De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Kukahã: A Casa da Equipe
04/12/2009
Autor: Roberto Almeida
Fonte: Estadão Online - http://migre.me/jIGQ
O barco que leva a expedição da Funai
Kukahã, que significa Rio Purus, tem certamente mais de 30 anos. O barco foi comprado pela Funai há pelo menos 15, já com sinais de desgaste. Hoje está a serviço da Frente Etnoambiental do Vale do Javari.
O casco é de madeira, o piso é de fibra. São 14,5 metros de comprimento, 1,20m de calado e cinco "cômodos". Apenas um quarto.
O indigenista Rieli Franciscato morou no único quarto do Kukahã durante seis anos. Fez diversas reformas. Seu camarote, atrás da cabine de comando, tem ar condicionado, cama, armários em 2 m2. Espaço pequeno, se comparado aos demais cômodos.
Na popa, um gerador a diesel alimenta os congeladores, que estocam carnes e mantém a água da equipe gelada. A área, com um pequeno deck, é também a pia e o chuveiro - com baldes d'agua do rio lavam-se pratos e toma-se banho.
A cozinha, de 12 m2, tem um fogão de quatro bocas, freezer, armário para pratos e talheres. Divide espaço com a despensa, onde estão os não-perecíveis, e com um banheiro exíguo. O cozinheiro é Silas, que se vira no arroz, feijão, carne, peixe, frango e salada. Um voluntário descasca cenouras, batatas e beterrabas.
Da cozinha, uma portinhola leva ao salão principal. Lar do motor Mercedes-Benz de 120 cavalos e seis cilindros, que empurra o Kukahã Solimões acima e descerá parte do rio Jutaí. Quatro janelas, 30 m2 para 17 pessoas esticarem a rede. Quatro lâmpadas fluorescentes iluminam a noite. Embaixo, o porão guarda mais comida para os dois meses de viagem.
Em cima do motor, na boca do salão, a tampa funciona como mesa onde são servidas as refeições. Depois vem o cafezinho adoçado e o rádio toca os brasileiros samba e forró, além de cumbia e reggaeton colombianos. O som vem do MP3 player do garoto Bini Matis.
O teto é baixo, com cerca de 1m80. As cabeçadas nas ripas de madeira que sustentam o deck superior são a diversão da equipe.
À frente, na proa aberta, espaço pequeno para as cordas que amarram a embarcação. Misael, Wilson Kanamari, Jeremias e Valderi trabalharam ali, sentados à beira do rio, para ajeitar as redes que jogam no rio Jandiatuba para tentar mudar o cardápio do jantar.
Uma escadinha no salão principal leva ao deck superior, ao camarote do chefe da expedição e à cabine de comando. De cima, a vista do rio é privilegiada, a brisa sopra e o mosquito não vem.
A área do deck é também a casa do dominó nos dias longos. Duas pequenas varandas nas laterais ainda dão espaço a mais redes. Uma portinha é a do camarote. A outra, da cabine de comando.
Bússola, medidor de temperatura do motor, rotação, pressão do óleo e um marcador de milhagem não muito condizente com a idade do barco - estão lá apenas 5.670 milhas navegadas. No teto, uma alça para manejar o holofote à noite. Manete de aceleração e leme completam a pouca parafernália que Valderi, o piloto, e Rafael, o marinheiro, têm à disposição.
Até o fim de janeiro, Kukahã vai percorrer mais de mil quilômetros até o rio Boia. Dali em diante, a equipe parte em voadeiras para entrar nos igarapés. Depois é pé na mata.
Parte do Especial "Na trilha dos isolados"
Kukahã, que significa Rio Purus, tem certamente mais de 30 anos. O barco foi comprado pela Funai há pelo menos 15, já com sinais de desgaste. Hoje está a serviço da Frente Etnoambiental do Vale do Javari.
O casco é de madeira, o piso é de fibra. São 14,5 metros de comprimento, 1,20m de calado e cinco "cômodos". Apenas um quarto.
O indigenista Rieli Franciscato morou no único quarto do Kukahã durante seis anos. Fez diversas reformas. Seu camarote, atrás da cabine de comando, tem ar condicionado, cama, armários em 2 m2. Espaço pequeno, se comparado aos demais cômodos.
Na popa, um gerador a diesel alimenta os congeladores, que estocam carnes e mantém a água da equipe gelada. A área, com um pequeno deck, é também a pia e o chuveiro - com baldes d'agua do rio lavam-se pratos e toma-se banho.
A cozinha, de 12 m2, tem um fogão de quatro bocas, freezer, armário para pratos e talheres. Divide espaço com a despensa, onde estão os não-perecíveis, e com um banheiro exíguo. O cozinheiro é Silas, que se vira no arroz, feijão, carne, peixe, frango e salada. Um voluntário descasca cenouras, batatas e beterrabas.
Da cozinha, uma portinhola leva ao salão principal. Lar do motor Mercedes-Benz de 120 cavalos e seis cilindros, que empurra o Kukahã Solimões acima e descerá parte do rio Jutaí. Quatro janelas, 30 m2 para 17 pessoas esticarem a rede. Quatro lâmpadas fluorescentes iluminam a noite. Embaixo, o porão guarda mais comida para os dois meses de viagem.
Em cima do motor, na boca do salão, a tampa funciona como mesa onde são servidas as refeições. Depois vem o cafezinho adoçado e o rádio toca os brasileiros samba e forró, além de cumbia e reggaeton colombianos. O som vem do MP3 player do garoto Bini Matis.
O teto é baixo, com cerca de 1m80. As cabeçadas nas ripas de madeira que sustentam o deck superior são a diversão da equipe.
À frente, na proa aberta, espaço pequeno para as cordas que amarram a embarcação. Misael, Wilson Kanamari, Jeremias e Valderi trabalharam ali, sentados à beira do rio, para ajeitar as redes que jogam no rio Jandiatuba para tentar mudar o cardápio do jantar.
Uma escadinha no salão principal leva ao deck superior, ao camarote do chefe da expedição e à cabine de comando. De cima, a vista do rio é privilegiada, a brisa sopra e o mosquito não vem.
A área do deck é também a casa do dominó nos dias longos. Duas pequenas varandas nas laterais ainda dão espaço a mais redes. Uma portinha é a do camarote. A outra, da cabine de comando.
Bússola, medidor de temperatura do motor, rotação, pressão do óleo e um marcador de milhagem não muito condizente com a idade do barco - estão lá apenas 5.670 milhas navegadas. No teto, uma alça para manejar o holofote à noite. Manete de aceleração e leme completam a pouca parafernália que Valderi, o piloto, e Rafael, o marinheiro, têm à disposição.
Até o fim de janeiro, Kukahã vai percorrer mais de mil quilômetros até o rio Boia. Dali em diante, a equipe parte em voadeiras para entrar nos igarapés. Depois é pé na mata.
Parte do Especial "Na trilha dos isolados"
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