De Povos Indígenas no Brasil
Notícias
Uma viagem no ritual Podáali
13/02/2010
Fonte: A Crítica
Uma viagem no ritual Podáali
Klaiton Alves / Divulgação
Profissionais aplicaram curso cinematográfico na aldeia
Bruno Mazieri
Da equipe de A Crítica
Na busca pela preservação da cultura indígena no Amazonas com iniciativa aprovada pelo edital "Patrimônio imaterial" da Petrobras e em parceria com o Instituto Sócio Ambiental (ISA), a tribo dos baniwas está em fase de produção do documentário que pretende explicar, aos jovens índios, a importância do ritual podáali.
Com elenco e direção formado apenas por indígenas residentes no município de São Gabriel da Cachoeira, mais precisamente na comunidade Itacoatiara-Mirim, o documentário mostrará o podáali pela primeira vez ao mundo com imagens desde a construção da maloca até o ritual de iniciação dos jovens.
"É uma maneira de valorizar a cultura de um povo que por vezes é vítima de um preconceito. Vamos fazer uma viagem ao mundo misterioso dos baniwas", adianta Deise Lucy Montardo, consultora de antropologia do projeto "Podáali: valorização da música baniwa".
Oficinas
Com aprovação em 2007, o projeto só teve início em setembro do ano passado. Vindos diretamente de Minas Gerais e Rio de Janeiro, Pedro Portella e Petrônio Lorenna, respectivamente, trabalharam durante os meses de dezembro de 2009 e janeiro de 2010 para aplicar técnicas de imagens e linguagem cinematográficas.
"Agora, demos início a segunda etapa, que conta com a construção da grande maloca, na comunidade Camarão, às margens do rio Ayari, onde será apresentado o documentário e acontecerá uma celebração na busca pelo resgate e tradição dos baniwas", comenta.
Apesar de ainda não estar confirmando o projeto pretendo apresentar o material em festivais e, pouquíssimas reproduções devam ser comercializadas, já que este não é o intuito do documentário.
Música
Especializada em música guarani, Deise destaca a importância das composições baniwas. "Eles possuem instrumentos de sopo belíssimos. Flautas e tantos outros são capazes de mudar uma música. É de uma afinação única e o mundo merece conhecer".
E é justamente esta diversidade musical que Deise pretende colocar em um CD. "Não está incluso a gravação de demo no projeto. Porém, eles comentaram que sentem essa necessidade. Quem sabe, em breve, entramos em estúdio para mostrar a criatividade. Não depende apenas deles e sim, dos patrocínios recebidos".
Sob a chancela de Luiz da Silva, mestre da maloca - algo equivalente a um cacique - e Moisés da Silva, vice-prefeito, Itacoatiara-Mirim possui cerca de 100 moradores. "Os indígenas perceberam que as novas gerações precisavam ter um registro de tudo aquilo de importância para conservar a tradição de seus antepassados", explica. Além disso, os baniwas estão somando cerca de seis mil.
Visão
Segundo Deise, a iniciativa favorece a "construção de uma visibilidade longe de preconceitos e com a possibilidade de uma visita a um interior. O resultado é sempre positivo quando algo assim é veiculado em grandes capitais. Apesar da maior parte da população de São Gabriel ser formada por indígenas, não existe nenhuma escola destinada ao público. Isso é um alerta", finaliza. O lançamento do documentário acontecerá entre o final de 2010 e início de 2011.
A Crítica, 13/02/2010
Klaiton Alves / Divulgação
Profissionais aplicaram curso cinematográfico na aldeia
Bruno Mazieri
Da equipe de A Crítica
Na busca pela preservação da cultura indígena no Amazonas com iniciativa aprovada pelo edital "Patrimônio imaterial" da Petrobras e em parceria com o Instituto Sócio Ambiental (ISA), a tribo dos baniwas está em fase de produção do documentário que pretende explicar, aos jovens índios, a importância do ritual podáali.
Com elenco e direção formado apenas por indígenas residentes no município de São Gabriel da Cachoeira, mais precisamente na comunidade Itacoatiara-Mirim, o documentário mostrará o podáali pela primeira vez ao mundo com imagens desde a construção da maloca até o ritual de iniciação dos jovens.
"É uma maneira de valorizar a cultura de um povo que por vezes é vítima de um preconceito. Vamos fazer uma viagem ao mundo misterioso dos baniwas", adianta Deise Lucy Montardo, consultora de antropologia do projeto "Podáali: valorização da música baniwa".
Oficinas
Com aprovação em 2007, o projeto só teve início em setembro do ano passado. Vindos diretamente de Minas Gerais e Rio de Janeiro, Pedro Portella e Petrônio Lorenna, respectivamente, trabalharam durante os meses de dezembro de 2009 e janeiro de 2010 para aplicar técnicas de imagens e linguagem cinematográficas.
"Agora, demos início a segunda etapa, que conta com a construção da grande maloca, na comunidade Camarão, às margens do rio Ayari, onde será apresentado o documentário e acontecerá uma celebração na busca pelo resgate e tradição dos baniwas", comenta.
Apesar de ainda não estar confirmando o projeto pretendo apresentar o material em festivais e, pouquíssimas reproduções devam ser comercializadas, já que este não é o intuito do documentário.
Música
Especializada em música guarani, Deise destaca a importância das composições baniwas. "Eles possuem instrumentos de sopo belíssimos. Flautas e tantos outros são capazes de mudar uma música. É de uma afinação única e o mundo merece conhecer".
E é justamente esta diversidade musical que Deise pretende colocar em um CD. "Não está incluso a gravação de demo no projeto. Porém, eles comentaram que sentem essa necessidade. Quem sabe, em breve, entramos em estúdio para mostrar a criatividade. Não depende apenas deles e sim, dos patrocínios recebidos".
Sob a chancela de Luiz da Silva, mestre da maloca - algo equivalente a um cacique - e Moisés da Silva, vice-prefeito, Itacoatiara-Mirim possui cerca de 100 moradores. "Os indígenas perceberam que as novas gerações precisavam ter um registro de tudo aquilo de importância para conservar a tradição de seus antepassados", explica. Além disso, os baniwas estão somando cerca de seis mil.
Visão
Segundo Deise, a iniciativa favorece a "construção de uma visibilidade longe de preconceitos e com a possibilidade de uma visita a um interior. O resultado é sempre positivo quando algo assim é veiculado em grandes capitais. Apesar da maior parte da população de São Gabriel ser formada por indígenas, não existe nenhuma escola destinada ao público. Isso é um alerta", finaliza. O lançamento do documentário acontecerá entre o final de 2010 e início de 2011.
A Crítica, 13/02/2010
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