De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Dura volta pra casa
25/01/2010
Autor: Antonio Ximenes
Fonte: A Crítica (AM) - http://www.acritica.com.br/
Voltar para a aldeia depois de um ano de tratamento com Interferon contra os vírus das hepatites B e D, se transformou em realidade para quatro jovens indígenas do Vale do Javari, que saíram do corredor da morte para a vida. "Eu sei que tenho que tomar muito cuidado, porque não posso pegar uma malária. Estou indo para a aldeia, porque os pajés vão fazer pajelança para que eu fique ainda melhor", comentou Ewerton Oliveira Reis, 23, da etnia Marubo.
Impulsionada por um motor de 200 cavalos a lancha sobe os rios Javari e Curuçá levando a bordo quatro jovens indígenas e uma pequena comitiva de acompanhantes. Darcy Coban Mayuruna, 22, Marcos Mayuruna, 24, Gilmar Marubo, 29, Ewerton Marubo se acomodam da melhor maneira para suportar uma viagem de mais de 18 horas.
Logo na saída do porto de Atalaia do Norte, o motor mostrou que não estava bem, as velas falhavam. Mas regressar para junto dos seus era a vontade de todos, que não aceitaram ter que ficar mais um dia na cidade e seguiram em frente.Vinte horas depois o motor quebraria e seria substituído por um outro de 150, o que atrasou ainda mais a caravana.
Darcy Mayuruna levava um colchão de casado para a mulher. "Ela vai gostar e eu também. Faz um ano que ela me espera. Não posso chegar sem um presente importante", comentou. Em sua maloca na aldeia Flores, no rio Curuçá, quatro filhos o esperavam junto com a companheira Wilma Mayuruna, 29. "Só quero que ele fique bom", disse discretamente a companheira que fez questão de levar nos ombros o colchão.
Na aldeia Flores, onde a comitiva dormiu no segundo e terceiros dias de viagem esperando o novo motor, Ewerton Marubo teve uma crise de dores abdominais e teve que ser medicado com Buscopam pela técnica de enfermagem Maria Oneide Freitas,36, para diminuir as dores que o acometiam.Deitado em uma rede com mosquiteiro, ele aguardou serenamente a injeção. "Está doendo tudo por dentro. Depois de um ano de tratamento não estava acostumado com essas longas viagens", disse Ewerton, também conhecido como Marubinho.
Inquieto, Marcos Mayuruna está ansioso para chegar na aldeia Nova Esperança, no rio Pardo, onde moram sua mulher Soraya Mayuruna, 23, e o filho Celso Mayuruna, 2 anos. Ele, que sentia fortes dores no fígado e no baço, antes do tratamento, está com a saúde renovada. Mas a saudade é grande. "Quero abraçar o meu filho. Quero conversar com o meu povo", disse.
Com o gasto excessivo de combustível, Marcos Mayuruna acabou ficando na foz do rio Pardo na maloca do Vicente Mayuruna aguardando ser resgatado por uma canoa. Vendo as crianças brincarem nas margens do rio agarrou uma no colo e sorriu para a comitiva, que seguia em direção a aldeia São Sebastião Marubo, localizada no Médio rio Curuçá.
http://www.acritica.com.br/content/not-detail_busca.asp?materia_id=156355&ed=3015&dt=25/01/2010
Impulsionada por um motor de 200 cavalos a lancha sobe os rios Javari e Curuçá levando a bordo quatro jovens indígenas e uma pequena comitiva de acompanhantes. Darcy Coban Mayuruna, 22, Marcos Mayuruna, 24, Gilmar Marubo, 29, Ewerton Marubo se acomodam da melhor maneira para suportar uma viagem de mais de 18 horas.
Logo na saída do porto de Atalaia do Norte, o motor mostrou que não estava bem, as velas falhavam. Mas regressar para junto dos seus era a vontade de todos, que não aceitaram ter que ficar mais um dia na cidade e seguiram em frente.Vinte horas depois o motor quebraria e seria substituído por um outro de 150, o que atrasou ainda mais a caravana.
Darcy Mayuruna levava um colchão de casado para a mulher. "Ela vai gostar e eu também. Faz um ano que ela me espera. Não posso chegar sem um presente importante", comentou. Em sua maloca na aldeia Flores, no rio Curuçá, quatro filhos o esperavam junto com a companheira Wilma Mayuruna, 29. "Só quero que ele fique bom", disse discretamente a companheira que fez questão de levar nos ombros o colchão.
Na aldeia Flores, onde a comitiva dormiu no segundo e terceiros dias de viagem esperando o novo motor, Ewerton Marubo teve uma crise de dores abdominais e teve que ser medicado com Buscopam pela técnica de enfermagem Maria Oneide Freitas,36, para diminuir as dores que o acometiam.Deitado em uma rede com mosquiteiro, ele aguardou serenamente a injeção. "Está doendo tudo por dentro. Depois de um ano de tratamento não estava acostumado com essas longas viagens", disse Ewerton, também conhecido como Marubinho.
Inquieto, Marcos Mayuruna está ansioso para chegar na aldeia Nova Esperança, no rio Pardo, onde moram sua mulher Soraya Mayuruna, 23, e o filho Celso Mayuruna, 2 anos. Ele, que sentia fortes dores no fígado e no baço, antes do tratamento, está com a saúde renovada. Mas a saudade é grande. "Quero abraçar o meu filho. Quero conversar com o meu povo", disse.
Com o gasto excessivo de combustível, Marcos Mayuruna acabou ficando na foz do rio Pardo na maloca do Vicente Mayuruna aguardando ser resgatado por uma canoa. Vendo as crianças brincarem nas margens do rio agarrou uma no colo e sorriu para a comitiva, que seguia em direção a aldeia São Sebastião Marubo, localizada no Médio rio Curuçá.
http://www.acritica.com.br/content/not-detail_busca.asp?materia_id=156355&ed=3015&dt=25/01/2010
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