De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias

História revista

19/04/2010

Fonte: Jornal de Santa Catarina (SC) - http://www.clicrbs.com.br/jsc/



A FIGURA DO ÍNDIO DA REGIÃO DE BLUMENAU, MAQUIADA DURANTE ANOS PELA VALORIZAÇÃO DO COLONIZADOR, É RESGATADA POR HISTORIADORES Uma história contada com certo atraso, mas com muito valor. O indígena da região de Blumenau, da tribo dos Xokleng, têm recebido nos últimos anos o olhar de historiadores e antropólogos, através do ângulo que foi escondido por muitos anos na história da colonização alemã, e que não é revisto apenas no Dia do Índio, comemorado hoje.

As últimas contribuições vêm principalmente do meio acadêmico. No início do ano foi lançado o livro Grafias da Luz, da historiadora Carla Fernanda da Silva. Na obra, resultado de uma dissertação de mestrado, entre os vários aspectos abordados, a autora mostra como as fotos da revista Blumenau em Cadernos representavam o índio como um selvagem agressivo e davam méritos ao colonizadores, que conseguiam controlar o nativo.

As fotos dessa página, feitas em estúdio e utilizadas em edições da revista Blumenau em Cadernos - presente agora no livro Grafias da Luz - reforçam dois aspectos. O índio como nativo perigoso, sempre armado e sem características da cultura europeia, o que era reforçado pelos textos que mostram o nativo com tom de ameaça ao povo civilizado. O segundo aspecto é o do índio controlado, com roupas e sapatos, mostrando a possibilidade de civilizá-lo.

Carla afirma que em raros momentos existem registros sobre o valor da cultura indígena sem a relação de algo negativo. O verdadeiro valor do índio e sua história ressurge através de pesquisas atuais que revisitam a colonização da região. É o caso da professora da Furb Lílian Blanck, que tem quatro pesquisas concluídas e três em andamento com o tema indígena.

- A importância de resgatar essa história é para que as fronteiras da intolerância e do desconhecimento possam ser superadas, buscando a construção de novos diálogos - explica Lílian.

O professor Ernesto Jacob Keim, também da Furb, está comanda um projeto de pesquisa que busca um planejamento pedagógico que permitirá a revitalização da língua e da cultura Xokleng. É dessa maneira que o Dia do Índio poderá ter mais histórias para contar às futuras gerações do Vale.

http://www.clicrbs.com.br/jsc/sc/impressa/4,1124,2876477,14525
 

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