde pública, é elevada a mortalidade infantil, em geral causada por diarréia e infecções pulmonares entre os Xavantes. Os cientistas não sabem explicar completamente a emergência das doenças crônicas. Uma das possibilidades é a combinação de má-nutrição e sedentarismo. "Infelizmente, a mortalidade infantil e a desnutrição são muito elevadas entre os xavantes. Por falta de condições, a alimentação em muitas comunidades é de baixa qualidade com muito arroz, muita gordura" destaca Coimbra, segundo o jornal "O Globo".
Os três pesquisadores brasileiros destacam que, na verdade, ainda se sabe muito pouco sobre a saúde dos índios brasileiros e os xavantes não são exceção. "A influência cultural indígena no Brasil é grande e marcante. Mas, paradoxalmente, o índio é vítima de uma invisibilidade demográfica, epidemiológica, sanitária. Essa é uma situação que precisa mudar urgentemente" - frisa Santos.
Parte das pesquisas que serviram de base para o livro foi iniciada há 40 anos, quando Francisco Salzano, um dos mais respeitados especialistas do mundo em genética de populações indígenas, começou a trabalhar com a comunidade xavante de Etéñitépa, no território indígena de Pimentel Barbosa, no Mato Grosso. E é o atual chefe de Etéñitépa, Tsuptó Bupréwen Wairi, que assina o prefácio do livro, no qual diz esperar que as pesquisas ajudem a melhorar as condições de vida do seu povo.
"No Brasil não-indígena a transição das doenças infecciosas para as crônicas está muito relacionada ao aumento da expectativa de vida. Mas este não é o caso dos xavantes. Entre eles, essas doenças emergem mais cedo e não vieram associadas ao envelhecimento da população. Há muitos casos de diabetes do tipo II, ligada à obesidade, em pessoas na faixa dos 20, 30 anos" - diz o bioantropólogo Ricardo Ventura Santos, da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz).
O alerta sobre a situação dos Xavantes de Mato Grosso está contida no livro "Xavante in transition. Health, ecology and bioanthropology in Central Brazil", que, traduzido para o português, é "Xavante em transição. Saúde, ecologia, e bioantropologia no Brasil Central". A obra foi recém-lançado pela University of Michigan Press e sairá em português, editado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no segundo semestre. Além de Ricardo Ventura Santos, assinam a obra o sanitarista e antropólogo Carlos Coimbra, o geneticista Francisco Salzano, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e a antropóloga americana Nancy Flowers.
O livro explica que associada a essa situação de saúde pública, é elevada a mortalidade infantil, em geral causada por diarréia e infecções pulmonares entre os Xavantes. Os cientistas não sabem explicar completamente a emergência das doenças crônicas. Uma das possibilidades é a combinação de má-nutrição e sedentarismo. "Infelizmente, a mortalidade infantil e a desnutrição são muito elevadas entre os xavantes. Por falta de condições, a alimentação em muitas comunidades é de baixa qualidade com muito arroz, muita gordura" destaca Coimbra, segundo o jornal "O Globo".
Os três pesquisadores brasileiros destacam que, na verdade, ainda se sabe muito pouco sobre a saúde dos índios brasileiros e os xavantes não são exceção. "A influência cultural indígena no Brasil é grande e marcante. Mas, paradoxalmente, o índio é vítima de uma invisibilidade demográfica, epidemiológica, sanitária. Essa é uma situação que precisa mudar urgentemente" - frisa Santos.
Parte das pesquisas que serviram de base para o livro foi iniciada há 40 anos, quando Francisco Salzano, um dos mais respeitados especialistas do mundo em genética de populações indígenas, começou a trabalhar com a comunidade xavante de Etéñitépa, no território indígena de Pimentel Barbosa, no Mato Grosso. E é o atual chefe de Etéñitépa, Tsuptó Bupréwen Wairi, que assina o prefácio do livro, no qual diz esperar que as pesquisas ajudem a melhorar as condições de vida do seu povo.
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