De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
ÍNDIOS XAVANTES MOSTRAM NA USP SUA RELAÇÃO COM A NATUREZA
31/05/2003
Fonte: Imprensa Oficial-Brasília-DF
Quarenta índios xavantes, de Sangradouro (Mato Grosso), participarão da 1ª Semana do Meio Ambiente da USP - Universidade de São Paulo, a ser realizada de 2 a 6 de junho. Haverá palestras, mesas-redondas, exposições, partidas de futebol entre a USP e xavantes e apresentações abertas ao público.
Segundo Xanda de Biasi Miranda, sócia fundadora da Associação Xavante Warã, organização que representa os xavantes em São Paulo, o objetivo é mostrar não só aos alunos da USP, futuros pesquisadores, mas também ao público em geral o tipo de relação entre o corpo, meio ambiente e cultura do indígena. A associação é uma ONG que luta em defesa de sua cultura e do cerrado brasileiro. "Sempre que defendemos os xavantes, estamos falando também em cerrado. Se ele acabar, os xavantes também acabam".
Os indígenas mostrarão ao meio acadêmico seu conhecimento sobre a natureza brasileira ameaçada de destruição em decorrência de políticas predatórias. Segundo o assistente de direção da prefeitura da USP e um dos organizadores do evento, Walter Montane, é importante estabelecer parceria entre universidades, governo e ONGs. "Os xavantes têm soluções muito interessantes para nos ensinar, desde o uso de ervas medicinais até programas de reciclagem. Para eles, o importante é o conhecimento científico que temos a lhes oferecer."
Corrida de toras
O projeto 'Uiwede em Sampa', elaborado por Everson Carlos da Silva, filho de índio guarani e bacharel em esportes pela USP, foi escolhido como tema da Semana por integrar os temas: meio ambiente, corpo e cultura indígena. O intuito de Everson é mostrar outras competições, além daquelas já incluídas na programação das universidades.
A Uiwede é uma competição tradicional, onde os xavantes correm carregando toras de palmeira de buriti, de aproximadamente cem quilos. É uma prova de força e resistência, na qual dois times correm por quinze quilômetros. A corrida pode ser considerada tanto um esporte como um rito e pressupõe uma equilibrada relação homem-natureza, visto que a realização da prova depende por um lado da existência concreta e física do buriti, e por outro da força e resistência dos xavantes, adquirida e mantida por meio do conhecimento desse povo sobre o meio ambiente.
A competição é aberta ao público e terá a participação da comunidade da USP e de atletas famosos. "O Uiwede simboliza todo o perfil do evento. Sem a tora não tem corrida. É uma maneira muito própria de um povo trabalhar o corpo e se relacionar com a natureza", diz Xanda.
Praça do Relógio
A grande expectativa do evento é para a caminhada ecológica que ocorre no dia 6. Ela sai da Praça 2 do Centro de Práticas Esportivas da USP terminando na Praça do Relógio. No local vai acontecer a troca e plantio de mudas. "Além das mudas do viveiro da universidade, vamos doar material bibliográfico produzido pela USP para os xavantes, e estes vão entregar as mudas que trouxeram de Mato Grosso", orgulha-se Walter. "Para finalizar vamos abraçar a Torre do relógio como símbolo da nossa preocupação e interesse pelo meio ambiente", orgulha-se Walter.
A Praça do Relógio construída em 1971, é o cartão postal da USP e considerado um dos mais importantes espaços ecológicos da Cidade Universitária. Em 1997 foi reurbanizada de acordo com projeto paisagístico elaborado por professores da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e do Instituto de Biociências. Esse projeto criou nos 176 mil metros quadrados do local, os seis ecossistemas vegetais predominantes no Estado de São Paulo.
Num dos lados da praça foram plantadas 4 mil mudas de 60 espécies típicas da mata atlântica, como jatobá, jequitibá, cedro e pau-brasil. Ao longo da praça distribuem-se ainda espécies vegetais de mata araucária, restinga, campo rupestre, cerrado e mata semidecídua.
A abertura do evento será dia 2 de junho, às 9h15, no Auditório Ariosto Milla da FAU - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Cidade Universitária, com palestra sobre o tema: Políticas de parceria entre Universidades e Comunidade-ONGs. O encerramento acontece no dia 6, às 20 horas com apresentação do Coral da USP, artistas convidados e do Grupo Xavante. Mais informações: (11) 3091-4891/4868.
Segundo Xanda de Biasi Miranda, sócia fundadora da Associação Xavante Warã, organização que representa os xavantes em São Paulo, o objetivo é mostrar não só aos alunos da USP, futuros pesquisadores, mas também ao público em geral o tipo de relação entre o corpo, meio ambiente e cultura do indígena. A associação é uma ONG que luta em defesa de sua cultura e do cerrado brasileiro. "Sempre que defendemos os xavantes, estamos falando também em cerrado. Se ele acabar, os xavantes também acabam".
Os indígenas mostrarão ao meio acadêmico seu conhecimento sobre a natureza brasileira ameaçada de destruição em decorrência de políticas predatórias. Segundo o assistente de direção da prefeitura da USP e um dos organizadores do evento, Walter Montane, é importante estabelecer parceria entre universidades, governo e ONGs. "Os xavantes têm soluções muito interessantes para nos ensinar, desde o uso de ervas medicinais até programas de reciclagem. Para eles, o importante é o conhecimento científico que temos a lhes oferecer."
Corrida de toras
O projeto 'Uiwede em Sampa', elaborado por Everson Carlos da Silva, filho de índio guarani e bacharel em esportes pela USP, foi escolhido como tema da Semana por integrar os temas: meio ambiente, corpo e cultura indígena. O intuito de Everson é mostrar outras competições, além daquelas já incluídas na programação das universidades.
A Uiwede é uma competição tradicional, onde os xavantes correm carregando toras de palmeira de buriti, de aproximadamente cem quilos. É uma prova de força e resistência, na qual dois times correm por quinze quilômetros. A corrida pode ser considerada tanto um esporte como um rito e pressupõe uma equilibrada relação homem-natureza, visto que a realização da prova depende por um lado da existência concreta e física do buriti, e por outro da força e resistência dos xavantes, adquirida e mantida por meio do conhecimento desse povo sobre o meio ambiente.
A competição é aberta ao público e terá a participação da comunidade da USP e de atletas famosos. "O Uiwede simboliza todo o perfil do evento. Sem a tora não tem corrida. É uma maneira muito própria de um povo trabalhar o corpo e se relacionar com a natureza", diz Xanda.
Praça do Relógio
A grande expectativa do evento é para a caminhada ecológica que ocorre no dia 6. Ela sai da Praça 2 do Centro de Práticas Esportivas da USP terminando na Praça do Relógio. No local vai acontecer a troca e plantio de mudas. "Além das mudas do viveiro da universidade, vamos doar material bibliográfico produzido pela USP para os xavantes, e estes vão entregar as mudas que trouxeram de Mato Grosso", orgulha-se Walter. "Para finalizar vamos abraçar a Torre do relógio como símbolo da nossa preocupação e interesse pelo meio ambiente", orgulha-se Walter.
A Praça do Relógio construída em 1971, é o cartão postal da USP e considerado um dos mais importantes espaços ecológicos da Cidade Universitária. Em 1997 foi reurbanizada de acordo com projeto paisagístico elaborado por professores da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e do Instituto de Biociências. Esse projeto criou nos 176 mil metros quadrados do local, os seis ecossistemas vegetais predominantes no Estado de São Paulo.
Num dos lados da praça foram plantadas 4 mil mudas de 60 espécies típicas da mata atlântica, como jatobá, jequitibá, cedro e pau-brasil. Ao longo da praça distribuem-se ainda espécies vegetais de mata araucária, restinga, campo rupestre, cerrado e mata semidecídua.
A abertura do evento será dia 2 de junho, às 9h15, no Auditório Ariosto Milla da FAU - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Cidade Universitária, com palestra sobre o tema: Políticas de parceria entre Universidades e Comunidade-ONGs. O encerramento acontece no dia 6, às 20 horas com apresentação do Coral da USP, artistas convidados e do Grupo Xavante. Mais informações: (11) 3091-4891/4868.
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